Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em livro, maquiador relembra ‘ereção’ de De Niro e gols de Pelé http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/23/maquiador-de-hollywood-conta-segredos-de-bastidores-em-livro/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/23/maquiador-de-hollywood-conta-segredos-de-bastidores-em-livro/#respond Thu, 23 Mar 2017 19:11:03 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/Screen-Shot-2017-03-23-at-2.28.23-PM-180x156.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6114 O jogador Pelé, durante os intervalos das filmagens de “Fuga Para a Vitória” (1981), levava o público de um estádio em Budapeste, na Hungria, ao delírio fazendo gols de bicicleta. A casa de Elizabeth Taylor era decorada por obras de arte “sérias” e a atriz mantinha um papagaio no quarto. O pequeno apartamento de um quarto de Sylvester Stallone, em Hollywood, era infestado de baratas. O cineasta John Huston jamais acordava cedo para filmar. Uma cláusula no contrato de Shirley MacLaine garantia que ela não trabalhava após às 18h. Mia Farrow sempre comia uma banana e fazia cara de entendiada enquanto um barrigão de grávida lhe era aplicado no set de “O Bebê de Rosemary” (1968). Robert De Niro roncava – durante a sessão de maquiagem de “O Touro Indomável” (1980). Quando acordava, não era mais o ator que estava ali, e sim o pugilista Jake LaMotta. Essas são algumas histórias da autobiografia “Makeup Man”, do maquiador californiano Michael Westmore, lançada terça (21) nas livrarias americanas.

Capa do livro, que chegou às livrarias esta semana. (Foto: Reprodução)

Westmore, 78, que ganhou um Oscar de melhor maquiagem em 1985, pelo filme “Marcas do Destino”, pertence à realeza dos maquiadores de Hollywood. Seu avó, George Westmore (1879-1931), um peruqueiro e barbeiro londrino estimado por muitos (o primeiro-ministro inglês Winston Churchill foi cliente), imigrou para os Estados Unidos em 1917, criando o primeiro departamento de maquiagem da história de Hollywood.

Vovô Westmore teve seis filhos. Toda a prole trabalhou em departamentos de maquiagem de estúdios de cinema concorrentes. Monte Westmore (1902-1940), pai do autor, ajudou a desenvolver as imagens de símbolo sexual de Rodolfo Valentino e Clara Bow. Ele também foi o responsável por criar o look “flapper”, conhecido no brasil como “estilo melindrosa”. Monte criou a cicatriz que o ator Paul Muni ostenta no filme “Scarface – A Vergonha de uma Nação” (1931). Cinco décadas mais tarde, o filho fez o mesmo trabalho em Al Pacino no remake “Scarface” (1983), dirigido por Brian De Palma.

Os tios de Westmore também se destacaram. Perc Westmore (1904-1970), trabalhou em “Casablanca” (1942) e cuidava pessoalmente da maquiagem de Bette Davis, que gostava de ficar bem à vontade na cadeira: sempre nua. Wally Westmore (1906-1973) trabalhou em vários filmes de Hitchcock e desenvolveu as sobrancelhas de Audrey Hepburn para o filme “Bonequinha de Luxo” (1961). Ern (1904-1967) cuidou da maquiagem de filmes noir de Hollywood e Bud (1918-73), além de trabalhar com Stanley Kubrick em “Spartacus” (1960), criou o protótipo da boneca Barbie em 1957.

No set de “Minha Doce Gueixa”, Westmore aplica maquiagem em Shirley MacLaine. (Foto: Paramount Pictures)

 

O tio caçula, Frank (1923-1985), que trabalhou no seriado de TV “Casal 20”, era mais invocado. Nas filmagens de “O Último dos Valentões” (1975), filme estrelado por Robert Mitchum, o produtor esqueceu de alimentar sua equipe em cena filmada tarde da noite. Frank voluntariou-se a comprar hambúrgueres para a produção. Na volta, negou um sanduíche para um figurante de barriga vazia chamado Sylvester Stallone. “Ele disse: ‘sai fora’ e meu deu as costas”, revelou Stallone à Michael Westmore, quando o último era entrevistado para o cargo de maquiador no filme “Rocky, Um Lutador” (1976).

Com Stallone, Michael Westmore manteve longa colaboração, cuidando da maquiagem de todos os “Rockys”, “Fuga Para Vitória”, com Pelé, e “Rambo – Programado Para Matar” (1983). “Rocky, um Lutador” ajudou a sedimentar a reputação de Westmore, que vinha de trabalhos menores ou freelancers com estrelas. O processo de aplicar base e uma fina prótese de plástico abaixo dos olhos de Sly Stallone, que criava a ilusão de macro-cortes e diversos estágios de cicatrização de hematomas, durava 20 minutos.

Westmore aplica maquiagem no rosto de Stallone. Ao fundo, o ator Burguess Meredith. (Foto: Divulgação)

Como se tratava de uma produção independente, o dinheiro era excasso. Para filmar uma cena na qual o personagem Rocky Balboa pratica golpes contra uma carcaça de boi dependurada por ganchos de ferro, a equipe do diretor John G. Avildsen entrou ilegalmente num abatedouro da Califórnia, de madrugada, quando funcionários já haviam saído. Como o sangue das carcaças fica coagulado e Stallone queria o efeito do líquido espirrando contra seu rosto, Westmore foi obrigado a improvisar. Criou duas bolsas de plástico com sangue falso. Mas como afixá-las? Foi quando o maquiador encontrou dois alfinetes no bolso da calça.

A morte do mentor de Balboa, Mickey, foi uma das últimas cenas a ser filmada. Por contrato, o ator Burguess Meredith tinha que sair do set às 18h. “Ele ficou ‘morto’ durante todo o tempo: em cena e nos intervalos – para descansar”, escreve Westmore. “Muito de vez em quando o ‘cadáver’ rompia o silêncio e perguntava para mim, preocupado: ‘menino, que horas são?’”, conclui o maquiador.

Shirley MacLaine era outra que não trabalhava após as 18h. Westmore caiu de paraquedas no set de “Minha Doce Gueixa” (1962). Seu tio, Frank, teve um ataque cardíaco durante as filmagens, e MacLaine ficou sem seu maquiador favorito. “Ela tem um jeito hiperativo de ser e, logo de cara, disse que eu tinha apenas 20 minutos para aplicar-lhe a maquiagem, processo, que facilmente, duraria uma hora para ser realizado”, lembra Westmore. Mais tarde, MacLaine explicaria ao maquiador que ela tinha problemas nas costas e não aguentava ficar muito tempo sentada. Em certas ocasiões, MacLaine abandonava o trailer de maquiagem com o trabalho incompleto. “Tinha que encontrá-la, com a cena para começar, para aplicar uma sobrancelha que faltava. Surpresa, ela usava sua frase preferida: ‘oh, merda!’”

No set do faroeste “Sangue em Sonora” (1966), Marlon Brando tinha que interpretar um personagem de linhagem indígena. Segundo Westmore, que era assistente de maquiagem, o ator queria tingir o cabelo de preto (ou usar uma peruca), alargar as narinas e ter uma protuberância na ponta do nariz. Não bastasse isso, queria uma maquiagem para torná-lo moreno e um dente de ouro. Len Wasserman, o chefão do estúdio, viu as filmagens dos testes de maquiagem e espumou: “Não, não, não. Eu pago um milhão de dólares para ver Brando, e agora não posso enxergá-lo por debaixo de toda aquela maquiagem”, escreve Westmore. O patrão venceu.

Westmore com uma das oito próteses criadas para o filme “Marcas do Destino”, que lhe rendeu o primeiro e único Oscar.

A categoria do Oscar de melhor maquiagem foi instituída pela Academia de Hollywood em 1981. Westmore ganhou sua primeira e única estatueta em 1985 (dividida com o colega Zoltan Elek), depois de ser contratado pelo diretor Peter Bogdanovich para criar a complicada maquiagem do filme “Marcas do Destino”. Na produção (“que só saiu da prancheta por causa que Cher era considerada ‘the money’”), o ator Eric Stoltz interpreta Roy Lee “Rocky” Dennis, o garoto americano que sobreviveu até os 16 anos de idade com a raríssima doença displasia craniometafisária, na qual o cálcio que é distribuído no corpo fica concentrado no crânio, alargando e distorcendo as feições faciais.

A mãe de Rocky, que doou o crânio do filho para a Universidade de Stanford, permitiu que Westmore o estudasse. Antes mesmo de Stoltz ser contratado para o papel, Westmore desenvolveu uma réplica de cera da cabeça, com olhos de vidro e uma peruca ruiva. Oito versões foram criadas até chegar-se a definitiva. Maquiadores tinham um desafio extra: os olhos de Stoltz eram muito próximos um do outro. A última fase da maquiagem que durava três horas e meia consistia na aplicação de sardas e marcas de acne no rosto do ator.

Eric Stoltz e a atriz Laura Dern em cena de “Marcas do Destino”. (Foto: Divulgação)

Ao todo, Westmore teve quatro indicacões para o Oscar e 42 para o Emmy. Ele venceu 9 estatuetas Emmy, cinco delas pelos spinoffs de “Jornada nas Estrelas” e que consumiram boa parte de sua carreira – “Star Trek: A Nova Geração” (1987), “Deep Space Nine” (1993) e “Voyager” (1995).

Um dos trabalhos mais importantes da carreira de Westmore foi “O Touro Indomável” (1980), do diretor Martin Scorsese, com quem o maquiador havia trabalhado anteriormente em “New York, New York” (1977). Ao contrário do pugilista Rocky Balboa de Stallone, o Jake LaMotta de De Niro era um esportista verdadeiro e que acompanhou boa parte das filmagens, até Scorsese expulsá-lo do set por opinar demais.

A maquiagem de De Niro também era mais complicada. O ator precisava de várias próteses de látex no nariz, assim como os mais diversos tipos de cortes e hematomas no rosto. O trabalho de Westmore no filme começou oito meses antes das filmagens. Para que não fosse fotografado por paparazzi, De Niro se submetia às sessões de testes de maquiagem na casa de Westmore. “Ele ficou tão íntimo, que chegava e abria a geladeira, procurando por comida”. Nos intervalos, De Niro desenvolveu uma ligação afetiva com a filha de dois anos do maquiador. Mais tarde, o ator sugeriu que a menina interpretasse a filha do lutador do filme.

Westmore discute a maquiagem de De Niro com o diretor de fotografia Michael Chapman. (Foto: United Artists)

Depois que as filmagens das cenas de luta acabaram (o treinador de De Niro disse que o ator ficou tão preparado que podia participar de uma ou duas lutas oficiais de boxe), um outro maquiador e amigo de Westmore havia desenvolvido uma barriga postiça para o ator usar na fase em que LaMotta fica totalmente fora de forma. Não foi preciso: comendo muito macarrão e comida tailandesa em restaurantes de Los Angeles, De Niro saltou naturalmente de 68 para 97 quilos. Durante as cenas filmadas em Nova York, a equipe ficava alojada no hotel Mayflower, no centro da cidade, onde também o balé russo se hospedava. “Morríamos de medo de que, algum dia, um dos bailarianos parasse a gente e pedisse para desertar”, conta Westmore.

Pelo fato de o filme ter sido rodado em preto-e-branco, o sangue criado por Westmore era um xarope de chocolate. Mas este resolveu adicionar sangue verdadeiro na mistura, deixando-a pegajosa. Como as cenas de lutas não eram feitas em um só take, o trabalho para limpar o corpo de De Niro era demorado.

No último dia de filmagens, Westmore encontrou dois estranhos no set. Veio a saber que um deles era um dublê para De Niro e o segundo, um fluffer, o profissional que atua na indústria de filmes pornôs e cuida da manutenção da ereção dos atores. Jake LaMotta havia explicado à Scorsese que tinha de se abster sexualmente, para se preservar, nas vésperas de suas lutas. Para se livrar de ereções indesejadas – e elas sempre ocorriam – LaMotta enfiava o pênis num balde de gelo. Scorsese queria muito a cena no filme, mas De Niro se recusou a ter um close-up de suas partes mais íntimas imortalizadas na tela. O diretor então a filmou com dublês, mas a cena nunca chegou a fazer parte da versão americana do filme.

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Distribuidor deixou ‘Aquarius’ de fora da corrida do Oscar http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/01/25/distribuidor-nunca-inscreveu-aquarius-na-corrida-do-oscar/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/01/25/distribuidor-nunca-inscreveu-aquarius-na-corrida-do-oscar/#respond Wed, 25 Jan 2017 03:13:52 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/Screen-Shot-2016-12-12-at-11.23.48-PM-180x77.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5670 Após o anúncio dos indicados para o Oscar 2017, feito hoje (24) de manhã, em Los Angeles, analistas correram para apontar os grandes esnobados do ano. Segundo um crítico da rede de TV americana CBS, a Academia de Hollywood ignorou o trabalho de várias atrizes, “incluindo Amy Adams, Annette Benning, Sandra Huller e Sonia Braga”.

Nas semanas e dias que antecederam o anúncio de hoje, críticos de cinema fizeram lobby para seus filmes, atores e roteiristas favoritos durante o ano cinematográfico de 2016. Um crítico do “Los Angeles Times” sugeriu aos votantes que considerassem a interpretação de Sonia Braga, em “Aquarius”, dirigido por Kleber Mendonça Filho. Dois críticos do “The New York Times” apontaram que Braga e Mendonça Filho “deveriam” ser indicados respectivamente nas categorias de melhor atriz, diretor e roteiro original. Votantes geralmente precisam de bastante sugestões, uma vez que, na primeira cédula de votação, eles precisam escrever o nome de cinco atores, roteiristas ou diretores de arte, o primeiro nome sendo o favorito e, o último listado, o menos.

Mas foi muito amor por nada.

“’Aquarius’, Sonia Braga e Kleber Mendonça Filho eram totalmente inelegíveis para o Oscar: a distribuidora (americana, a Vitagraph Films) não inscreveu o filme oficialmente”, disse Natalie Kojen, uma das diretoras de assessoria de imprensa da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas ao Baixo Manhattan.

Até o desenho "Angry Birds - O Filme" foi inscrito na corrida do Oscar. Mas "Aquarius" , que deveria estar listado por ordem alfabética, não apareceu. (Foto: Reprodução)
Até o desenho “Angry Birds – O Filme” foi inscrito na corrida do Oscar. Mas “Aquarius” , que deveria constar nesta lista, em ordem alfabética, não foi oficialmente inscrito pela distribuidora Vitagraph Films. (Foto: Reprodução)

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Críticos e profissionais de Hollywood que torciam por “Aquarius”, esqueceram de dar uma olhada minuciosa na lista oficial dos 336 filmes elegíveis para as principais categorias do Oscar (a seleção de melhor filme estrangeiro segue uma lista diferente).

O filme de Mendonça Filho não constava dessa lista que tinha de tudo. Desde títulos celebrados como “La La Land – Cantando Estações”, “Manchester à Beira Mar” e “Moonlight: Sob a Luz do Luar”; passando por produções estrangeiras como “Elle”, “A Criada” e “Toni Erdmann”; e longas massacrados pela crítica como “Zoolander 2”, “Independence Day: O Ressurgimento” e a comédia “Tirando um Atraso”. Mesmo o último título, um vexame no currículo de Robert De Niro, era totalmente elegível para o Oscar – caso algum masoquista quisesse dar seu voto.

Contatado em inúmeras ocasiões pelo blog, David Shultz, chefe da Vitagraph Films, não se manifestou a respeito de sua decisão de não inscrever o filme na corrida do Oscar. Shultz só inscreveu “Aquarius” no Globo de Ouro e no Independent Spirit Awards. Para o último prêmio, a produção brasileira chegou a ser indicada na categoria de “melhor filme internacional”. Pode-se especular que a decisão de Shultz tenha sido monetária. É necessário investir uma boa soma para que um filme ganhe visibilidade durante a campanha do Oscar.

Trata-se da segunda barreira imposta a “Aquarius” na tentativa de conseguir uma indicação para o Oscar. No ano passado, a comissão instituída pelo Ministério da Cultura para escolher o filme oficial para representar o Brasil na categoria do Oscar de melhor filme estrangeiro, optou por outro título: “Pequeno Segredo”, de David Schurmann.

Muitos apontaram a primeira omissão como um represália política contra Kleber Mendonça Filho e equipe, que protestaram contra o impeachment de Dilma Rousseff durante o Festival de Cannes, em maio.

Já a total inelegibilidade do filme no Oscar teve reações fervorosas dos profissionais da indústria de Hollywood contatadas pelo blog. “É algo bastante insólito. Sou muito fã do filme desde que o assisti pela primeira vez em Cannes”, explicou Pete Hammond, editor-chefe do site “Deadline Hollywood”. Já segundo um produtor de Nova York que lança vários filmes estrangeiros no mercado americano, e que pediu para seu nome não ser revelado, “trata-se de um desrespeito total por parte do distribuidor do filme, uma decisão bem atroz, se você quer mesmo minha opinião sincera”.

Kleber Mendonça Filho e a produtora Emilie Lesclaux também foram procurados pelo blog. Sem explicar o motivo da não inscrição do filme no Oscar pela distribuidora americana, Lesclaux apenas disse que considera o fato “lamentável”.

Mesmo vetado no Oscar, “Aquarius” finaliza nos próximos meses sua trajetória internacional. Depois de ser lançado, com sucesso, na Argentina, o filme chega em breve na Espanha, Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia e Turquia.

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‘NYT’ diz que ‘Aquarius’ deveria concorrer a três Oscars http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/01/08/nyt-diz-que-aquarius-deveria-concorrer-ao-oscar-de-atriz-e-diretor/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/01/08/nyt-diz-que-aquarius-deveria-concorrer-ao-oscar-de-atriz-e-diretor/#respond Sun, 08 Jan 2017 17:25:05 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/01/Screen-Shot-2017-01-08-at-12.16.49-PM-180x108.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5645 Em sua tradicional lista anual dos filmes, diretores, atores e roteiristas que “deveriam ser indicados para o Oscar”, publicada hoje (8) pelo jornal “The New York Times”, dois dos três críticos titulares da publicação fizeram duas vezes menção ao nome de Sonia Braga para o prêmio de melhor atriz e ao de Kleber Mendonça Filho, duplamente citado para a categoria de melhor diretor e roteirista.

Segundo o crítico A.O. Scott, Kleber “deveria” ser indicado ao Oscar de melhor diretor ao lado de dois jovens americanos – Barry Jenkins (por “Moonlight: Sob a Luz do Luar”) e Damien Chazelle (“La La Land – Cantando Estações”) – e duas cineastas europeias: a inglesa Andrea Arnold (“Docinho da América”) e a alemã Maren Ade (“Toni Erdmann”).

Screen Shot 2017-01-08 at 12.17.53 PM

Já Sonia Braga foi lembrada também por Scott, que é co-crítico-chefe de cinema do jornal, e Stephen Holden. Scott acha que Braga “deveria” ser indicada juntamente com a atriz francesa Isabelle Huppert (“Elle”), a alemã Sandra Hüller (“Toni Erdmann”), a inglesa Tilda Swinton (“A Bigger Splash”) e a americana Taraji P. Henson (“Estrelas Além do Tempo”).

Já Holden coloca as já citadas Braga, Huppert e Hüller na lista juntamente com as atrizes sul-coreana Kim Min-Hee (“A Criada”) e a francesa Lou Roy-Lecollinet (“Três Lembranças de Minha Juventude”).

“Aquarius” também é citado pelo crítico Stephen Holden na categoria de melhor roteiro original. Kleber Mendonça Filho aparece ao lado de Jim Jarmusch (pelo roteiro de “Paterson”), Guy Hibbert (“Decisão de Risco”), Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira-Mar”), e Paul Laverty (“Eu, Daniel Blake”).

A escolha dos críticos do “New York Times” é uma espécie de “lista maldita” e poucas vezes traduz o gosto mais comercial da Academia de Hollywood, que divulga o nome de todos seus indicados no dia 24 de janeiro.

 

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Músico paulista tem chance tripla no Oscar de trilha sonora http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/musico-paulista-tem-chance-tripla-no-oscar-de-trilha-sonora/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/musico-paulista-tem-chance-tripla-no-oscar-de-trilha-sonora/#respond Wed, 14 Dec 2016 00:26:33 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5548 O músico paulista Marcelo Zarvos é elegível para concorrer ao Oscar de melhor trilha sonora por seu trabalho em três filmes: “Fences”, dirigido pelo ator Denzel Washington; “A Escolha”, produção independente de Ross Katz; e “Nosso Fiel Traidor”, filme inglês de Susanna White.

Já o músico gaúcho Heitor Pereira tem chances de concorrer com a trilha sonora feita para o desenho “Angry Birds – O Filme”.

A Academia de Hollywood divulgou hoje (13) à tarde a lista com as 145 trilhas elegíveis para o Oscar da categoria. Entre os trabalhos pré-selecionados estão composições de músicos consagrados no cenário pop-rock como Pharrell Williams (pelo filme “Estrelas Além do Tempo”); Nick Cave (“A Qualquer Custo”); e John Mellencamp (por “Ithaca”, longa dirigido pela ex- namorada do músico, a atriz Meg Ryan).

O cineasta Jim Jarmusch também está no páreo pela trilha de seu próprio filme, “Paterson”, drama com Adam Driver, exibido no Festival de Cannes deste ano.

O músico indiano A.R. Rahman, vencedor de dois Oscars por “Quem Quer Ser Milionário?”, tem chances pela trilha de “Pelé – O Nascimento de Uma Lenda”. Rahman também poderá disputar o Oscar pela canção “Ginga”, composta para o mesmo filme.

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Canção de filme sobre Pelé pode concorrer ao Oscar http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/cancao-de-filme-sobre-pele-pode-concorrer-ao-oscar/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/cancao-de-filme-sobre-pele-pode-concorrer-ao-oscar/#respond Tue, 13 Dec 2016 21:05:01 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/Screen-Shot-2016-12-13-at-4.07.47-PM-180x101.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5535 A canção “Ginga”, escrita pelo músico indiano A.R. Rahman e com vocais da cantora santista radicada nos EUA, Anna Beatriz, está na disputa para uma das cinco vagas do Oscar da categoria. A Academia de Hollywood anunciou hoje (13) o nome das 91 canções elegíveis para o prêmio.

“Ginga” faz parte da trilha sonora do filme “Pelé – O Nascimento de uma Lenda”, biografia do craque que vai desde sua infância até o título da Copa do Mundo de 1958, na Suécia, quando ele tinha 17 anos. Pelé é interpretado pelos atores Kevin de Paula e o garoto Leonardo Lima Carvalho. Rahman também pode disputar o Oscar pela trilha sonora do filme.

Em 2009, o músico Rahman venceu dois Oscars (melhor canção e trilha sonora) pelo filme “Quem Quer Ser um Milionário?”, dirigido por Danny Boyle.

Entre os músicos que podem concorrer ao próximo Oscar estão Pink (por canção do filme “Alice Através do Espelho), Ellie Goulding (“O Bebê de Bridget Jones”), Sia (pelos filmes “The Eagle Huntress” e “Demônio de Neon”), Iggy Pop (“Ouro e Cobiça”), Pharrell Williams (“Estrelas Além do Tempo”), Adam Levine (“Sing Street”), Peter Gabriel (“Snowden – Herói ou Traidor”), Shakira (“Zootopia – Essa Cidade É Bicho”), e Justin Timberlake (“Trolls”). Também no páreo estão o ator e diretor Clint Eastwood e a escritora J.K. Rowling por terem co-escrito canções respectivamente para os filmes “Sully – O Herói do Rio Hudson” e “Animais Fantásticos e Onde Eles Habitam”.

 

 

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Curta de animador paulista poderá concorrer ao Oscar http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/11/23/curta-de-animador-paulista-pode-concorrer-ao-oscar/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/11/23/curta-de-animador-paulista-pode-concorrer-ao-oscar/#respond Wed, 23 Nov 2016 19:24:37 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/11/Screen-Shot-2016-11-23-at-2.13.19-PM-180x123.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5429 O desenho “Trabalho Interno” (“Inner Workings”), produzido pelo estúdio Walt Disney e dirigido pelo animador paulista Leo Matsuda, se tornou um dos dez pré-finalistas na corrida para o Oscar de melhor curta de animação. O anúncio foi feito na manhã de hoje (23) em Los Angeles.

A Academia selecionou o trabalho de Matsuda e mais outras nove produções de uma lista inicial de 69 filmes inscritos. No corte final de dez produções, Matsuda concorre com desenhos dirigidos por animadores dos Estados Unidos, Canadá, Peru, República Checa, França e Bulgária.

A lista dos cinco indicados oficiais será divulgada no dia 24 de janeiro, quando a Academia de Hollywood anuncia o nome de todos os filmes e profissionais que vão concorrer ao Oscar.

O animador Leo Matsuda tem chances no Oscar. (Foto: Divulgação)
O animador Leo Matsuda tem chances no Oscar. (Foto: Divulgação)

“Trabalho Interno” conta a história de um cérebro medroso que passa a brigar com o coração, pulmões e estômago de um homem, fazendo com que o último não tenha alegria na vida ou entusiasmo em seu trabalho enfadonho.  O curta antecede o longa de animação “Moana – Um Mar de Aventuras”, teve mega-lançamento hoje nos Estados Unidos: 3.800 salas.

É esperado que “Moana”, que tem músicas de Lin-Manual Miranda, o criador do musical fenômeno da Broadway “Hamilton”, fature US$ 80 milhões no feriado prolongado de Ação de Graças, celebrado amanhã (24) nos EUA. Ambos os desenhos serão lançados no Brasil no dia 5 de janeiro.

 

 

 

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Músico paulista pode concorrer ao Oscar por filme de Denzel Washington http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/11/07/musico-paulista-pode-concorrer-ao-oscar-por-filme-de-denzel-washington/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/11/07/musico-paulista-pode-concorrer-ao-oscar-por-filme-de-denzel-washington/#respond Tue, 08 Nov 2016 01:49:53 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/11/Screen-Shot-2016-11-07-at-8.19.54-PM-180x115.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5338 O compositor paulista Marcelo Zarvos tem chances de se tornar um dos cinco finalistas na categoria de melhor trilha sonora do prêmio Oscar. Incentivo não falta. Na semana passada, o estúdio de cinema Paramount deu início à uma dispendiosa campanha (ver anúncio acima) para o último trabalho do músico brasileiro no cinema americano, o filme “Fences”, dirigido e estrelado por Denzel Washington.

O músico Marcelo Zarvos: chances de conquistar primeira indicação para o Oscar. (Foto: Reprodução)
Zarvos: chances de conquistar primeira indicação para o Oscar. (Foto: Reprodução)

A campanha do estúdio Paramount visa a temporada de premiações do cinema americano e, em especial, o Oscar, pedindo que os membros da Academia considerem Washington nas categorias de melhor filme (ele também produz o filme), diretor e ator; Viola Davis como melhor atriz; Zarvos na categoria de melhor trilha original; e até uma indicação póstuma ao premiadíssimo dramaturgo americano August Wilson, que morreu em 2005, aos 60 anos, deixando a adaptação para o cinema de seu próprio texto pronta.

Anúncio do filme "Fences" no jornal New York Times de domingo. Filme estreia nos EUA no dia de Natal. (Foto: Reprodução)
Anúncio do filme “Fences” no jornal New York Times de domingo. Filme estreia nos EUA no dia de Natal. (Foto: Reprodução)

Ambientada nos anos 50, “Fences” conta a história de Troy Maxon (Washington), um lixeiro que é atormentado pelo sonho irrealizado de se tornar um astro do beisebol, interrompido por um crime que ele acidentalmente cometeu durante um roubo. A peça, a sexta do “Ciclo de Pittsburgh”, série de dez textos que August Wilson criou para discutir temas da vida negra americana contemporânea, venceu o prêmio Pulitzer em 1987.

Em 2010, Washington e Viola Davis participaram do último revival da peça na Broadway. Ambos venceram o Tony, o Oscar do teatro. Zarvos é o responsável pela trilha sonora de três séries de sucesso atualmente nos EUA: “Ray Donovan”, “The Affair” e “One Mississippi”, essa última produzida pelo Amazon Studios. No cinema, o paulista compôs para os filmes “O Bom Pastor”, de Robert De Niro, e “Provocação”, baseado em livro de John Irving.

“Fences” estreia no dia 25 de dezembro nos Estados Unidos e chega ao Brasil no primeiro trimestre de 2017.

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Em Toronto, Sonia Braga posa para ensaio do Oscar http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/13/em-toronto-sonia-braga-posa-para-ensaio-do-oscar/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/13/em-toronto-sonia-braga-posa-para-ensaio-do-oscar/#respond Tue, 13 Sep 2016 03:19:58 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/Screen-Shot-2016-09-12-at-10.08.46-PM-180x126.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=4883 E a vida continua para a equipe de “Aquarius”, filme brasileiro com maior visibilidade e respaldo da crítica americana depois de “Central do Brasil”, de Walter Salles, e “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles. No dia em que a comissão do Ministério da Cultura selecionou o longa “Pequeno Segredo”, dirigido por David Schürmann, para ser o representante oficial do Brasil na corrida do Oscar de melhor filme estrangeiro, a atriz Sonia Braga e o diretor Kléber Mendonça Filho participaram, no Canadá, de uma sessão especial de fotos do site “The Wrap” com os melhores destaques do Festival de Cinema de Toronto.

Sonia Braga, fotografada por Geneviève Caron para o "The Wrap". (Reprodução)
Sonia Braga, fotografada por Geneviève Caron para o “The Wrap”. (Reprodução)

 

O ensaio, assim como de outras publicações especializadas em cobrir Hollywood, serve como uma espécie de termômetro da corrida do Oscar, que sempre tem seu pontapé inicial, em setembro, durante o Festival de Toronto.

Clicada pela fotógrafa Geneviève Caron, Sonia está presente na lista com duas outras potenciais candidatas ao Oscar de melhor atriz, a francesa Isabelle Huppert (pelo filme “Elle”) e americana Natalie Portman, por sua caracterização como a ex-primeira dama Jackie Kennedy no filme “Jackie”, dirigido pelo cineasta chileno Pablo Larraín.  O mesmo diretor tem outro filme, também cinebiografia, com chances no Oscar, “Neruda”, com Gael García Bernal no papel do policial recrutado para caçar o poeta Pablo Neruda.

Caso lançado este ano nos EUA, o filme "Jackie", em que Natalie Portman interpreta Jackie Kennedy pode lhe render o segundo Oscar. (Foto: Reprodução)
Filme “Jackie”, no qual Natalie Portman interpreta Jackie Kennedy, pode lhe render o segundo Oscar. (Foto: Reprodução)

Sonia que, segundo o jornal Los Angeles Times faz em “Aquarius” uma interpretação que “coroa uma carreira”, também posou ao lado de seu diretor, Mendonça Filho, chamado pela mesma publicação de “poeta cinematográfico”.

Isabelle Huppert, que faz sua estreia terça (13), no teatro novaiorquino com "Fedra", pode ser indicada para o Oscar por "Elle", do cineasta holandês Paul Verhoeven. (Foto: Reprodução)
Isabelle Huppert, que faz sua estreia terça (13) no teatro nova-iorquino com “Fedra”, pode ser indicada para o Oscar por “Elle”, do cineasta holandês Paul Verhoeven. (Foto: Reprodução)

O ensaio do “The Wrap” reúne nomes como os de Ryan Gosling, pelo musical “La La Land”; a neta de Elvis Presley, Riley Keough, por “American Honey”; a dupla Ewan McGregor e Jennifer Connelly, respectivamente diretor e atriz da adaptação cinematográfica do livro de Philip Roth, “Pastoral Americana”; David Oyelowo por “A United Kingdom”, e o cineasta Oliver Stone, que dirigiu o ultra-aguardado “Snowden”, sobre Edward Snowden, ex-técnico da Agência de Segurança Nacional Americana que tornou público programas ultra-secretos de espionagem americanos.

O ator Ewan McGregor faz sua estreia atrás das câmeras, dirigindo Jennifer Connelly em "American Pastoral" (Foto: Reprodução)
O ator Ewan McGregor faz sua estreia atrás das câmeras, dirigindo Jennifer Connelly em “American Pastoral” (Foto: Reprodução)
Chega de #oscarsowhite. O mexicano Gael García Bernal e o inglês David Oyewolo (esnobado por "Selma") tem chances com os filmes "Neruda" e "United Kingdom". (Foto: Reprodução)
Chega de #oscarsowhite. O mexicano Gael García Bernal e o inglês David Oyelowo (esnobado por “Selma”) tem chances com os filmes “Neruda” e “A United Kingdom”. (Foto: Reprodução)
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A bela e a fera: Riley Keough, neta de Elvis Presley, estrela o filme indie “American Honey”; o cineasta Oliver Stone apresenta “Snowden”, com Joseph Gordon-Levitt. (Foto: Reprodução)
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Vencedor de “zero prêmio Oscar” vira sensação no YouTube http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/05/vencedor-de-zero-premio-oscar-vira-sensacao-no-youtube/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/05/vencedor-de-zero-premio-oscar-vira-sensacao-no-youtube/#respond Thu, 05 Mar 2015 14:17:29 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=119 “Eu assisti a seu filme, cara”, diz uma jovem e atraente mulher ao ator Mark David Christenson, de 31 anos, que chegou a uma festa pós-Oscar no Hotel Roosevelt, em Hollywood, segurando uma estatueta dourada. Na noite do último dia 22, vários convivas tiraram selfies com o ator e, em questão de minutos, algumas contas do Instagram exibiram o resultado daquele momento com legendas como “Esse cara ganhou um Oscar. Parabéns a ele.” ou hashtags #menextyear (“eu no ano que vem”). Na rua, ainda agarrado à seu Oscar, Christenson continua a ser parado. Um casal pede uma foto. Enquanto o homem abre o aplicativo no iPhone, a mulher diz: “vi o seu discurso”. O homem, curioso, interpela: “por qual categoria mesmo?” A mulher sabe-tudo responde: “por melhor montagem”.

 

Naquela noite, Christenson ganhou vários Oscars. Para alguns ele disse que venceu na categoria de melhor figurino pelo filme “O Grande Hotel Budapeste”. Para outros, disse que fisgou o prêmio de melhor roteiro por “O Jogo da Imitação”. Mas, no vídeo que se tornou sensação no YouTube – e que já teve mais de 1.7  milhão visualizações em apenas cinco dias, a legenda explicativa que acompanha o nome de Christenson é bem esclarecedora: “Vencedor de Zero Oscars.”

 

Por mais de seis horas, período entre a verdadeira cerimônia do Oscar e nas horas depois dela, na qual os vencedores dos prêmios pulam de festa em festa, Christenson protagonizou uma das mais hilárias pegadinhas do ano. Apenas com um Oscar fajuto na mão, que a companhia de video New Media Rockstars, a patrocinadora do trote, comprou na internet por apenas US$ 30 (R$ 90), o ator conseguiu entrar em festas sem mostrar identidade ou convite (“não se preocupe, o Oscar é sua identidade”, diz o segurança que guardava a entrada da festa do Hotel Roosevelt), ficou sem pagar por itens que comprou numa loja de conveniência (“esqueci a carteira”, diz o ator) e ganhou uma refeição (e drinques) de graça num restaurante, enquanto a TV do estabelecimento mostrava o momento em que o cineasta Alejandro González Iñárritu recebia um de seus três Oscars da noite.

 

Mas a pegadinha ganhou momentos ainda mais surpreendentes quando, o manobrista de uma festa do Oscar entregou a Christenson, que disse ter perdido o tíquete do estacionamento, um carro BMW branco que não era dele. Christenson nem estava dirigindo naquela noite. E, no momento mais sensacional do trote, o ator fura dois bloqueios policiais da cerimônia do Oscar. Ele até brinca com meia dúzia de seguranças que o deixam passar pelo bloqueio. “Vocês já prenderam um vencedor do Oscar?” Uma segurança, rindo e alheia a pequena contravenção, responde: “Não, mas podemos prender você!” “Só fui barrado na porta de entrada do Dolby Theater, pois não tinha um convite para a cerimônia”, disse o ator em entrevista ao blog Baixo Manhattan.

 

O trote contou com uma equipe de cinco pessoas, entre eles um cinegrafista, e foi arquitetada três dias antes da cerimônia do Oscar. Integrantes da New Media Rockstars gravaram um vídeo falso de Christenson agradecendo seu Oscar e o segmento foi baixado mais tarde no iPhone do ator, caso alguém quisesse assistir – e Christenson mostrou para várias pessoas. “A grande surpresa foi ter sido inundado por esse enxame de pessoas repletas de gentileza e muito positivas, querendo me dar os parabéns e registrar fotograficamente aquele momento com um vencedor do Oscar”, diz Christenson.

O ator e comediante Mark David Christenson. (Crédito: Cortesia MDC)
O ator e comediante Mark David Christenson. (Crédito: Cortesia MDC)

 

Ninguém suspeitou do ator. Apenas um bigodudo, que tinha realmente vencido o Oscar, deu uma olhada mais atenta nba estatueta de Christenson, durante a festa do Hotel Roosevelt. O Oscar verdadeiro é a imagem de um homem careca. No de Christenson, o homem dourado é cabeludo. “Quando ele me encarou, disse a ele ‘você sabe o que estou tentando fazer aqui’. Ele simplesmente deu uma risada e não fez nenhuma menção de que queria decifrar a charada, e continuou, como eu, a posar para fotos com os convivas”, diz o ator.

 

A produção do vídeo pagou, mais tarde, pelos itens dados de graça ao “vencedor do Oscar” na loja de conveniência (“Fiquei com caixa de camisinhas”, diz o ator) e devolveu o BMW branco ao manobrista, depois que Christenson acelerou o carro pelas ruas de Hollywood com seu Oscar no colo. “Dirigi com cuidado e o carro não passou por nenhum tipo de stress!”, diz o ator.

O Oscar falso ficou em posse da produtora. Christenson não se importou. Ele tem um plano. “Estou mantendo um espaço na minha estante para um Oscar verdadeiro”, diz. “Mas isso se a Academia não me colocar numa lista negra a partir de agora”.

 

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