Sylvester Stallone enfrenta nove na corrida do Oscar de coadjuvante

Marcelo Bernardes

Em “Creed – Nascido Para Lutar”, em cartaz nos Estados Unidos desde a semana passada e a ser lançado nos cinemas brasileiros em janeiro, Sylvester Stallone, 69, faz a sétima encarnação do lutador de boxe Rocky Balboa. Dessa vez, ele passa suas luvas para um jovem discípulo, o ator Michael P. Jordan, que interpreta o filho do inimigo de Rocky, Apollo Creed. Mas Stallone não abandona o ringue sem fazer certo barulho.

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Sylvester Stallone e o discípulo Michael P. Jordan em cena do filme “Creed – Nascido Para Lutar”. (Foto: Divulgação)

Além de ter superado as expectativas de faturamento projetadas pelo estúdio Warner, o filme surpreendeu por conquistar boas críticas (o jovem diretor Ryan Coogle, 29, continua impressionando Hollywood, após sua estreia no filme “Fruitvale Station – A Última Parada”, em 2013). Mas a maior surpresa é o fato de o nome de Stallone, passados 39 anos sem nenhuma aparição no Oscar, estar sendo apontado como uma das grandes possibilidades de figurar entre os cinco indicados da categoria de melhor ator coadjuvante. No começo da semana, o ator foi eleito o coadjuvante do ano pelo grupo National Board of Review, o que serve como uma boa promoção para a temporada de prêmios de cinema.

Em 1977, o filme “Rocky, um Lutador” recebeu dez indicações para o Oscar, duas para Stallone, como ator e roteirista. Ele não venceu, mas a produção conquistou a estatueta de melhor filme, batendo hoje clássicos do cinema como “O Touro Indomável”, “Todos os Homens do Presidente” e “Rede de Intrigas”. “Rocky” ainda ganhou dois Oscars adicionais: melhor diretor (John G. Avildsen) e montagem.

Na edição de hoje da revista “Entertainment Weekly, que analisa as chances dos coadjuvantes que se destacaram este ano, Stallone aparece ao lado de outros nove intérpretes. Sly é considerado um dos azarões da categoria. Abaixo quem é quem na corrida do Oscar de melhor coadjuvante:

Apostas Certas:

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Tom Hardy, por “O Regresso” – O ator aparece em outros dois filmes bem recebidos pela crítica este ano: “Mad Max: Estrada da Fúria” e “Legend”, no qual interpreta famosos gêmeos gângsteres da Inglaterra. Mas é no novo filme do cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu, que ele parece ter mais chances. No longa, cuja ação se passa em 1822, Hardy é um caçador de peles, parceiro de Leonardo DiCaprio, que trai o amigo durante uma expedição e o deixa à morte em região gelada e inóspita.

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Michael Keaton, por “Spotlight – Segredos Revelados” – Pelo segundo ano consecutivo, Keaton deve obter uma indicação. Neste filme baseado em história real e considerado uma espécie de “Todos os Homens do Presidente” moderno, o ator é um editor do jornal “The Boston Globe”, que comanda reportagem especial sobre anos de abusos sexuais contra garotos promovidos por padres católicos da região.

Sérios Candidatos:

Mark Ruffalo, por “Spotlight – Segredos Revelados” – Como Keaton (os dois em foto acima), Ruffalo deve receber sua segunda indicação consecutiva (este ano ele concorreu como coadjuvante por “Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo”) e também por interpretar jornalista do “The Boston Globe” que trabalha na apuração da reportagem sobre os padres pedófilos.

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Benicio Del Toro, por “Sicario: Terra de Ninguém” – O ator ganhou o Oscar de coadjuvante em 2001 por “Traffic”. Agora pode entrar na disputa como ex-promotor público mexicano que ajuda (e ameaça) uma agente da FBI (Emily Blunt) em trabalho de investigação de um cartel de drogas.

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Idris Elba, por “Beasts of No Nation” – O ator inglês, que poderá se transformar no primeiro James Bond negro, tem chances de conseguir sua primeira indicação por esta produção da empresa de streaming Netflix. Elba faz um comandante de soldados infantis durante episódio de guerra civil numa nação africana.

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Mark Rylance, por “Ponte dos Espiões”. Muitos apontam Rylance como o favorito da categoria. O inglês certamente já conquistou o cineasta Steven Spielberg, que o contratou novamente para fazer parte de seu novo projeto, a adaptação do clássico infantil “O BGA (O Bom Gigante Amigo)”, do escritor Roald Dahl. Nessa primeira colaboração com Spielberg, Rylance faz o espião soviético Rudolf Abel, que é defendido pelo advogado James Donovan (Tom Hanks), em história verdadeira passada no final dos anos 50.

Azarões:

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Kurt Russell, por “Os Oito Odiados”. O novo darling de Quentin Tarantino. O marido de Goldie Hawn e intérprete do icônico Snake Plissken, presidiário-herói do filme “Fuga de Nova York”, de John Carpenter, de 1981, nunca foi indicado para o Oscar. Neste western de Tarantino, Russell é um caçador de recompensas, que atravessa região gelada carregando uma prisioneira interpretada por Jennifer Jason Leigh.

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Jacob Tremblay, por “O Quarto de Jack”. A Academia de Hollywood adora indicar atores mirins nas categorias de coadjuvante. Aos 7, Tremblay impressiona como um garoto que, junto com a mãe (Brie Larson, favorita ao Oscar de melhor atriz), passa cinco anos em cativeiro.

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Christian Bale, por “A Grande Aposta”. O filme sobre os excessos de Wall Street, que deverá enfurecer os 99%, quase não ficou pronto a tempo de ser lançado este ano. Tem elenco de famosos – Brad Pitt, Steve Carrell e Ryan Gosling -, mas é Bale, novamente tentando ficar irreconhecível em cena, que chama atenção no papel de um investidor de hedge funds que anteviu a crise do mercado imobiliário americano em 2007, uma das principais causas da quebradeira financeira da qual o mundo ainda tenta se recuperar.

 

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