Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Artista cria cão mijão para protestar contra estátua da Garota Destemida http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/05/30/artista-cria-cao-mijao-para-protestar-contra-estatua-da-garota-destemida/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/05/30/artista-cria-cao-mijao-para-protestar-contra-estatua-da-garota-destemida/#respond Tue, 30 May 2017 12:55:51 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/05/Screen-Shot-2017-05-30-at-9.19.53-AM-180x100.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6534 A celebrada estátua da Garota Destemida, símbolo de empoderamento feminino em Wall Street, ganhou uma companhia indesejada: um cão pug que urina na perna esquerda da menina.

A obra-provocação do artista nova-iorquino Alex Gardega foi instalada ontem (29) ao lado da escultura da Garota Destemida para protestar contra as raízes corporativistas da estátua e o fato de ela “desrespeitar” a famosa estátua do Touro, símbolo de Wall Street por décadas, e que agora é “confrontado” pela estátua mirim. “(A Garota Destemida) não tem nada a ver com o feminismo. Ela é um nonsense corporativo”, disse o artista ao jornal The New York Post.

O jornal The New York Post fotografou Gardega ao lado de sua obra-provocação. (Foto: Reprodução)

A estátua da Garota Destemida foi uma ideia do grupo de investimentos State Street Global Advisors, com sede em Boston, para protestar conta a desigualdade de gêneros em Wall Street. A obra foi criada pela artista Kristen Visbal e instalada desafiadoramente na frente do Touro de Wall Street no último Dia Internacional da Mulher. Gardega disse que não tem nada contra o feminismo, mas sim contra “o truque publicitário da obra”.

O pequeno cão em bronze criado por Gardega foi batizado de “Sketchy Dog” (Cão Desonesto) e é uma obra rudimentar. O artista explicou ao Post que a estátua foi mal feita de próposito, com a intenção de “denegrir a Garota Destemida, que tenta fazer o mesmo com o Touro”. “A estátua do Touro tem integridade”, disse Gardega sobre a obra do artista italiano Artudo Di Modica, criada em 1989.

 

Turistas que visitaram o local ontem desaprovaram a obra de Gardega, chamando o artista de misógino e babaca. A obra foi retirada do local, pelo próprio artista, três horas mais tarde.

Não é a primeira vez que Gardega critica obras de arte públicas que virarão sensação em Nova York. Em 2013, ele criou um painel com a frase “Bansky Go Home” (Bansky, Vá Embora”), para criticar a permanência de um mês de Bansky em Nova York, período em que o artista inglês criou dezenas de grafites nos mais diversos bairros da cidade.

Gardega na frente de seu mural contra o artista inglês Bansky. (Foto: Reprodução)
]]>
0
Mundo em miniatura pode virar novo blockbuster do turismo de NY http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/16/em-ny-incrivel-mundo-miniatura-coloca-rio-mais-proximo-de-brasilia/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/16/em-ny-incrivel-mundo-miniatura-coloca-rio-mais-proximo-de-brasilia/#respond Sun, 16 Apr 2017 04:59:11 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/Screen-Shot-2017-04-16-at-12.25.40-AM-180x134.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6383 Um admirável mundo novo do tamanho de um campo de futebol está sendo finalizado no antigo prédio do jornal The New York Times, na rua 44, centro de Nova York.

Na tarde de quinta-feira (13), em uma segunda visita deste blog ao local, a situação era a seguinte.

Dois jovens usando proteção descartável para os sapatos cuidavam dos últimos detalhes das montanhas multicoloridas do Parque Geológico Zhangye Danxia, na China, mais conhecida como Montanhas Arco-Íris. Uma fiação ainda pairava sob uma pirâmide do Egito. O museu Guggenheim de Nova York estava praticamente pronto. Só faltava alguém arrancar a fita crepe de uma das laterais do prédio originalmente criado pelo arquiteto Frank Lloyd Wright.

O verniz da comentada estátua da Garota Destemida, símbolo do empoderamento feminino que fica desafiadora na frente do touro de Wall Street, já havia secado. Também prontos estavam a Garganta do Diabo, a maior queda das Cataratas do Iguaçu, com uma cascata de 500 litros de água, e o Caminito, em Buenos Aires.

No Rio de Janeiro, com holofotes verde e amarelo iluminando o Cristo Redentor, o organograma estava um pouco atrasado. A praia de Copacabana se encontrava seca, pois a bomba de água ainda não funciona. E o bondinho do Pão de Açúcar ainda não havia sido instalado. Porém, o calçadão já estava sendo frequentado por vários cariocas e turistas. E no trânsito da orla, até um caminhão da marca de chocolates Garoto era visível.

As duas capitais brasileiras, enfim, juntas. (Foto: Marcelo Bernardes)

Está faltando muito pouco tempo para a inauguração oficial, no dia 9 de maio, da exposição “Gulliver’s Gate” (O Portão de Gulliver), um incrível mundo em miniatura representado por 100 cidades, de 50 países, e que está custando US$ 40 milhões para ser construído. Inspirado no Miniatur Wunderland em Hamburgo, na Alemanha, a nova atração de Nova York deve se tornar uma das paradas turísticas obrigatórias da região do Times Square.

A exposição é tão engenhosa, atraente e compatível ao formato dos instagramadores que seus criadores esperam mantê-la funcionando por pelo menos dez anos. A direção executiva é de Eiran Gazit, que foi ex-major do exército israelense por 14 anos, antes de apresentar Israel, seu primeiro “mundo” em miniatura, em 2013. Um ano mais tarde, Gazit decidiu ser mega-ambicioso com “Gulliver’s Gate”. Fez uma campanha na Kickstarter, com orçamento inicial de US$ 20 mil, logo atraindo investidores. Seu maior sócio, co-criador da exposição, é Michael Langer, executivo do ramo imobiliário de Nova York.

O hotel Marina Bay Sands e o museu ArtScience, do arquiteto israelense Moshie Safadie, ambos em Cingapura. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Como na Lilliput criada pelo escritor irlandês Jonathan Swift, todos os 300 lugares de 50 países – cartões postais ou não -, foram construídos numa escala de 1:87, ou seja próximos dos 15 cm da história de Swift que transformou o médico Lemuel Gulliver num gigantão. Esse mundo de 4.5 mil metros quadrados é dividido em oito seções, construídas em forma de bancadas. Ele é habitado por 100 mil pessoas em miniatura, com 10 mil carros e caminhões nas ruas, incluindo um da empresa transportadora Vasconcelos Logística.

 

Os Beatles atravessam a Abbey Road. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Uma pessoa normal de 1m80 de altura é representada na exposição por um bonequinho de 2 centímetros. Entre os 100 mil habitantes, alguns ilustres como John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison atravessando, obviamente, a Abbey Road. Existem muitos easter eggs a serem descobertos na exposição. É preciso muita destreza, no melhor estilo Onde Está Wally?, para localizar o Homem-Aranha no topo da Brooklyn Bridge, Dom Quixote e o cavalo Rocinante se aproximando de um moinho de vento na Espanha, ou um bando de ursos, na Rússia, que armam um levante contra seus caçadores, roubando e empunhando as armas deles. Os criadores da exposição prometem novos easter eggs periodicamente.

 

Homem-Aranha, na Brooklyn Bridge, é um dos vários easter eggs da exposição. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Ao contrário do mundo atual, o do Gulliver’s Gate é pacífico como num parque da Disney. Meca é ordeiramente ultra-populada. Jerusalém é um retrato de serenidade, unindo Via Dolorosa com a ponte Chords, criada pelo arquiteto Santiago Calatrava e inaugurada em 2008. Mas existem “pequenos probleminhas” perturbando a paz mundial. Na Bélgica, pode se encontrar um foco de incêndio numa reserva florestal. Em Nova York, duas mulheres parecem ser mantidas como refém durante assalto. Numa rua próxima do Kremlin, um urso (ah, os ursos!) estrangula o trânsito. E, no Egito, múmias correm atrás de turistas como se fosse parte da trama de uma comédia hollywoodiana estrelada por Abbott e Costello.

As gracinhas desta exposição são desprovidas (por enquanto) de qualquer polêmica, pois seus criadores decidiram que os “mundos” só seriam criados por artistas que entendessem a cultura retratada. Dentro dessa “concepção”, argentinos criaram toda a América Latina e os italianos toda a Europa.

 

Cena de um roubo em Manhattan. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Os modelos em miniaturas foram desenhados via computador e depois criados por impressoras 3D num período de 12 meses. Cerca de 600 pessoas, divididas em sete times de artistas, trabalharam em partes diferentes do planeta. As miniaturas foram mais tarde despachadas para Nova York.

A construção de Nova York, a mais complicada, durou 11 meses e envolveu uma equipe de 16 pessoas que trabalharam num galpão no Brooklyn. Os mínimos detalhes foram observados, como as construções do bairro do Village, em Nova York, com seus característicos telhados com papel de piche e paredes externas de tijolo exposto, com direito a desgastes provocados pela ação do tempo.

A América Latina não foi relegada à segundo plano (a Austrália e a África ganharam menos atenção). A região é a que tem a maior bancada da exposição: com 113 metros quadrados. Também foi a única a ganhar uma ilha central, e com direito a água corrente que permite, no caso do Canal do Panamá, que grandes navios circulem pela área. Em outras partes do mundo, lagos e rios foram feitos de papel celofane verde e azul, e barcos, lanchas e canoas deslizam por eles com a ajuda de imãs.

 

Trem passa pelas linhas e geóglifos de Nasca e das Pampas de Jumana, no Peru. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Uma equipe de 15 argentinos construiu a maquete da América Latina num estúdio em Buenos Aires em exatos 58 dias, antes de despacharem pedaços dela para Nova York. Entre os destaques estão as ruínas de Machu Picchu, no Peru, e as de San Ignácio Miní, em Buenos Aires, afluentes do rio Amazonas e as linhas e geóglifos de Nasca e das Pampas de Jumana, no Peru. Outras maquetes foram construídas em Nova Jersey (a capital americana Washington), Jerusalém (a seção Oriente Médio), Pequim (China), Rimini (Europa) e São Petersburgo (Rússia).

 

Jerusalém. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A primeira das bancadas, na entrada da exposição, é dedicada à Nova York. Todas os lugares mais famosos da cidade estão representados, incluindo desde a Broadway até o quase finalizado prédio residencial, em forma de uma pirâmide distorcida, feito pelo arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, na rua 57.

Licenças geográficas e de períodos foram tomadas. O museu Guggenheim está quase do lado da Grand Central Station, e os bairros Chinatown e Little Italy são apresentados em suas versões do começo do século 20, com chão de terra batida e cavalos como meio de transporte.

Na parte brasileira, a Catedral de Brasília fica ao pé do Corcovado. Ao fundo da obra de Oscar Niemeyer, pode se ver o topo da torre do banco ICBC, em Buenos Aires. Há também uma comunidade carente erguida em cima de um túnel no canto direito da praia de Copacabana.

 

Detalhe de comunidade carente no Rio. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A parte latino-americana ainda tem muitas linhas de trem que cortam dos Pampas à América Central. Existe um total de 1 mil trens em miniaturas percorrendo a exposição, com 12 mil vagões. Muitos deles funcionando via interatividade. Os visitantes podem interagir de várias maneiras, incluindo botões que mostram o interior de uma pirâmide do Egito, um concerto de música clássica na cidade de Praga e várias opções de show de rock num palco na Inglaterra, incluindo a banda Queen, The Clash, e Adele, esta última cantando “Rolling in the Deep”.

 

A Cidade Proibida, na China, e as torres Petronas, na Malásia. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

China, Rússia e Índia roubam a cena, ajudadas pela iluminação da exposição, que simula a luz do fim do dia, ou a hora mágica. Os monumentos de Washington D.C. destoam das demais partes, por serem confinados e protegidos por caixas de vidro. Mas as maquetes impressionam. O Lincoln Memorial tem a figura de Martin Luther King discursando em sua frente, um casal de noivos e a estátua de Abraham Lincoln sentado na cadeira. Na frente da Casa Branca, um presidente caubói (seria Ronald Reagan?) parece esperar por alguém. Aos fundos da sede do governo americano rola uma festinha e, em uma de suas laterais, duas mulheres tomam sol de biquini.

 

Casa Branca com presidente caubói na porta. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Sem espaço para comida e lojinhas de souvenir, a exposição tem outros truques mais inventivos para faturar. Entre elas, um dos raros scanners de corpo inteiro, o Cobra 3G Body, que captura ângulo de 360 graus dos visitantes. Os participantes podem escolher por um avatar em miniatura, que pode se juntar permanentemente à população de 100 mil pessoas do mundo liliputiano (não falta espaço para isso) ou uma versão maior, em 16cm, que fica pronta em até quatro dias. Ambas são feitas via impressora 3D.

 

Versões miniaturizadas da equipe da Gulliver’s Gate e as maiores em 16 cm, ambas feitas por impressora 3D. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A exposição está em período de pré-estreia e tem ingressos com desconto (eles precisam ser reservados na internet) que custam US$ 25. Depois da estreia oficial, no dia 9 de maio, os ingressos para adultos vão custar US$ 36 na porta (US$ 32 on-line) e crianças e idosos pagam US$ 28 (US$ 24 on-line).

 

Assista making of da maquete da América Latina, feita em Buenos Aires:

 

Abaixo outras fotos:

China: arranha-céus e Cidade Proibida. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Pão de Açúcar ainda sem o bondinho. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Estátua da Liberdade, de Nova York, com as costa de fora. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Meca foi construída em Jerusalém. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Pessoas caminham pela Brooklyn Bridge, em Nova York. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Novíssimo prédio residencial do arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, em Nova York, está na exposição. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A Grand Central Station, um dos pontos altos da exposicão. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Outro ângulo da Grand Central Station, com seus andares subterrâneos. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Egito esconde um dos easter eggs: múmias correndo atrás de turistas. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Ponte da Mulher em Buenos Aires. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Consertando Manhattan com durex. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Retocando as montanhas multicoloridas da China. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Broadway, o parque suspenso High Line e até um muro com pichação. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Lagos são feitos com papel celofane e embarcações se movimentam com imãs. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Meu dedo “gulliverniano” na Abbey Road. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Dedo em Copacabana. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

De olho no Brasil. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Veneza e o Coliseu foram construídos em Rimini, na Itália. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Europa com Torre de Pisa ao fundo. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Torre de Belém, em Portugal, ao pé da Eiffel, em Paris. Repare fotógrafo (com tripé) em primeiro plano, fazendo imagem de um casal de noivos. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Outro ângulo de comunidade carente no Rio. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Arco do Triunfo e o rio Sena, em Paris. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Fila para entrar no museu do Louvre. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Maquete da Rússia foi construída em São Petersburgo. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Central de controle da exposição pode ser vista pelo público. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Scanner Cobra 3G Body faz bonecos em miniatura e em 16 cm. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

 

O Taj Mahal. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A estátua da Garota Destemida enfrenta o touro de Wall Street. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Detalhe caminhão da Garoto na orla. (Foto: Marcelo Bernardes)
]]>
0
Prefeito estende permanência da Garota Destemida em Wall Street http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/27/prefeito-estende-permanencia-da-garota-destemida-em-wall-street/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/27/prefeito-estende-permanencia-da-garota-destemida-em-wall-street/#respond Mon, 27 Mar 2017 23:32:15 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/Screen-Shot-2017-03-28-at-6.47.32-PM-180x142.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6197 Diga ao touro que fico!

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou hoje (27) de manhã que a estátua da Fearless Girl (Garota Destemida) ficará na região de Wall Street por mais um ano. A Garota Destemida seria removida na semana que vem, mas de Blasio estendeu o prazo de permanência da pequena de 1m20 de altura e rabo de cavalo até 8 de março de 2018, o próximo Dia Internacional da Mulher.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, posa com a Garota Destemida. (Foto: Michael Appleton/Mayoral Photography Office)

Obra da escultora americana Kirsten Visbal, a Garota Destemida fica com a mão na cintura, peito estufado, desafiante na frente do touro, símbolo de Wall Street, que foi criado em 1989 pelo escultor italiano Arturo Di Modica. O escultor protestou contra a nova instalação e processa no momento a empresa que a criou.

A empresa é o grupo de investimentos State Street Global Advisors, com sede em Boston. Eles encomendaram a Visbal uma obra que servisse de símbolo de empoderamento feminino, chamando a atenção para a desigualdade de gêneros em Wall Street, onde poucas mulheres conseguem posições de liderança. Ela foi instalada na noite de 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher, numa pequena “ilha” de paralelepípedos que fica no começo da avenida Broadway, próximo da Wall Street.

A Garota Destemida fica em Wall Street até o próximo Dia Internacional da Mulher. (Foto: Marcelo Bernardes)

Desde então, a pequena feminista aumentou o fluxo de turismo na região, arrastando para o local novos grupos demográficos: garotas adolescentes, millennials e muitas mamães.

O prefeito de Blasio disse que a Fearless Girl é um símbolo daqueles que “confrontam o medo, o poder e encontram dentro de si força para fazer o que é certo”. “Ela tem inspirado muita gente, num momento em que nós precisávamos de inspiração”, disse de Blasio.

A mulher do prefeito, Chirlane McCray, é fã da Garota Destemida e usou recentemente a mídia social para protestar contra um tipo de Wall Street que apareceu numa foto tentando roçar a virilha contra a estátua.

 

]]>
0
Escultor do touro de Wall Street critica a ‘garota destemida’ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/21/escultor-do-touro-de-wall-street-critica-a-garota-destemida/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/21/escultor-do-touro-de-wall-street-critica-a-garota-destemida/#respond Tue, 21 Mar 2017 13:51:52 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/Screen-Shot-2017-03-21-at-9.36.28-AM-180x135.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6080 E a “garota destemida” fez o pai do touro bufar.

O escultor italiano Arturo Di Modica, 76, criador da estátua de bronze “Charging Bull”, símbolo de Wall Street e escultura mais visitada em Nova York depois da Estátua da Liberdade, revelou que não está nada contente com a garota feminista de 1m20 de altura que foi parar – desafiadora – na frente de seu trabalho. “Eles estão tirando vantagem”, disse Di Modica ao jornal “Daily News” de hoje (21). “Não é correto. Eles estão insultando todo o povo americano, meu trabalho e eu”, prosseguiu.

O “eles” que Di Modica se refere é o State Street Global Advisors, grupo de investimentos com sede em Boston que comissionou a escultora americana Kirsten Visbal para que essa criasse uma obra que servisse de símbolo da igualdade de gêneros em Wall Street, onde poucas mulheres conseguem posições de liderança. Na noite de 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher, a estátua da “Fearless Girl” foi instalada na frente do touro.

“Garota Destemida” e o touro. (Foto: State Street Global Advisors)

“Charging Bull”, que pesa 3.200 quilos, foi criada em 1989 como símbolo de esperança após o grande crash na bolsa de valores de Nova York em 1987. Na época, Di Modica disse que seu trabalho representava “a força, o poder e a esperança do povo americano quanto ao futuro”. Ao “Daily News” de hoje, Di Modica explicou que sua estátua é naturalmente inclusiva, sem panfletagem. “Fiz para todo o povo americano. Não criei (meu trabalho) para homens, mulheres ou gays”.

Di Modica espera que o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, não mantenha mais a “garota destemida” na frente do touro além do dia 2 de abril, data da retirada da estátua. Com permissão de ficar no local apenas por uma semana, de Blasio estendeu a permanência da garota por mais três semanas, devido ao sucesso e a legião de turistas – especialmente garotas – que o novo trabalhou atraiu ao local, a alguns quarteirões de distância da Bolsa de Valores de Nova York. Além da mulher de Bill de Blasio, Chirlane McCray, ser uma grande fã da garota, abaixo-assinados estão sendo preparados no momento para convencer o prefeito a mantê-la no local.

Turistas visitam a “garota destemida”. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A fúria de Di Modica pode soar como hipocrisia. Ele bancou independentemente o projeto do touro de bronze, investindo cerca de US$ 320 mil na obra. No natal de 1989, sem permissão da prefeitura, usou um caminhão para transportar o touro e depositá-lo ilegalmente ao pé de uma árvore de natal, bem na frente da Bolsa de Valores de Nova York. Removida pela polícia e trancafiada num galpão no bairro da periferia do Queens, a estátua ganhou um novo local para ficar, devido a pressão popular. Por pouco o “Charging Bill” não foi parar em Las Vegas. Um dono de um hotel fez uma proposta ao escultor. Di Modica não aceitou.

Estátua fica oficialmente no local até dia 2 de abril. (Foto: Marcelo Bernardes)
]]>
0
Campanha é criada para manter ‘Garota Destemida’ em Wall Street http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/18/campanha-e-criada-para-manter-garota-destemida-em-wall-street/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/18/campanha-e-criada-para-manter-garota-destemida-em-wall-street/#respond Sat, 18 Mar 2017 20:39:10 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/Screen-Shot-2017-03-18-at-4.12.59-PM-180x101.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6010 Dezenas de garotas pegam o metrô com destino à ponta sul de Manhattan só para vê-la. Aproveitando o símbolo de empoderamento feminino que ela impôs em tão curto tempo, fazem selfies que propagam a mensagem. Na segunda-feira (13), durante uma tempestade de neve, alguém a cobriu com um guarda-chuva com as cores do arco-íris (fotos acima são da rede ABC7News). Afinal de contas, ela só usa um vestidinho que lhe bate nos joelhos.

Grupo de garotas posa ao lado da Fearless Girl na manhã de hoje (18). (Foto: Marcelo Bernardes)

Um engraçadinho de terno e gravata – com panca de corretor de mercado financeiro – recentemente tentou roçar sua virilha contra o ombro dela. Assim que a foto viralizou nas redes sociais, a primeira-dama de Nova York, Chirlane McCray, protestou, chamando a brincadeira de “nada engraçada”.

A estátua de bronze da Fearless Girl (Garota Destemida) é uma das mais quentes atrações turísticas de Nova York. Com apenas 1m20 de altura, a menina com rabo de cavalo aparece desafiadora, peito estufado, mãos na cintura, na frente da famosa estátua do touro de 3.200 quilos, com grandes colhões, criada em 1989 pelo escultor ítalo-americano Arturo Di Modica e, desde então, símbolo de Wall Street.

Placa aos pés da Fearless Girl diz “conscientize-se sobre o poder das mulheres na liderança”. (Foto: Marcelo Bernardes)

A garota foi colocada ali por seus criadores – o grupo de investimentos State Street Global Advisors e a escultora Kirsten Visbal, na véspera (7) do dia internacional da mulher, para protestar contra a falta da presença feminina no topo da liderança das grandes empresas. Deveria ter ficado no local por apenas sete dias. Mas o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, ao ser briefado da peregrinação de turistas ao local e o sucesso da ocasião nas redes sociais (incluindo tuítes, fotos ou outros posts feitos por políticos, empresários e atrizes de Hollywood), estendeu a permanência da garota no local até o dia 2 de abril.

 

A Fearless Girl é uma das atrações turísticas mais quentes de NY no momento. (Foto: Marcelo Bernardes)

Agora, dois abaixo-assinados, um deles organizado pelo change.org, já acumulam milhares de assinaturas. E eles estão próximos de atingirem a cota necessária para pressionar o prefeito de Blasio a deixar a garota no local, em caráter permanente. “A significância da igualdade feminina não é uma questão temporária, devendo ser limitada a um dia, uma semana, ou um mês”, diz a petição.

Enquanto seu futuro físico ainda é incerto, a fama da Fearless Girl pelo menos ficará para sempre registrada na internet. Ela já tem uma página na Wikipedia. E, a propósito, a escultora Visbal disse que a Fearless Girl foi inspirada em duas garotas: uma delas, uma latina de 9 anos de idade.

Engraçadinho que tentou esfregar a virilha contra a estátua irritou a primeira-dama de NY, Chirlane McCray . (Foto: Reprodução)

 

Peito estufado, rabo de cavalo e mãos na cintura. A Fearless Girl tem 1m20 de altura e muito poder. (Foto: Marcelo Bernardes)
]]>
0