Uber está derrotando os taxistas da cidade americana de São Francisco

Marcelo Bernardes

Os serviços Uber e Lyft, que têm sede na cidade americana de São Francisco, estão derrotando a frota local de táxis. A popularidade dos aplicativos que conectam motoristas particulares a passageiros, além de um inesperado aumento no número de processos judiciais de acidentes de trânsito, são os responsáveis por uma das piores crises enfrentadas pela Yellow Cab Cooperative, a maior companhia de táxi de São Francisco. Um documento redigido para os acionistas da companhia e obtido, esta semana, pelo jornal “San Franciso Examiner” mostra que a empresa está considerando a ideia de entrar com pedido de concordata após “sérios revezes financeiros” e “implacável competição dos aplicativos”.

Segundo reportagem de hoje, 9, do telejornal “NBC Nightly News”, usuários de táxi de São Francisco estão optando cada vez mais pelos aplicativos. “O serviço (de táxi) ficou tão ruim na cidade que a única opção é usar o Uber”, disse um entrevistado.

Uma reportagem de hoje da Folha revelou que serviço Uber foi proibido em Belo Horizonte (MG). Protestos mais sérios contra o aplicativo foram feitos nas cidades de São Paulo, Paris e Chicago. Em Nova York, uma companhia de táxi local disse que perdeu quase 50% de seu rendimento mensal por causa da concorrência do Uber. Um estudo também mostra que, em Nova York, onde o Uber foi lançado em maio de 2011, não só o número de corridas dos táxis amarelos diminuiu, como também as reclamações contra abusos e o famoso mau humor dos taxistas feitas diariamente pelos passageiros. Como a revista “New York” apontou: “o Uber está tornando os taxistas da cidade mais simpáticos”.

Táxis e carros particulares Uber lado a lado nas ruas de Nova York. (Foto: Marcelo Bernardes)
Táxis e carros particulares Uber lado a lado nas ruas de Nova York. (Foto: Marcelo Bernardes)

Segundo uma expert entrevistada pela reportagem do “NBC Nightly News”, o sucesso e a praticidade dos aplicativos Uber e Lyft e mais a falta de leis locais que regulamentem esses serviços, não vão tornar as companhias de táxi obsoletas no futuro. “Pelo contrário, várias delas estão reagindo e se adaptando ao uso de novas tecnologias”, disse Sarah Kaufman, da organização de transporte urbano NYU Rudin Center.

Em Nova York, várias companhias lançaram aplicativos próprios, mas o alcance é fragmentado e a popularidade deles tacanha, se comparada com a do Uber e Lyft. No mês que vem, a cidade de Chicago vai tentar se tornar pioneira nos Estados Unidos, criando o primeiro aplicativo unificado para sua frota de quase 130 mil táxis.