Dilma Rousseff ‘aparece’ em novo filme de Oliver Stone

Marcelo Bernardes

Dilma Rousseff estará para sempre imortalizada num filme de Hollywood. Uma foto de arquivo da ex-presidente preenche a tela de cinema nas sessões de “Snowden”, o novo longa do cineasta norte-americano Oliver Stone, atualmente em cartaz nos EUA.

Estrelado pelo ator Joseph Gordon-Levitt, a produção acompanha a história de Edward Snowden, o ex-analista da Agência de Segurança dos Estados Unidos (NSA), acusado de espionagem por vazar, em 2013, informações sobre um sistema ilegal de monitoramento realizado pela NSA e a CIA.

O ator Joseph Gordon-Levitt em cena de "Snowden", de Oliver Stone. (Foto: Divulgação)
O ator Joseph Gordon-Levitt em cena de “Snowden”, de Oliver Stone. (Foto: Divulgação)

A ex-presidente aparece num segmento do filme em que Stone mostra, por meio de imagens registradas por órgãos da mídia internacional, que o sistema de vigilância da NSA não era só reservado aos potenciais terroristas no exterior. Líderes mundiais com Dilma e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, assim como empresas em que os EUA tinham interesse comercial, eram alvos de espionagem feito pelas agências americanas. Logo depois da imagem de Dilma, entra na tela cenas de arquivo que mostram a fachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.

Nos últimos anos, o diretor de “Platoon” e “Nascido em 4 de Julho”, filmes que renderam a Stone dois Oscars de direção, nutre uma ‘relação’ conturbada com a ex-presidente do Brasil.

Em 2010, ele se encontrou pessoalmente com a então pré-candidata, em Brasília, chamando-a de “focada” e de “muitas informações”. A coisa azedou três anos mais tarde quando, num tuíte, Stone disse que estava “muito desapontado” com a posição de Dilma de negar “rapidamente” asilo político a Snowden. O cineasta ainda tuítou que Dilma não era ”tão astuta quanto o Lula.”

Oliver Stone criticou Dilma por negar asilo à Snowden. (Foto: Reprodução/Twitter/@theoliverstone)
Oliver Stone criticou Dilma por negar asilo à Snowden. (Foto: Reprodução/Twitter/@theoliverstone)

Em 2014, às vésperas da eleição presidencial, Stone pediu para que os brasileiros reelegessem Dilma. E fez apelo extra: “não voltem ao passado”.

Em agosto, juntamente com intelectuais como Noah Chomsky e Naomi Klein e mais artistas como Susan Sarandon, David Byrne, Brian Eno, Danny Glover e Viggo Mortensen, Stone assinou uma carta contra o processo de impeachment da presidente. “Nos solidarizamos com nossos colegas artistas e com todos aqueles que lutam por democracia e justiça em todo o Brasil”, dizia a carta, redigida em inglês e português.