“Simpsons” volta à TV satirizando campanha de Trump
Na véspera do debate presidencial entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump, que poderá bater novos recordes na TV americana amanhã (26) à noite, o desenho animado “The Simpsons” fez uma menção sobre a atual campanha política norte-americana, em especial a de Donald Trump. Nos letreiros de abertura da nova temporada (a de número 28) do desenho do canal FOX, um alienígena pilota um disco voador, que puxa uma faixa com o slogan “Make the Universe Great Again” (Fazer o universo grandioso novamente), adaptação do bordão da campanha de Trump: “Make America Great Again”. (Fazer a América grandiosa novamente).
A brincadeira é uma “inside joke” (piada interna), que faz referência a um icônico especial de Halloween do “The Simpsons”, exibido em outubro de 1996. Nele, dois alienígenas – Kang e sua irmã, Kodos (dublada por voz masculina) – invadem o planeta Terra durante a campanha presidencial e assumem as identidades dos concorrentes da época. Kodos vira o democrata Bill Clinton (tentando a reeleição); e Kang, o republicano Bob Dole.
Para Homer Simpson, único humano a saber da armação interplanetária, os dois invasores dizem: “Não importa em que vocês votem: o planeta está condenado mesmo”. Possuídos pelos ETs verdes, Clinton e Dole começam a agir estranhamente, andando de mãos dadas pelas ruas da capital americana. Em determinada cena, num comício, Dole diz ser contra o aborto. Vaiado pela multidão, rapidamente muda de opinião: “sou a favor de alguns abortos”. O público, então, o aplaude. Os alienígenas analisam o estado da eleição americana: “Tudo o que os eleitores querem ouvir é um punhado de comentários aprazíveis e sem graça, embalados pelo solo de um saxofone ou beijos em crianças”.
Nas eleições de animação, Kang derrota a irmã Kodos e transforma todos os humanos em escravos, usando-os em campos de trabalho forçado para construir uma gigantesca arma de raio laser. Algemada no pescoço, Marge Simpson, depois de levar um cascudo de um guarda, expõe sua insatisfação ao marido. Homer, então, responde cinicamente: “Don’t Blame Me, I Voted For Kodos” (Não me culpe, eu votei para Kodos). A frase, considerada uma das 20 melhores do desenho de todos os tempos, viraria uma gíria nos Estados Unidos para indicar que, independente da escolha feita, especialmente na política, as consequências teriam sido as mesmas.
O debate entre Hillary Clinton e Donald Trump acontece segunda (26) à noite, no teatro da Universidade Hofstra, que fica num subúrbio de Nova York. Analistas esperam que o embate pré-eleição gere uma audiência monstruosa. Algo próximo dos 100 milhões de espectadores, batendo um recorde que data de 1980, quando 80.6 milhões de espectadores assistiram ao debate entre o democrata Jimmy Carter (tentando a reeleição) e o republicano Ronald Reagan. Na eleição passada, um dos enfrentamentos entre o democrata Barack Obama contra o republicano Mitt Romney, teve 67.2 milhões de espectadores, e ocupa o posto de sexto debate mais visto na TV americana.
O programa “episódio único”, isto é, descontados os seriados, de maior audiência da TV americana de todos os tempos continua sendo o “Super Bowl” de 2015, quando o time New England Patriots, do marido de Gisele Bündchen, Tom Brady, bateu o Seattle Seahawks. Aquela transmissão, com show da cantora Katy Perry no intervalo do jogo, teve público de 114.4 milhões. Entre as séries, o derradeiro episódio da sátira a Guerra do Vietnã M*A*S*H*, exibido em 1983, ainda é o campeão, com 121.6 milhões de espectadores.