Órgão americano anuncia hoje alerta para grávidas que pretendem visitar o Brasil
O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), com sede no estado norte-americano da Geórgia, deve anunciar hoje um alerta nacional dirigido para gestantes ou americanas que planejam engravidar para evitarem viajar ao Brasil e outros 13 países da América do Sul e do Caribe, após o aumento do número de casos suspeitos de bebês com microcefalia relacionadas ao vírus zika. Dois dos principais telejornais matutinos da TV americana – o “Today”, da rede NBC, e “Good Morning America”, da ABC, fizeram reportagens hoje pela manhã falando sobre “a forte reação” do CDC, que vem acompanhando a epidemia e deve intensificar sua colaboração na região. Segundo o “Good Morning America”, o CDC vai mandar dois times para o Brasil na semana que vem para montar laboratórios de estudo, e um terceiro grupo chega no final do mês. A notícia também foi veiculada pelo jornal “The New York Times”.
Mais longa e mais informativa, a reportagem do “Today” disse que o CDC está tratando o aumento de número de casos no Brasil como uma “pandemia”. O segmento notou que o vírus zika representa pouco risco para os adultos, mas que “pode ser devastador para bebês em formação no útero materno”. Fotos de bebês brasileiros vitimados pelo zika foram mostradas e as imagens chamadas de “partir o coração” e “amedrontadoras”. Cenas do exército brasileiro em ação na periferia do Rio de Janeiro também fizeram parte da reportagem.
A rede NBC ouviu o dr. Peter Hotez, do Hospital Bayor College of Medicine, com sede no Texas, tido como um dos principais experts do vírus no mundo. “O que é mais impressionante é que centenas, talvez milhares de casos de microcefalia estão concentrados particularmente no nordeste brasileiro”, disse Hotez.
Já dr. Anthony Fauci, do NIH (Institutos Nacionais de Saúde), com sede em Maryland, disse que, apesar de um caso de zika registrado no estado do Texas (e já controlado), as chances do vírus chegarem a regiões costeiras do sul americano como nos estados da Flórida, Louisiana e Texas são minímas. “Não espero o fato de que teremos problemas de uma epidemia como essa, pois nos Estados Unidos o efeito clima trabalha muito a nosso favor”, disse o médico sobre o fato de o sul americano estar experimentando um inverno de temperaturas mais rigorosas, ao contrário do nordeste do país, onde cidades como Nova York e Washington apresentam temperaturas surpreendentemente amenas para a época.
Em entrevista ao programa “Good Morning America”, o dr. Richard Besser, correspondente da emissora para assuntos de saúde, disse que “aconselha” as mulheres evitarem viajar para as áreas afetadas dos 12 países. “Mas se isso for mesmo inevitável, procure não ser mordida por um mosquito durante o dia, quando o vírus é mais ativo”. Segundo o médico, a grande preocupação em relação a epidemia no Brasil é com a proximidade dos Jogos Olímpicos no Rio. “Eles têm que criar um plano de controle antes disso”, disse Besser.