Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Governo Trump ‘ajuda’ a trazer versão de ‘1984’ à Broadway http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/11/governo-trump-ajuda-a-trazer-versao-de-1984-para-a-broadway/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/11/governo-trump-ajuda-a-trazer-versao-de-1984-para-a-broadway/#respond Sat, 11 Mar 2017 16:45:21 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/Screen-Shot-2017-03-11-at-11.24.04-AM-180x119.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5844 As maquinações da administração Donald Trump impulsionaram as vendas de livros clássicos sobre futuro distópico, com seus temas como opressão, onipresença do governo e versões paralelas da verdade.

Agora é a vez de “1984”, livro de George Orwell que está atualmente na 39a. posição da lista dos 50 best sellers do momento compilada pelo jornal “USA Today” (depois de ocupar a primeira posição), desembarcar na Broadway.

Um anúncio de página inteira, a ser publicado na edição de amanhã (12) no jornal “The New York Times”, confirma as datas da montagem de “1984” em Nova York. As pré-estreias, nas quais são feitas ajustes na encenação, começam no dia 18 de maio e a peça será lançada oficialmente no dia 22 de junho no teatro Hudson.

Pôster oficial da versão americana de “1984” publicado na edição de amanhã (12) do “NY Times” (Foto: Reprodução)

A adaptação teatral de “1984” foi criada originalmente por Robert Icke e Duncan Macmillan para o teatro inglês em 2014. A crítica do jornal inglês “The Observer” disse que a dupla conseguiu “criar algo com tremendo resultado”. “A peça tem elementos de uma história de terror e transe”, escreveu o jornal.

Ben Brantley, temido crítico teatral do “The New York Times”, assistiu à montagem em Londres e a chamou de “intencionalmente ultrajante”. A versão americana de “1984” é produzida pelo todo-poderoso da Broadway – e Hollywood – Scott Rudin, também responsável pela produção “Um Limite Entre Nós”, filme de Denzel Washington baseado em peça de August Wilson, que concorreu ao Oscar deste ano.

Cena da montagem inglesa de “1984”. (Foto: Divulgação)

 

 

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Protegida por seguranças, Keira Knightley brilha na Broadway http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/11/01/protegida-por-segurancas-keira-knightley-brilha-na-broadway/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/11/01/protegida-por-segurancas-keira-knightley-brilha-na-broadway/#respond Sun, 01 Nov 2015 16:54:11 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=2213 Mesmo que esteja fazendo sua estreia na Broadway, onde alguns críticos locais têm o poder de contribuir para o encerramento de montagens por causa de resenhas impiedosas, a atriz inglesa Keira Knightley anda se sentindo muito segura em cena. Literalmente. O Studio 54, onde ela estrela Thérèse Raquin, adaptação do livro do escritor francês Émile Zola, é o único teatro da Broadway com segurança redobrada. Tem até seguranças andando nas laterais da casa durante a apresentação. Algo raro nos teatros de Nova York.

Keira Knigthley em cena na peça Thérèse Raquin, que teve estreia oficial na quinta-feira. (Foto: Joan Marcus)
Keira Knigthley em cena da peça “Thérèse Raquin”, que teve estreia oficial na quinta-feira. (Foto: Joan Marcus)

Tudo se deve ao fato de, na primeira encenação da peça, no começo de outubro, um fã lunático ter criado um pequeno pandemônio, 15 minutos após o espetáculo ter iniciado. “Nada disso é real. Eu te amo. Case comigo, Keira!” gritou o espectador, jogando um buquê de flores no palco. Keira e os outros atores mantiveram a compostura, não interrompendo a cena. Mas o Romeu de araque continuou gritando, exigindo resposta da atriz, até finalmente ter sido colocado para fora.

Embora muitos consideraram o incidente uma chateação típica de uma grande cidade como Nova York, Keira ficou assustada, decidindo dar queixa na polícia, na manhã seguinte, para formalizar a situação de assédio. Segundo fontes, a atriz, que é casada com o músico James Righton e tem uma filha de seis meses, teria ficado abalada com o fato de o fã ter também gritado “nós vamos estar juntos no céu”.

Keira e o ator Matt Ryan têm algumas cenas de sexo na peça, uma suspensa em pleno ar. (Foto: Joan Marcus)
Keira e o ator Matt Ryan têm algumas cenas de sexo na peça, uma suspensa em pleno ar. (Foto: Joan Marcus)

Apesar dos tropeços iniciais (a atriz, esta semana, começou a aparecer no palco usando uma faixa elástica preta no punho após ter sofrido lesão no braço durante cena física com o ator que interpreta seu marido), Keira mostra que, em se tratando de heroínas literárias, não tem para ninguém. Após interpretar personagens de Jane Austen (“Orgulho e Preconceito”), Molière (“O Misantropo”) e Tolstói (“Anna Karenina”), sua adúltera e criminosa Thérèse Raquin é mais um grande trunfo feito em espartilhos.

A Thérèse de Keira é de poucas palavras. Entra em cena calada, lançando olhar contemplativo e perturbado em direção a plateia. Prossegue fitando o lado de fora das janelas, encarando a água do rio e silenciosamente ouvindo as divagações do primo Camille (Gabriel Ebert), com quem vem a se casar, e a mãe deste (Judith Light). Ao se mudarem para Paris, o trio descobre que o pecado mora ao lado: Laurent, um pintor boa pinta, passa a frequentar a casa do amigo Camille. O desejo carnal de Thérèse é à primeira vista. Como em boa trama de filme noir dos anos 50, Laurent mata o marido de Thérèse, empurrando-o para fora de um bote durante passeio bucólico num rio.

Cenários da peça são incríveis. Uma piscina foi construída ao fundo do Studio 54 para a cena dramática do crime. (Foto: Joan Marcus)
Cenários da peça são incríveis. Uma piscina foi construída ao fundo do Studio 54 para a cena dramática do crime. (Foto: Joan Marcus)

As cenas de sexo entre Thérèse e Laurent são urgentes e rápidas. Também inventivas. Em determinado momento, eles transam num pequeno quarto suspenso uns bons quatro metros no ar por duas hastes de metal. Os cenários criados Beowulf Boritt (vencedor do prêmio Tony da categoria em 2014, pela peça “Act One”) são incríveis. Para dar grande dramaticidade ao assassinato de Camille, uma piscina gigante foi construída no fundo do teatro. E o casal adúltero mais a vítima mergulham nela durante a execução do crime.

A adaptação da dramaturga Helen Edmundson (que já trabalhou com obras de Tolstói e Isabel Allende para o teatro) para o livro de Zola é vacilante, sem grandes tensões. Não ajuda o fato de que Keira engole seus homens em cena. Gabriel Ebert faz um Camille histriônico e Matt Ryan (Laurent) é aquele bonitão, tipo canastrão de novela das sete. Sobra para Keira, perfeita em cada olhar, salvar o espetáculo. E que os seguranças a continuem protegendo.

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Loira “vira-lata” rouba a cena de Matthew Broderick na Broadway http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/10/30/loira-viralata-rouba-a-cena-de-matthew-broderick-na-broadway/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/10/30/loira-viralata-rouba-a-cena-de-matthew-broderick-na-broadway/#respond Fri, 30 Oct 2015 19:13:07 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=2185 “Ei, ei, ei, ei, ei”, grita a atriz Annaleigh Ashford ao entrar em cena, e em vários outros momentos da peça “Sylvia”, lançada oficialmente na Broadway na terça-feira. Ao andar pelo Central Park, todo mundo vê que Sylvia é uma cadela vira-lata, possivelmente com traços de poodle. Mas o homem que a encontra abandonada e resolve adotá-la, a enxerga como uma loira que usa joelheiras, macacão felpudo por baixo de shortinho jeans e suéter de angorá, além de um par de botinhas peludas. O ei ei ei dela, na verdade, quer dizer au au au.

Em "Sylvia", a atriz Annaleigh Ashford interpreta uma cadela adotada por Matthew Broderick. (Foto: Joan Marcus)
Em “Sylvia”, a atriz Annaleigh Ashford interpreta uma cadela adotada por Matthew Broderick. (Foto: Joan Marcus)

Em 1995, quando essa comédia do dramaturgo A.R. Gurney sobre um homem com tendências para a bestialidade foi lançada na Broadway, Sarah Jessica Parker interpretou a cadelinha afetuosa, carente e manipuladora. Agora, neste levemente divertido revival, a curiosidade é que o marido da eterna Carrie Bradshaw de “Sex and the City”, o ator Matthew Broderick, assume o papel masculino principal, a de um homem de meia-idade, desgostoso com seu casamento, que confessa, durante uma sessão de terapia, que seu novo pet tem “uma bundinha fofa”.

Broderick é Greg, o tal homem em crise que, ao levar Sylvia para seu apartamento, encontra oposição da esposa, Kate (Julie White), uma professora de literatura inglesa que adora citar passagens shakespearianas. Com a nova presença de quatro patas, o relacionamento do casal estremece tão rapidamente, a ponto de eles procurarem um psicanalista.

Matthew Broderick é interrompido por sua cadela opinativa. (Foto: Joan Marcus)
Matthew Broderick é interrompido por sua cadela opinativa. (Foto: Joan Marcus)

Como uma boa cadelinha esperta, Sylvia sabe para que lado pender com sua afetuosidade. Ela odeia rolar no chão, mas, para satisfazer seu dono, o faz. Ela também gosta de se apoderar do sofá, de colocar o focinho na virilha das visitas indesejadas e até de opinar na crise conjugal do dono. Em determinada cena, por estar com vermes, ela arrasta a bundinha pelo chão. A cena escandalizou o crítico do jornal “The New York Times”, que chamou situação tão normal na vida de um cão de “vulgar”. “Não acho engraçado ver Ashford roçar o traseiro no chão do palco,” escreveu o crítico.

Sarah Jessica Parker foi a cachorrinha Sylvia em 1995, na Broadway. (Foto: Reprodução)
Sarah Jessica Parker foi a cachorrinha Sylvia em 1995, na Broadway. (Foto: Reprodução)

Ao contrário de “The Goat”, peça de Edward Albee vencedora do prêmio Tony em 1992 e na qual o ator Bill Pullman interpretava um arquiteto que se apaixona por uma cabra, “Sylvia” não é um texto sofisticado sobre a obsessão de um homem por um animal. A montagem vai pelo lado leve, os bons atores mantêm o público satisfeito (apesar da longa duração: duas horas) e o epílogo da peça é fofo.

Movimentação na porta do teatro Cort, na rua 48, onde "Sylvia" está sendo apresentado. (Foto: Marcelo Bernardes)
Movimentação na porta do teatro Cort, na rua 48, onde “Sylvia” está sendo apresentado. (Foto: Marcelo Bernardes)

Broderick, cujo bom DNA ainda conserva nele feições joviais do tempo em que era ídolo teen em filmes como “Curtindo a Vida Adoidado” e “Jogos de Guerra”, continua a aperfeiçoar o seu lado Jack Lemmon. Ele é um ator que consegue, independente da densidade cômica desenrolando em cena, manter a compostura, com semblante sempre digno.

Annaleigh Ashford em cena no seriado "Masters of Sex". (Foto: Divulgação)
Annaleigh Ashford em cena no seriado “Masters of Sex”. (Foto: Divulgação)

Mas, em “Sylvia” quem rouba a cena mesmo é Ashford. Difícil não resistir aos olhares carentes e as caretas de safadinha dela. A loira de 30 anos é mais conhecida do grande público por sua participação na série “Masters of Sex”, na qual interpreta a prostituta-lésbica que se torna responsável pelo laboratório do doutor Masters (Michael Sheen). Este ano, ela venceu o Tony de melhor atriz coadjuvante pelo musical “You Can’t Take It with You” e foi chamada por Ben Brantley, o respeitado crítico teatral do “New York Times”, de uma “astuta geniozinha cômica”.

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