Revista americana algema Dilma Rousseff em especial sobre a Rio-16
Várias revistas americanas fizeram reportagens especiais sobre as Olimpíadas do Rio em suas edições de agosto, que estão chegando às bancas dos Estados Unidos esta semana. De Vogue (moda) e Essence (dirigida para os leitores negros) à Interview (cultura e moda) e GQ (moda e estilo de vida masculino), o ângulo das reportagens são, obviamente, os atletas locais como o nadador Ryan Lochte ou o decatleta Ashton Eaton, um dos poucos homens a aparecer na capa da Vogue (posando ao lado da modelo Gigi Hadid). Nas reportagens, também sobrou espaço para satirizar os problemas políticos, sociais e de infra-estrutura que castigam o Brasil e contribuem com a imagem negativa que o país vem tendo nos Estados Unidos, a pior em décadas.
A GQ, por exemplo, publicou um guia para seus leitores se familiarizarem com a “mais maluca das Olimpíadas dos últimos 3 mil anos”, sediada num país que “é o segundo maior produtor das modelos da (grife de lingerie) Victoria’s Secret”. Para a reportagem, a revista utilizou uma grande ilustração com a imagem da presidente afastada Dilma Rousseff acorrentada, fazendo dois Vs de vitória e com tucanos em seu braço esquerdo e ombro direito. A ilustração do artista francês Freak City ainda apresenta a imagem do Cristo Redentor usando um chapéu com tela mosquiteiro, das “angels” (anjos) da Victoria’s Secret e do velocista jamaicano Usain Bolt e do nadador americano Michael Phelps ostentando medalhas de ouro no peito.
O “guia” explica que o “Brasil tropical” está atualmente “cercado por enxames de mosquitos transmissores de vírus” e com praias “infestadas por superbactérias resistentes a antibióticos”. Também é citado que soldados “mataram a onça-mascote” dos Jogos e favelas foram destruídas “para criar espaço para turistas olímpicos”.
Numa coluna intitulada “Pray For Rio” (Reze pelo Rio), a revista compara alguns problemas enfrentados pelas Olimpíadas de Atenas, Grécia (2004), e as de inverno de Sochi, Rússia (2014). No quesito “não terminaram…”, a revista cita a falta de um teto no estádio aquático grego para proteger os nadadores contra o sol, mobília para os quartos de hotéis russos reservados para jornalistas e o desabamento de parte da ciclovia carioca em abril. Sobre “a maior catástrofe”, a publicação lista a crise financeira na Grécia e as leis anti-gays na Rússia. Sobre o Brasil, não há consenso. “Zika. Não, o escândalo presidencial. Não, a crise financeira. Não, a zika”, zomba a publicação.
Já a revista Outside, especializada em esportes ao ar livre e turismo de aventura, preparou um ranking sobre os problemas que “podem arruinar” a Rio-2016. A poluição das águas ganhou nota 9 em nível de risco, seguido de protestos (nota 8), vírus zika (6) e assaltos (4). Ah, o título da reportagem é: “Ainda bem que eles mantiveram a tuberculose sob controle”.
Abaixo, em nota mais positiva, fotos dos ensaios de algumas das revistas com especiais sobre a Rio-2016.