Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Clássico de Elliott Smith completa 20 anos com edição comemorativa http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/09/classico-do-elliott-smith-completa-20-anos-com-edicao-comemorativa/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/09/classico-do-elliott-smith-completa-20-anos-com-edicao-comemorativa/#respond Thu, 09 Mar 2017 15:39:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5809 Vinte anos após o lançamento do álbum “Either/Or”, trabalho do músico Elliott Smith, morto em 2003, aos 34 anos, este clássico do folk moderno norte-americano vai ser relançado amanhã (10) em cópia remasterizada.

O álbum lançado originalmente no final de fevereiro de 1997 foi o terceiro trabalho solo de Smith. Também, segundo críticos, o melhor da curta carreira desse músico nascido na cidade de Omaha, estado do Nebraska.

Cinco músicas do CD foram selecionadas pelo cineasta Gus Van Sant para fazer parte da trilha sonora de “O Gênio Indomável”, filme de 1997 estrelado por Matt Damon (Damon e o amigo Ben Affleck escreveram o roteiro do filme e venceram o Oscar; o ator Robin Williams ganhou a estatueta de melhor ator coadjuvante). Smith ainda faria uma música adicional para a trilha, “Miss Misery”, que foi indicada para o Oscar, mas perdeu para “My Heart Will Go On”, sucesso na voz de Céline Dion e parte da trilha de “Titanic”.

Capa do álbum “Either/Or”, terceiro e melhor trabalho da curta carreira de Elliott Smith. (Foto: Reprodução)

A edição comemorativa de “Either/Or” tem dois CDs (ou dois álbuns em vinil) com as 13 faixas originais remasterizadas e mais um álbum extra com remixes, gravações ao vivo e raridades descobertas há dez anos pelo engenheiro de som e amigo de Smith, Larry Crane, responsável agora pela manutenção do acervo do músico.

Entre as raridades estão uma gravação alternativa da música “Bottle Up and Explode!, do álbum “XO”, lançado em 1998, com letra completamente diferente, e a inédita “I Figured You Out”, nunca lançada pois Smith achava que ela “lembrava demais as músicas dos The Eagles.”

“Either/Or” marcou a entrada de Smith no mundo do pop mainstream. Segundo amigos e críticos, a passagem de músico cult e indie, com composições poderosas sobre aflições pessoais, para um artista com contrato com uma grande gravadora, e a súbita fama depois de apresentar “Miss Misery” na cerimônia do Oscar, afetaram tanto o processo de criação quanto a tormenta pessoal do artista. Em 2003, Elliott foi encontrado morto em seu apartamento em Los Angeles, com duas facadas no peito. Aparentemente, Smith teria deixado uma nota de suicídio para a namorada.

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Lou Reed ganha memorial permanente em metrô de NY http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/01/02/lou-reed-ganha-memorial-permanente-em-metro-de-ny/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/01/02/lou-reed-ganha-memorial-permanente-em-metro-de-ny/#respond Mon, 02 Jan 2017 17:02:33 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/01/Screen-Shot-2017-01-02-at-11.26.29-AM-136x180.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5611 John Lennon e Joey Ramone têm companhia.

Quase três anos depois da morte de Lou Reed, o roqueiro americano é o mais novo músico a ganhar um memorial público permanente em Nova York, se juntando ao ex-Beatle (no Central Park) e Ramone (esquina da Bowery com a rua 2, onde ficava o extinto clube de punk-rock CBGB).

Um mega mosaico de Lou Reed, feito a partir de uma fotografia em close-up do roqueiro, é uma das atrações da série “Subway Portraits”, do artista Chuck Close, criada exclusivamente para a nova estação de metrô da rua 86 com a Segunda Avenida, em Manhattan. Close e outros três artistas – o brasileiro Vik Muniz, a americana Sarah Sze e a sul-coreana Jean Shin – foram comissionados pelo governo de Nova York para criar mosaicos para três novas estações (e uma já existente) do metrô da Segunda Avenida, em Manhattan, projeto em discussão desde 1919, mas que levou 98 anos para finalmente ser concluído. As estações estão em funcionamento desde domingo (1).

A série “Subway Portraits” é composta por 12 mosaicos em tamanho natural feitos a partir da imagem (algumas já exibidas em museus e galerias) de vários amigos artistas de Chuck Close. Além de Reed, as paredes do metrô da rua 86 foram adornadas com fotos do compositor Philip Glass e dos pintores Alex Katz e Kara Walker, entre outros. Close também criou dois auto-retratos para o projeto e uma imagem de sua mulher, a artista Sienna Shields.

Veja fotos abaixo:

Visitante mirim posa na frente do mosaico de Lou Reed feito pelo artista Chuck Close para metrô da Segunda Avenida. (Foto: Marcelo Bernardes)
Visitante mirim posa na frente do mosaico de Lou Reed feito pelo artista Chuck Close para metrô da Segunda Avenida. (Foto: Marcelo Bernardes)
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Retrato de Lou Reed fica na estação da rua 86. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Detalhe do mural de Chuck Close feito em azulejo. (Foto: Marcelo Bernardes)
Detalhe do mural de Chuck Close feito em azulejo. (Foto: Marcelo Bernardes)
por Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
A pintora inglesa Cecily Brown por Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
Visitante toca o auto-retrato do artista Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
Visitante toca o auto-retrato do artista Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
Detalhe do auto-retrato de Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
Detalhe do auto-retrato de Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
O pintor Alex Katz por Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
O pintor Alex Katz por Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
A artista Kara Walker, que é mulher de Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
A artista Sienna Shields, que é mulher de Chuck Close. (Foto: Marcelo Bernardes)
Mosaico do retrato do artista chinês Zhang Huan, feito por Close, fica ao lado das catracas da estação da rua 86. (Foto: Marcelo Bernardes)
Mosaico do retrato do artista chinês Zhang Huan, feito por Close, fica ao lado das catracas da estação da rua 86. (Foto: Marcelo Bernardes)
O músico Philip Glass "recepciona" os usuários da estação da rua 86. (Foto: Marcelo Bernardes)
O músico Philip Glass “recepciona” os usuários da estação da rua 86. (Foto: Marcelo Bernardes)
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Músico paulista tem chance tripla no Oscar de trilha sonora http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/musico-paulista-tem-chance-tripla-no-oscar-de-trilha-sonora/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/musico-paulista-tem-chance-tripla-no-oscar-de-trilha-sonora/#respond Wed, 14 Dec 2016 00:26:33 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5548 O músico paulista Marcelo Zarvos é elegível para concorrer ao Oscar de melhor trilha sonora por seu trabalho em três filmes: “Fences”, dirigido pelo ator Denzel Washington; “A Escolha”, produção independente de Ross Katz; e “Nosso Fiel Traidor”, filme inglês de Susanna White.

Já o músico gaúcho Heitor Pereira tem chances de concorrer com a trilha sonora feita para o desenho “Angry Birds – O Filme”.

A Academia de Hollywood divulgou hoje (13) à tarde a lista com as 145 trilhas elegíveis para o Oscar da categoria. Entre os trabalhos pré-selecionados estão composições de músicos consagrados no cenário pop-rock como Pharrell Williams (pelo filme “Estrelas Além do Tempo”); Nick Cave (“A Qualquer Custo”); e John Mellencamp (por “Ithaca”, longa dirigido pela ex- namorada do músico, a atriz Meg Ryan).

O cineasta Jim Jarmusch também está no páreo pela trilha de seu próprio filme, “Paterson”, drama com Adam Driver, exibido no Festival de Cannes deste ano.

O músico indiano A.R. Rahman, vencedor de dois Oscars por “Quem Quer Ser Milionário?”, tem chances pela trilha de “Pelé – O Nascimento de Uma Lenda”. Rahman também poderá disputar o Oscar pela canção “Ginga”, composta para o mesmo filme.

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Canção de filme sobre Pelé pode concorrer ao Oscar http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/cancao-de-filme-sobre-pele-pode-concorrer-ao-oscar/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/cancao-de-filme-sobre-pele-pode-concorrer-ao-oscar/#respond Tue, 13 Dec 2016 21:05:01 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/Screen-Shot-2016-12-13-at-4.07.47-PM-180x101.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5535 A canção “Ginga”, escrita pelo músico indiano A.R. Rahman e com vocais da cantora santista radicada nos EUA, Anna Beatriz, está na disputa para uma das cinco vagas do Oscar da categoria. A Academia de Hollywood anunciou hoje (13) o nome das 91 canções elegíveis para o prêmio.

“Ginga” faz parte da trilha sonora do filme “Pelé – O Nascimento de uma Lenda”, biografia do craque que vai desde sua infância até o título da Copa do Mundo de 1958, na Suécia, quando ele tinha 17 anos. Pelé é interpretado pelos atores Kevin de Paula e o garoto Leonardo Lima Carvalho. Rahman também pode disputar o Oscar pela trilha sonora do filme.

Em 2009, o músico Rahman venceu dois Oscars (melhor canção e trilha sonora) pelo filme “Quem Quer Ser um Milionário?”, dirigido por Danny Boyle.

Entre os músicos que podem concorrer ao próximo Oscar estão Pink (por canção do filme “Alice Através do Espelho), Ellie Goulding (“O Bebê de Bridget Jones”), Sia (pelos filmes “The Eagle Huntress” e “Demônio de Neon”), Iggy Pop (“Ouro e Cobiça”), Pharrell Williams (“Estrelas Além do Tempo”), Adam Levine (“Sing Street”), Peter Gabriel (“Snowden – Herói ou Traidor”), Shakira (“Zootopia – Essa Cidade É Bicho”), e Justin Timberlake (“Trolls”). Também no páreo estão o ator e diretor Clint Eastwood e a escritora J.K. Rowling por terem co-escrito canções respectivamente para os filmes “Sully – O Herói do Rio Hudson” e “Animais Fantásticos e Onde Eles Habitam”.

 

 

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Adriana Lima participa de “remake” de música de George Michael http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/29/adriana-lima-participa-de-remake-de-musica-de-george-michael/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/29/adriana-lima-participa-de-remake-de-musica-de-george-michael/#respond Thu, 29 Sep 2016 13:59:54 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/Screen-Shot-2016-09-29-at-9.33.54-AM-180x95.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5094 Para mostrar o melhor das coleções apresentadas durante a Semana de Moda de Nova York, a revista Vogue criou um video-brincadeira, que faz um remake do clipe “Freedom”, de George Michael, lançado há 26 anos.

Adriana Lima usando Marc Jacobs no video. (Foto: Reprodução)
Adriana Lima usando Marc Jacobs no video. (Foto: Reprodução)

Filmado nas ruas de Nova York e no Hotel Plaza, a homenagem tem a participação de um time de modelos “nações unidas”: a brasileira Adriana Lima, a russa Irina Shayk, a porto-riquenha Joan Smalls, a chinesa Liu Wen, a alemã Anna Ewers, a romena Andreea Diaconu, a holandesa Imaan Hammam, as americanas Grace Hartzel, Carolyn Murphy e Taylor Hill, e a italiana Vittoria Cerretti. Todas aparecem dublando a música de George Michael.

Adriana Lima usa roupas de Marc Jacobs e Ralph Lauren. Entre outras grifes presentes no video estão Tom Ford, Proenza Schouler, Rodarte, Alexander Wang, Michael Kors e Altuzarra.

O videoclipe original de George Michael teve a participação das supermodels Naomi Campbell, Linda Evangelista, Tatjana Patitz, Christy Turlington e Cindy Crawford.

Assista ao video aqui; abaixo Instagram da Vogue:

 

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Madonna diz que pretende mostrar a bunda “aos 66, 76 anos…” http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/09/madonna-diz-que-prente-mostrar-a-bunda-aos-66-76-anos/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/09/madonna-diz-que-prente-mostrar-a-bunda-aos-66-76-anos/#respond Mon, 09 Mar 2015 13:55:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=145 Chega amanhã às lojas de todo mundo o CD “Rebel Heart”, o 13o. álbum de estúdio de Madonna. Abaixo o que ela falou à imprensa novaiorquina às vésperas deste lançamento.

 

Capa do novo CD de Madonna, a ser lançado amanhã. (Crédito: Divulgação)
Capa do novo CD de Madonna, a ser lançado amanhã. (Crédito: Divulgação)

 

 

No jornal Daily News, sobre as críticas que recebeu ao levantar a saia e expor a bunda ao atravessar o carpete vermelho, antes da premiação do último Grammy:

 

“Vaca, isso é como minha bunda aparenta – me mostra como sua bunda aparenta aos 56 anos. Me cuido muito bem. Estou em boa forma. Posso mostrar minha bunda aos 56 ou quando tiver 66 ou 76 anos. Quem é que vai me dizer quando posso mostrar minha bunda? Isso é sexista. É contra pessoas mais velhas. E é uma forma de discriminação.

 

No Daily News, a opinião dela sobre Kanye West, que participa do álbum:

 

“Kanye é a nova Madonna. Kanye é a Madonna negra. A gente sabe, e reconhece, que temos essa coisa em comum. Nós somos camaradas no gênero de apertar o botão para forçar os limites”.

 

Sobre o fato de haver uma pitada de nostalgia em algumas músicas do CD. (Daily News)

 

“Tem um olhar para o passado aqui, uma saudade do começo de minha carreira quando estava rodeada por outros artistas – não outros músicos, mas artistas-artistas como Keith Haring, Basquiat e Warhol. Era um período em que o pop era mais ingênuo e libertário. Estava com saudades daquele sentimento, daquela mistura de tantos mundos diferentes em Nova York”.

 

Sobre andar namorando homens mais novos que ela, depois de se separar do cineasta inglês Guy Ritchie (Daily News)

 

“Trata-se apenas do que acontece. A maioria dos homens da minha idade está casado e tem filhos. Não dá para namorar com eles. Sou uma pessoa bastante aventureira e também tenho uma vida maluca. Sou mãe de quatro filhos e solteira. Você tem que ser muito aventureiro para embarcar em meu mundo. As pessoas mais velhas estão mais estabilizadas em seus hábitos e, provavelmente, não são tão aventureiras quanto uma pessoa mais jovem”.

 

No programa “Today Show”, na manhã de hoje, Madonna comentou sobre o fato de visitar a filha Lourdes Maria no campus da universidade de Michigan, onde ela estuda no momento, e se a cantora foi assistir a algum jogo da filha.

 

“Você acha que minha filha quer que eu apareça num jogo dela? Mas sou uma mãe preocupada. Fui visitá-la no alojamento do campus, para ter certeza que ela tinha um umidificador de ar instalado no quarto e também toalhas e cotonetes suficientes”.

 

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Björk é tema da mais tecnológica exposição de arte de todos os tempos http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/03/bjork-e-tema-da-mais-tecnologica-exposicao-de-arte-de-todos-os-tempos/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/03/bjork-e-tema-da-mais-tecnologica-exposicao-de-arte-de-todos-os-tempos/#respond Tue, 03 Mar 2015 22:13:44 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=88 Recentemente, a artista Marina Abramović revelou como foi conhecer a cantora e compositora Björk. “Quando a vi, numa festa no apartamento de um amigo, Björk carregava uma estranha sacola e, dentro dela, havia um grande telefone vermelho”. Já amigas, as duas começaram a se encontrar frequentemente. “Uma vez fomos ao mercado das pulgas e Björk usava uma gaiola vazia no pescoço, que funcionava como um colar”. Visitando Björk e, enquanto a última fazia sardinhas na brasa, Abramović decidiu xeretar o quarto da amiga. Encontrou uma densa neblina. “Ela tinha tipo cerca de 64 vaporizadores de ar, que usa para cuidar da voz”. E, quando Abramović comemorou aniversário e convidou Björk, esta apareceu na companhia de sete cantoras islandesas – todas grávidas, “em períodos diferentes de gestação”. “Björk é capaz de criar cenas cotidianas na vida dela que mais lembram instalações de arte”, descreve.

 

Vestido criado pelo artista alemão Bernhard Wilhelm para a tour Volta, de 2007. (Crédito: Marcelo Bernardes)
Vestido criado pelo artista alemão Bernhard Wilhelm para a tour Volta, de 2007. (Crédito: Marcelo Bernardes)

 

Na manhã de hoje, Björk surgiu – de carne e osso – no Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA, vestida como um cacto preto. Era uma verdadeira instalação de arte ambulante. Enquanto gesticulava ao apresentar seu novo vídeo musical, a parte superior do cacto sambava contra a tela de projeção. Após 12 anos de tentativa, o curador alemão Klaus Biesenbach conseguiu convencer Björk a dar a benção dela – e cooperar – com aquela que vem a ser uma das mais originais mostra de arte pop dos últimos tempos.

 

 

 

Neste domingo, o MoMA abre as portas da exposição que leva o nome da cantora. Trata-se de uma imersão musical pelas letras, sons e psiquês de um músico jamais visto. O MoMA já havia experimentado (e ousado) com exposições sonoras como a retrospectiva da banda alemã Kraftwerk, em 2012, mas no caso de Björk a ousadia foi um pouco mais longe. “Trata-se de uma das mais complicadas exposições do MoMA”, disse Glenn D. Lowry, diretor do museu.

As faces de Björk: cristais Swarovski e penas turcas. (Crédito: Marcelo Bernardes)
As faces de Björk: cristais Swarovski e penas turcas. (Crédito: Marcelo Bernardes)

 

 

“Björk” mistura música, tecnologia, arte, vîdeo e moda. O museu precisou adaptar uma grande area do mezanino do lugar para criar três salas novas. A maior e principal delas – e em estilo labirinto – requer que o visitante use grandes fones de ouvido, acoplados a um tocador de MP3. A voz que guia os visitantes pelas galerias repletas de réplicas em tamanho normal de Björk, letras de música e adereços usados nos clipes dela pertence ao músico Antony Hegarty, do Antony and the Johnsons.

O tocador de MP3 guia a exposição com músicas dos CDs de Björk e narração de Antony Hegarty, do Antony and the Johnsons (Crédito: Marcelo Bernardes)
O tocador de MP3 guia a exposição com músicas dos CDs de Björk e narração de Antony Hegarty, do Antony and the Johnsons (Crédito: Marcelo Bernardes)

 

Em determinado momento, Antony “sussura”, em tom completamente zen, no ouvido do visitante: “vai devagar”. O tocador de MP3 responde aos pontos de Bluetooth instalados nessas galerias e que sincronizam a música de diferentes CDs de Björk com a disposição geográfica dos objetos em exposição. Enquanto o visitante vê a bota que o designer belga Walter van Beirendonck criou para o video “Hyperballad”, ou o blazer em forma de correspondência que o turco Hussein Chalayan esboçou para a capa do CD “Post”, de 1995, a música “Isobel”, do mesmo CD (e inspirada em Elis Regina), surge nos fones de ouvido. Se você pular de sala rapidamente e deixar a fase do Vespertine (CD de 2001) para trás e optar por Volta (CD de 2007), a música correspondente e as declarações de Hegarty avançam também. Para criar essa sintonia, a saída foi prosaica: um dos principais patrocinadores da exposição, a montadora alemã Volkswagen, adaptou a tecnologia GPS de seus carros para as pequenas galerias do museu.

 

Dois vestidos do designer inglês Alexander McQueen: o de noiva Pagan Poetry, de 2011, e o Bell Dress, com bolas de metal, de 2004. (Crédito: Marcelo Bernardes)
Dois vestidos do designer inglês Alexander McQueen: o de noiva Pagan Poetry, de 2011, e o Bell Dress, com bolas de metal, de 2004. (Crédito: Marcelo Bernardes)

 

O curador Biesenbach havia tentado fazer uma retrospectiva de Björk em 2000. “Já naquela época, ela tinha um conjunto de videoclipes que dava para preencher uma exposição”, explica o curador ao Baixo Manhattan. “Mas ela não topou. Björk odeia olhar para o passado”. Em 2012, a artista foi novamente procurada por Biesenbach. “A pergunta dela, dessa vez foi: ‘será que o MoMA estaria disposto a criar uma experiência autêntica que misturasse som, música e arte?” O museu topou e Björk pessoalmente lidou com um time de designers, carpinteiros, videomakers, arquitetos, fotógrafos e assessores de imprensa. Até na semana passada, ela estava dando as últimas sugestões de retoques.

 

O infame vestido cisne do Oscar, criado pela designer da Macedônia Marjan Pejoski. (Crédito: Marcelo Bernardes)
O infame vestido cisne do Oscar, criado pela designer da Macedônia Marjan Pejoski. (Crédito: Marcelo Bernardes)

A sala-labirinto da exposição se chama Songlines, e foi ideia original da cantora. Para passar por ela, ouvindo músicas de Björk e a voz reconfortante de Hegarty se gastam 40 minutos. Nessa viagem musical, a paisagem é bem desfile de moda. Manequins com o rosto da cantora (feitos de scans 3-D do corpo da cantora) vestem roupas de Alexander McQueen (o vestido de noiva Pagan Poetry, de 2001, e o de bolas de metal de 2004), Marjan Pejoski (o infame vestido de tule em forma de cisne que ela usou na cerimônia do Oscar em 2001) e Iris Van Herpen (o vestido da turnê Biophilia, de 2011). Há também acessórios como máscaras feitas de penas turcas ou cristais Swarovski e muitas letras de música, seja em papéis de rascunhos, nas costas de um cartão de visitas ou em papel de presente.

 

Os ciborgues do clipe All Is Full of Love, de Bill Cunningham, 1999. (Crédito: Marcelo Bernardes)
Os ciborgues do clipe All Is Full of Love, de Bill Cunningham, 1999. (Crédito: Marcelo Bernardes)

 

No casulo número 2, com imensos sofás-camas vermelhos, pode-se assistir a quase todos os videoclipes da cantora, dirigidos por cineastas como Michel Gondry (“Isobel”, “Hyperballad”, “Bachelorette” e “Crystalline”), Spike Jonze (“It’s So Oh Quiet”, “It’s In Our Hands” e “Triumph of the Heart”), além de Eiko Ishioka, Stephane Sednaoui, Bill Cunningham e até o casal de fotógrafos Inez van Lamsweerde & Vinoodh Matadin, responsável pela foto de capa de vários CDs de Björk. A exposição se encerra em uma terceira sala, com a exibição do videoclipe Black Lake, de dez minutos de duração e dirigido por Andrew Thomas Huang. “Trata-se de uma experiência generosa”, disse Björk ao apresentar o video aos jornalistas. “Esses últimos dias têm sido uma experiência incrível para mim”. A mostra do MoMA, que deve ser um sucesso comercial, fica em cartaz até o dia 7 de junho. Mas ela poderá ficar defasada em breve. “Björk terminou essa semana um novo trabalho que ela vai mostrar ao mundo no dia 16 de março”, disse Biesenbach.

 

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Rascunho de composição de Björk e figurino tribal do video Wanderlust, 2007. (Crédito: Marcelo Bernardes)
Rascunho de composição de Björk e figurino tribal do video Wanderlust, 2007. (Crédito: Marcelo Bernardes)
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