Hino tenaz de Gloria Gaynor vai sobreviver para sempre
“No início eu tive medo, fiquei paralisada. Continuava pensando que nunca conseguiria viver…”
Em 23 de outubro de 1978, a cantora Gloria Gaynor, 66, se tornou sensação ao lançar “I Will Survive”, uma das mais icônicas canções da era da discoteca. Escrita pelos compositores Freddie Perren and Dino Fekaris, a música ainda se tornaria uma espécie de hino gay (usada em momentos climáticos de shows de drag queens), e emblema do instinto de sobrevivência, adotado principalmente por mulheres vítimas de abusos domésticos.
A música agora vai sobreviver para sempre. A Biblioteca do Congresso americano anunciou na quarta (23) que o single de Gaynor, juntamente com trabalhos do compositor austríaco Gustav Mahler e do baladeiro americano Billy Joel, vai passar a fazer parte do acervo da instituição, em reconhecimento à sua contribuição histórica, e a melhor cópia da gravação conservada para consulta de gerações futuras.
Gaynor, em entrevista a rede de TV CBS, em Green Brook, cidade de Nova Jérsei, onde mora, explicou que o sucesso de “I Will Survive” vem do fato de a canção “tocar no inerente instinto de sobrevivência e na tenacidade do espírito humano”. Gaynor, que cresceu pobre e foi vítima de abuso sexual durante a infância, revela que sofreu um acidente seis meses antes da gravação da música, que a deixou temporariamente paralisada da cintura para baixo. Ela entrou em estúdio e cantou com a ajuda de uma cinta rígida para endireitar a coluna. “Foi por isso que consegui cantar aquela música com tanta convicção”.
Em ordem cronológica, algumas das 25 gravações/álbuns preservados pela Biblioteca do Congresso em 2015:
- “Let Me Call You Sweetheart” – Columbia Quartette (The Peerless Quartet) (1911)
- “Wild Cat Blues” – Clarence Williams’ Blue Five (1923)
- “Statesboro Blues” – Blind Willie McTell (1928)
- “Bonaparte’s Retreat” – W.H. Stepp (1937)
- Sinfonia No. 9 de Mahler – Orquestra Filarmônica de Viena, conduzida por Bruno Walter (1938)
- “Cry Me a River” – Julie London (1955)
- “Mack the Knife” – versões de Louis Armstrong (1956); Bobby Darin (1959).
- “A Love Supreme”- John Coltrane (1964)
- “It’s My Way” – Buffy Sainte-Marie (1964)
- “Where Did Our Love Go” – The Supremes (1964)
- “People Get Ready” – The Impressions (1965)
- “Mama Tried” – Merle Haggard (1968)
- “Abraxas”- Santana (1970)
- “Class Clown”- George Carlin (1972)
- “Piano Man” – Billy Joel (1973)
- “Bogalusa Boogie”- Clifton Chenier (1976)
- “I Will Survive” – Gloria Gaynor (1978)
- “Master of Puppets” – Metallica (1986)