Morre em Nova York o criador do termo ‘homofobia’

Marcelo Bernardes

O criador da palavra “homofobia”, o psicoterapeuta nova-iorquino George Weinberg, morreu em Manhattan na segunda (20), aos 87 anos. Ele tinha câncer.

Weinberg cunhou o termo em 1965, quando se preparava para fazer uma palestra para uma organização gay. Um grupo de colegas, ao saber que ele estava trazendo uma lésbica para discursar também, pediu para que o terapeuta a desconvidasse. Weinberg notou de que não se tratava apenas de preconceito, mas também havia medo imbuído na ação dos colegas, daí a necessidade de caracteriza-la como parte de uma fobia.

Em 1969, um casal gay, após entrevistar Weinberg, usou a palavra homofobia numa coluna escrita para a revista “Screw”. Foi a primeira vez que o termo apareceu publicado na imprensa.

Mas foi só alguns meses depois, em outubro de 1969, que a palavra ganhou a mídia mainstream. Numa reportagem de capa sobre a situação do homossexualismo nos Estados Unidos, a revista “Time” usou o termo para descrever um diagnóstico especial caracterizado como “pânico homossexual”, ou a mistura de apreensão e repulsa com que muitos heterossexuais americanos ainda enxergavam os gays.

Num ensaio sobre estigma sexual, feito em 2004, o dr. Gregory M. Herek, professor de psicologia da Universidade da California, chamou o uso do termo criado por Weinberg como um “marco”.

 

O psicoterpeuta George Weinberg nasceu e morreu em NY. (Foto: Reprodução)

 

Em outubro de 1969, a revista “Time” introduziu o termo “homofobia” na mídia mainstream. (Foto: Reprodução)