Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Mundo em miniatura pode virar novo blockbuster do turismo de NY http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/16/em-ny-incrivel-mundo-miniatura-coloca-rio-mais-proximo-de-brasilia/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/16/em-ny-incrivel-mundo-miniatura-coloca-rio-mais-proximo-de-brasilia/#respond Sun, 16 Apr 2017 04:59:11 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/Screen-Shot-2017-04-16-at-12.25.40-AM-180x134.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6383 Um admirável mundo novo do tamanho de um campo de futebol está sendo finalizado no antigo prédio do jornal The New York Times, na rua 44, centro de Nova York.

Na tarde de quinta-feira (13), em uma segunda visita deste blog ao local, a situação era a seguinte.

Dois jovens usando proteção descartável para os sapatos cuidavam dos últimos detalhes das montanhas multicoloridas do Parque Geológico Zhangye Danxia, na China, mais conhecida como Montanhas Arco-Íris. Uma fiação ainda pairava sob uma pirâmide do Egito. O museu Guggenheim de Nova York estava praticamente pronto. Só faltava alguém arrancar a fita crepe de uma das laterais do prédio originalmente criado pelo arquiteto Frank Lloyd Wright.

O verniz da comentada estátua da Garota Destemida, símbolo do empoderamento feminino que fica desafiadora na frente do touro de Wall Street, já havia secado. Também prontos estavam a Garganta do Diabo, a maior queda das Cataratas do Iguaçu, com uma cascata de 500 litros de água, e o Caminito, em Buenos Aires.

No Rio de Janeiro, com holofotes verde e amarelo iluminando o Cristo Redentor, o organograma estava um pouco atrasado. A praia de Copacabana se encontrava seca, pois a bomba de água ainda não funciona. E o bondinho do Pão de Açúcar ainda não havia sido instalado. Porém, o calçadão já estava sendo frequentado por vários cariocas e turistas. E no trânsito da orla, até um caminhão da marca de chocolates Garoto era visível.

As duas capitais brasileiras, enfim, juntas. (Foto: Marcelo Bernardes)

Está faltando muito pouco tempo para a inauguração oficial, no dia 9 de maio, da exposição “Gulliver’s Gate” (O Portão de Gulliver), um incrível mundo em miniatura representado por 100 cidades, de 50 países, e que está custando US$ 40 milhões para ser construído. Inspirado no Miniatur Wunderland em Hamburgo, na Alemanha, a nova atração de Nova York deve se tornar uma das paradas turísticas obrigatórias da região do Times Square.

A exposição é tão engenhosa, atraente e compatível ao formato dos instagramadores que seus criadores esperam mantê-la funcionando por pelo menos dez anos. A direção executiva é de Eiran Gazit, que foi ex-major do exército israelense por 14 anos, antes de apresentar Israel, seu primeiro “mundo” em miniatura, em 2013. Um ano mais tarde, Gazit decidiu ser mega-ambicioso com “Gulliver’s Gate”. Fez uma campanha na Kickstarter, com orçamento inicial de US$ 20 mil, logo atraindo investidores. Seu maior sócio, co-criador da exposição, é Michael Langer, executivo do ramo imobiliário de Nova York.

O hotel Marina Bay Sands e o museu ArtScience, do arquiteto israelense Moshie Safadie, ambos em Cingapura. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Como na Lilliput criada pelo escritor irlandês Jonathan Swift, todos os 300 lugares de 50 países – cartões postais ou não -, foram construídos numa escala de 1:87, ou seja próximos dos 15 cm da história de Swift que transformou o médico Lemuel Gulliver num gigantão. Esse mundo de 4.5 mil metros quadrados é dividido em oito seções, construídas em forma de bancadas. Ele é habitado por 100 mil pessoas em miniatura, com 10 mil carros e caminhões nas ruas, incluindo um da empresa transportadora Vasconcelos Logística.

 

Os Beatles atravessam a Abbey Road. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Uma pessoa normal de 1m80 de altura é representada na exposição por um bonequinho de 2 centímetros. Entre os 100 mil habitantes, alguns ilustres como John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison atravessando, obviamente, a Abbey Road. Existem muitos easter eggs a serem descobertos na exposição. É preciso muita destreza, no melhor estilo Onde Está Wally?, para localizar o Homem-Aranha no topo da Brooklyn Bridge, Dom Quixote e o cavalo Rocinante se aproximando de um moinho de vento na Espanha, ou um bando de ursos, na Rússia, que armam um levante contra seus caçadores, roubando e empunhando as armas deles. Os criadores da exposição prometem novos easter eggs periodicamente.

 

Homem-Aranha, na Brooklyn Bridge, é um dos vários easter eggs da exposição. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Ao contrário do mundo atual, o do Gulliver’s Gate é pacífico como num parque da Disney. Meca é ordeiramente ultra-populada. Jerusalém é um retrato de serenidade, unindo Via Dolorosa com a ponte Chords, criada pelo arquiteto Santiago Calatrava e inaugurada em 2008. Mas existem “pequenos probleminhas” perturbando a paz mundial. Na Bélgica, pode se encontrar um foco de incêndio numa reserva florestal. Em Nova York, duas mulheres parecem ser mantidas como refém durante assalto. Numa rua próxima do Kremlin, um urso (ah, os ursos!) estrangula o trânsito. E, no Egito, múmias correm atrás de turistas como se fosse parte da trama de uma comédia hollywoodiana estrelada por Abbott e Costello.

As gracinhas desta exposição são desprovidas (por enquanto) de qualquer polêmica, pois seus criadores decidiram que os “mundos” só seriam criados por artistas que entendessem a cultura retratada. Dentro dessa “concepção”, argentinos criaram toda a América Latina e os italianos toda a Europa.

 

Cena de um roubo em Manhattan. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Os modelos em miniaturas foram desenhados via computador e depois criados por impressoras 3D num período de 12 meses. Cerca de 600 pessoas, divididas em sete times de artistas, trabalharam em partes diferentes do planeta. As miniaturas foram mais tarde despachadas para Nova York.

A construção de Nova York, a mais complicada, durou 11 meses e envolveu uma equipe de 16 pessoas que trabalharam num galpão no Brooklyn. Os mínimos detalhes foram observados, como as construções do bairro do Village, em Nova York, com seus característicos telhados com papel de piche e paredes externas de tijolo exposto, com direito a desgastes provocados pela ação do tempo.

A América Latina não foi relegada à segundo plano (a Austrália e a África ganharam menos atenção). A região é a que tem a maior bancada da exposição: com 113 metros quadrados. Também foi a única a ganhar uma ilha central, e com direito a água corrente que permite, no caso do Canal do Panamá, que grandes navios circulem pela área. Em outras partes do mundo, lagos e rios foram feitos de papel celofane verde e azul, e barcos, lanchas e canoas deslizam por eles com a ajuda de imãs.

 

Trem passa pelas linhas e geóglifos de Nasca e das Pampas de Jumana, no Peru. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Uma equipe de 15 argentinos construiu a maquete da América Latina num estúdio em Buenos Aires em exatos 58 dias, antes de despacharem pedaços dela para Nova York. Entre os destaques estão as ruínas de Machu Picchu, no Peru, e as de San Ignácio Miní, em Buenos Aires, afluentes do rio Amazonas e as linhas e geóglifos de Nasca e das Pampas de Jumana, no Peru. Outras maquetes foram construídas em Nova Jersey (a capital americana Washington), Jerusalém (a seção Oriente Médio), Pequim (China), Rimini (Europa) e São Petersburgo (Rússia).

 

Jerusalém. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A primeira das bancadas, na entrada da exposição, é dedicada à Nova York. Todas os lugares mais famosos da cidade estão representados, incluindo desde a Broadway até o quase finalizado prédio residencial, em forma de uma pirâmide distorcida, feito pelo arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, na rua 57.

Licenças geográficas e de períodos foram tomadas. O museu Guggenheim está quase do lado da Grand Central Station, e os bairros Chinatown e Little Italy são apresentados em suas versões do começo do século 20, com chão de terra batida e cavalos como meio de transporte.

Na parte brasileira, a Catedral de Brasília fica ao pé do Corcovado. Ao fundo da obra de Oscar Niemeyer, pode se ver o topo da torre do banco ICBC, em Buenos Aires. Há também uma comunidade carente erguida em cima de um túnel no canto direito da praia de Copacabana.

 

Detalhe de comunidade carente no Rio. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A parte latino-americana ainda tem muitas linhas de trem que cortam dos Pampas à América Central. Existe um total de 1 mil trens em miniaturas percorrendo a exposição, com 12 mil vagões. Muitos deles funcionando via interatividade. Os visitantes podem interagir de várias maneiras, incluindo botões que mostram o interior de uma pirâmide do Egito, um concerto de música clássica na cidade de Praga e várias opções de show de rock num palco na Inglaterra, incluindo a banda Queen, The Clash, e Adele, esta última cantando “Rolling in the Deep”.

 

A Cidade Proibida, na China, e as torres Petronas, na Malásia. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

China, Rússia e Índia roubam a cena, ajudadas pela iluminação da exposição, que simula a luz do fim do dia, ou a hora mágica. Os monumentos de Washington D.C. destoam das demais partes, por serem confinados e protegidos por caixas de vidro. Mas as maquetes impressionam. O Lincoln Memorial tem a figura de Martin Luther King discursando em sua frente, um casal de noivos e a estátua de Abraham Lincoln sentado na cadeira. Na frente da Casa Branca, um presidente caubói (seria Ronald Reagan?) parece esperar por alguém. Aos fundos da sede do governo americano rola uma festinha e, em uma de suas laterais, duas mulheres tomam sol de biquini.

 

Casa Branca com presidente caubói na porta. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Sem espaço para comida e lojinhas de souvenir, a exposição tem outros truques mais inventivos para faturar. Entre elas, um dos raros scanners de corpo inteiro, o Cobra 3G Body, que captura ângulo de 360 graus dos visitantes. Os participantes podem escolher por um avatar em miniatura, que pode se juntar permanentemente à população de 100 mil pessoas do mundo liliputiano (não falta espaço para isso) ou uma versão maior, em 16cm, que fica pronta em até quatro dias. Ambas são feitas via impressora 3D.

 

Versões miniaturizadas da equipe da Gulliver’s Gate e as maiores em 16 cm, ambas feitas por impressora 3D. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A exposição está em período de pré-estreia e tem ingressos com desconto (eles precisam ser reservados na internet) que custam US$ 25. Depois da estreia oficial, no dia 9 de maio, os ingressos para adultos vão custar US$ 36 na porta (US$ 32 on-line) e crianças e idosos pagam US$ 28 (US$ 24 on-line).

 

Assista making of da maquete da América Latina, feita em Buenos Aires:

 

Abaixo outras fotos:

China: arranha-céus e Cidade Proibida. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Pão de Açúcar ainda sem o bondinho. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Estátua da Liberdade, de Nova York, com as costa de fora. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Meca foi construída em Jerusalém. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Pessoas caminham pela Brooklyn Bridge, em Nova York. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Novíssimo prédio residencial do arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, em Nova York, está na exposição. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A Grand Central Station, um dos pontos altos da exposicão. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Outro ângulo da Grand Central Station, com seus andares subterrâneos. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Egito esconde um dos easter eggs: múmias correndo atrás de turistas. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Ponte da Mulher em Buenos Aires. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Consertando Manhattan com durex. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Retocando as montanhas multicoloridas da China. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Broadway, o parque suspenso High Line e até um muro com pichação. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Lagos são feitos com papel celofane e embarcações se movimentam com imãs. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Meu dedo “gulliverniano” na Abbey Road. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Dedo em Copacabana. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

De olho no Brasil. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Veneza e o Coliseu foram construídos em Rimini, na Itália. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Europa com Torre de Pisa ao fundo. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Torre de Belém, em Portugal, ao pé da Eiffel, em Paris. Repare fotógrafo (com tripé) em primeiro plano, fazendo imagem de um casal de noivos. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Outro ângulo de comunidade carente no Rio. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Arco do Triunfo e o rio Sena, em Paris. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Fila para entrar no museu do Louvre. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Maquete da Rússia foi construída em São Petersburgo. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Central de controle da exposição pode ser vista pelo público. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Scanner Cobra 3G Body faz bonecos em miniatura e em 16 cm. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

 

O Taj Mahal. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A estátua da Garota Destemida enfrenta o touro de Wall Street. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Detalhe caminhão da Garoto na orla. (Foto: Marcelo Bernardes)
]]>
0
Banido por grandes empresas, “O’Reilly” apela para comerciais de dentaduras e travesseiros http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/05/banido-por-grandes-empresas-oreilly-apela-para-comerciais-de-dentaduras-e-travesseiros/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/05/banido-por-grandes-empresas-oreilly-apela-para-comerciais-de-dentaduras-e-travesseiros/#respond Thu, 06 Apr 2017 01:47:57 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/Screen-Shot-2017-04-05-at-9.34.03-PM-180x101.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6318 O apresentador Bill O’Reilly ainda não se desculpou publicamente durante a transmissão de seu programa de notícias, “The O’Reilly Factor”, apresentado hoje à noite (5) pelo canal Fox News.

Foi a terceira apresentação do programa depois que uma reportagem do jornal “The New York Times, publicada no sábado (1o.),  detalhou os acordos financeiros, na casa dos US$ 13 milhões, que a rede Fox News fez com cinco mulheres que acusaram O’Reilly de assédio sexual. O Times teve acesso a documentos do testemunho das mulheres – algumas do staff do programa de O’Reilly, outras comentaristas convidadas – em que foram relatados desde aproximações indesejadas até telefonemas em que algumas dela notaram ruídos que indicavam que O’Reilly estava se masturbando do outro lado da linha.

Desde a publicação da reportagem, 34 companhias suspenderam anúncios de seus produtos durante os intervalos do programa, entre elas a Mercedes-Benz, Bayer e BMW.

Em vez de um remédio da Bayer ou de um carro da Mitsubishi, “The O’Reilly Factor” teve comercial de implantes dentários, que geralmente são exibidos de madrugada. (Foto: Reprodução)

Para aqueles que gostam de bons comerciais, foi uma depressão assistir às inserções publicitárias do “The O’Reilly Factor”. Parecia mais um programa exibido às 4h da manhã, do que um em pleno começo do horário nobre da TV americana, às 20h.

Os anúncios tapa-buracos, remanejados para o lugar dos comerciais bem acabados das grandes empresas, consistiram em travesseiros “made in America”, implantes dentários, colchões, loja liquidando vestidos, serviços de enfermagem para idosos, remédio contra colite, e de um escritório especializado em limpar o nome daqueles com crédito ruim.

De companhias mais reconhecidos, somente dois comerciais: um da rede de hotéis Crowne Plaza, outro da emissora de TV a cabo AMC, anunciando seu novo seriado, “The Son”, com Pierce Brosnan,.

Abaixo fotos de alguns dos comerciais tapa-buracos:

Loja popular anuncia liquidação de vestidos. (Foto: Reprodução)

 

Serviço de enfermeiras para pessoas idosas. (Foto: Reprodução)

 

Comercial de remédio contra colite. (Foto: Reprodução)
]]>
0
Anunciantes boicotam (e Trump apoia) âncora acusado de assédio http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/05/anunciantes-boicotam-e-trump-apoia-ancora-acusado-de-assedio/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/05/anunciantes-boicotam-e-trump-apoia-ancora-acusado-de-assedio/#respond Wed, 05 Apr 2017 17:14:03 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/Screen-Shot-2017-04-05-at-1.24.48-PM-180x94.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6308 O que fazer quando 34 anunciantes, entre eles as companhias de carro Mercedes-Benz e a farmacêutica Bayer, deixaram de anunciar durante o intervalo de um popular programa de TV sacudido por um escândalo de assédio sexual?

Preencher o espaço com muitas chamadas de outros programas da casa e remanejar para o horário nobre anúncios de qualidade visual menos sofisticada como um de pranchas de equilíbrio (“para esculpir seu abdôme”) que o anunciante comercializara, a preços mais módicos, para ser inserido nos intervalos da programação de madrugada.

Foi isso o que aconteceu, pela segunda noite consecutiva, durante os intervalos do noticiário “The O’Reilly Show”, um dos programas de maior audiência da emissora conservadora Fox News.

Também pela segunda noite consecutiva, seu apresentador, Bill O’Reilly, não fez qualquer menção sobre o polêmico artigo do jornal The New York Times, publicado sábado (1o.), que explicitava acordos que o canal Fox teve que negociar com cinco mulheres que alegaram terem sido vítimas de assédio sexual e abusos verbais de O’Reilly.

No artigo escrito pela dupla de jornalista Emily Steel e Michael Schmidt, documentos com testemunhos das mulheres – algumas trabalhavam diretamente com o apresentador, outras foram comentaristas convidadas do programa – mostravam que o comportamento inapropriado de O’Reilly ocorreu durante conversas corriqueiras e que o assédio incluiu aproximações indesejadas e até telefonemas em que algumas dessas mulheres notaram ruídos que indicavam que O’Reilly estava se masturbando do outro lado da linha.

Em entrevista ao jornal The New York Times feita hoje (5) no salão oval da Casa Branca, o presidente Donald Trump disse não acreditar que O’Reilly tenha feito “qualquer coisa errada” e que “pessoalmente eu acho que ele não deveria ter feito um acordo”. Trump defendeu o apresentador dizendo que conhece O’Reilly “muito bem” e que “ele é uma boa pessoa”.

Para não seguirem adiante com ações judiciais, a Fox pagou a essas mulheres um total de US$ 13 milhões. Em seu website, O’Reilly fez o único comentário oficial sobre o caso. “Estou vulnerável a processos de indivíduos que querem que eu pague para evitar publicidade negativa”. A razão dos acordos é que O’Reilly queria poupar os dois filhos adolescentes de “situações embaraçosas”.

O número da debandada de anunciantes do “The O’Reilly Factor” já chega ao de 34 empresas. Em notas divulgadas à imprensa, a companhia de carro Mitsubishi disse que lida com as alegações com “muita seriedade”, e a seguradora All State reiterou que “a inclusão e o apoio às mulheres são valores muito importantes para a companhia”.

Gráfico feito por noticiário da rede NBC mostram os anunciantes que romperam relação com o programa da Fox. (Foto: Reprodução)

A rede Fox também soltou comunicado oficial: “Valorizamos nossos parceiros e estamos trabalhando juntamente a eles para expressarmos as suas atuais preocupações com o ‘The O’Reilly Factor’”.

Segundo a jornalista do New York Times, Emily Steel, a rede Fox recentemente renovou seu contrato com o O’Reilly, “mesmo que a companhia estivesse ciente dessas acusações”. Todos os anúncios já pagos foram remanejados para outros programas da casa. Somente a companhia Jenny Craig, responsável por comercializar um sistema de comida para emagrecimento, diz que não tem intenção de romper laços com o programa.

]]>
0
‘NYT’ diz que ‘Aquarius’ deveria concorrer a três Oscars http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/01/08/nyt-diz-que-aquarius-deveria-concorrer-ao-oscar-de-atriz-e-diretor/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/01/08/nyt-diz-que-aquarius-deveria-concorrer-ao-oscar-de-atriz-e-diretor/#respond Sun, 08 Jan 2017 17:25:05 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/01/Screen-Shot-2017-01-08-at-12.16.49-PM-180x108.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5645 Em sua tradicional lista anual dos filmes, diretores, atores e roteiristas que “deveriam ser indicados para o Oscar”, publicada hoje (8) pelo jornal “The New York Times”, dois dos três críticos titulares da publicação fizeram duas vezes menção ao nome de Sonia Braga para o prêmio de melhor atriz e ao de Kleber Mendonça Filho, duplamente citado para a categoria de melhor diretor e roteirista.

Segundo o crítico A.O. Scott, Kleber “deveria” ser indicado ao Oscar de melhor diretor ao lado de dois jovens americanos – Barry Jenkins (por “Moonlight: Sob a Luz do Luar”) e Damien Chazelle (“La La Land – Cantando Estações”) – e duas cineastas europeias: a inglesa Andrea Arnold (“Docinho da América”) e a alemã Maren Ade (“Toni Erdmann”).

Screen Shot 2017-01-08 at 12.17.53 PM

Já Sonia Braga foi lembrada também por Scott, que é co-crítico-chefe de cinema do jornal, e Stephen Holden. Scott acha que Braga “deveria” ser indicada juntamente com a atriz francesa Isabelle Huppert (“Elle”), a alemã Sandra Hüller (“Toni Erdmann”), a inglesa Tilda Swinton (“A Bigger Splash”) e a americana Taraji P. Henson (“Estrelas Além do Tempo”).

Já Holden coloca as já citadas Braga, Huppert e Hüller na lista juntamente com as atrizes sul-coreana Kim Min-Hee (“A Criada”) e a francesa Lou Roy-Lecollinet (“Três Lembranças de Minha Juventude”).

“Aquarius” também é citado pelo crítico Stephen Holden na categoria de melhor roteiro original. Kleber Mendonça Filho aparece ao lado de Jim Jarmusch (pelo roteiro de “Paterson”), Guy Hibbert (“Decisão de Risco”), Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira-Mar”), e Paul Laverty (“Eu, Daniel Blake”).

A escolha dos críticos do “New York Times” é uma espécie de “lista maldita” e poucas vezes traduz o gosto mais comercial da Academia de Hollywood, que divulga o nome de todos seus indicados no dia 24 de janeiro.

 

]]>
0
‘New York Times’ chama novo ‘Star Wars’ de “medíocre” http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/new-york-times-chama-novo-star-wars-de-mediocre/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/12/13/new-york-times-chama-novo-star-wars-de-mediocre/#respond Tue, 13 Dec 2016 19:56:04 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/Screen-Shot-2016-12-13-at-2.09.26-PM-180x119.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5523 Em sua resenha disponibilizada no começo da tarde desta terça (13) no site do jornal “The New York Times”, o crítico-chefe da publicação, A.O. Scott, chamou o filme “Rogue One – Uma Aventura Star Wars” de “medíocre”. “Milhões de pessoas vão assistir a esse filme minuciosamente medíocre e convencer-se de que ele é perfeitamente encantador. É muito mais fácil obedecer do que resistir”, escreve o crítico. Scott diz que o comandante da produção, o inglês Gareth Edwards, “dirige com competência básica” e chama o roteiro escrito por Chris Weitz e Tony Gilroy, ambos também diretores conhecidos em Hollywood, de “surpreendentemente inferior”.

O crítico diz que a primeira trilogia “Star Wars” era pura, de insurgente energia, e muito divertida. Mas que agora, com a opção do estúdio Disney de imaginar novas ramificações ao universo criado pelo diretor George Lucas no final da década de 70, “começamos a ter a impressão de um trabalho servil, uma apostila escolar para um curso que não tem um emprego muito útil e que nunca irá terminar”.

Felicity Jones e Diego Luna em cena da nova aventura "Star Wars" (Foto: Divulgação)
Felicity Jones e Diego Luna em cena da nova aventura “Star Wars” (Foto: Divulgação)

Para Scott, todos os elementos dessa nova história são como “peças de um quebra-cabeças da Lego”. Mas o problema, segundo o crítico, “é que os responsáveis pelo filme jamais se incomodaram em pensar em algo interessante para fazer com elas”. E acrescenta: “qualquer duplinha de garotos de 9 anos, numa tarde chuvosa de sábado, desenvolveria aventuras melhores, e provavelmente melhores diálogos”.

Scott não malha o filme por completo. Ele reserva elogios para o elenco liderado pela atriz inglesa Felicity Jones, que ele chama de “maravilhoso”. Também aprova o novo robô de “Star Wars”, o K2SO. “Seus tons secos e sarcásticos são feitos pelo indispensável (ator) Alan Tudyk”, escreve o crítico.

O estúdio Disney, que lança “Rogue One” a partir de amanhã (14) em vários países, espera faturar internacionalmente um total de US$ 280 milhões a US$ 350 milhões nos próximos cinco dias.

 

 

]]>
0
‘Aquarius’ e Sonia Braga também são elogiados pelo NY Times http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/10/05/aquarius-e-sonia-braga-tambem-sao-elogiados-pelo-ny-times/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/10/05/aquarius-e-sonia-braga-tambem-sao-elogiados-pelo-ny-times/#respond Wed, 05 Oct 2016 22:31:24 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5187 Depois do “The Wall Street Journal”, agora foi a vez do jornal “The New York Times”, em artigo disponibilizado hoje (5) à noite em sua edição on-line, elogiar diretor e atriz do filme “Aquarius”, cuja premiere americana acontece domingo (9), dentro do Festival de Cinema de Nova York.

Em artigo que cita a grande oferta de filmes com papeis de “mulheres determinadas” na seleção do NYFF deste ano, o crítico de cinema Stephen Holden chama “Aquarius” de uma “vigorosa continuação de ‘O Som ao Redor’, filme que tornou Mendonça Filho como uma nova e importante voz do cinema mundial”.

O crítico também diz que a “excelente” Sonia Braga faz uma “intensa” interpretação como a protagonista Clara. Holden termina sua crítica relatando que a “visão da ganância e corrupção da elite” retratadas no filme causaram uma “comoção” no Brasil.

 

]]>
0