Ator que faz o robô C-3PO tenta se desfazer de fama de arrogante
O inglês Anthony Daniels, 69, é o único ator de “Star Wars” a aparecer nos sete episódios da saga intergaláctica. Como seu personagem, o andróide dourado C-3PO, Daniels é bastante palpiteiro. Na verdade, segundo artigo da revista “New York” desta semana, ele vai mais além do fato de ser abelhudo: suas declarações – e comportamento no set – são “bem rudes”.
Daniels já falou mal dos Ewoks, da lataria dourada que veste em cena, disse que os colegas com quem contracenou não envelheceram bem e até deu uma estocada no verdadeiro Mestre Jedi da série, o cineasta George Lucas. O ator diz à “New York” que J.J. Abrams, o diretor de “O Despertar da Força” é muito mais “colaborativo”.
A maior rixa de Daniels é contra o ator que interpretou aquele que veio a ser o companheiro de C-3PO para todas as ocasiões, o espertinho robô R2-D2. Kenny Baker, o ator anão que interpretou o robô em seis filmes da série, descreveu Daniels como “o homem mais rude que já conheci”. Segundo Baker, Daniels dava-lhe as costas no set e só se referia a ele como “baixinho”. Na entrevista à “New York”, Daniels se recusa a falar sobre a rivalidade que dura há anos. Mas, ao jornal inglês “Daily Mirror”, em setembro, o ator deu uma estocada em Baker, dizendo que este, hoje com 81 anos, não interpreta R2-D2 em “O Despertar da Força” (o robô é feito por outro ator), mas que o nome de Baker é creditado no filme como “cortesia”. “Ele é um talismã”, disse Daniels.
Na mesma entrevista ao jornal inglês, Daniels também falou mal do trio original de “Star Wars”, em especial de Mark Hamill. “O engraçado é que a aparência de C-3PO é a mesma – Harrison (Ford), Carrie (Fisher) e Mark, não muito… Pobre Mark. Ele era um jovem bonitão quando surgiu como Luke Skywalker e agora…bem….” Daniels diz lamentar ter falado certas coisas sobre o elenco e que, por vezes, essas farpas surgiram porque ele se sentiu “menosprezado” por ficar preso dentro do andróide e as pessoas pensarem “que idiota, quem é que interpreta um personagem assim?” “Queria que alguém soubesse que eu tinha um cérebro também”, diz ele à revista. Numa espécie de retratação, Daniels disse à revista “que tem carinho por Mark” e que “adora a barba dele no filme”, confirmando o que vinha sendo só motivo de especulação até o momento: Luke Skywalker, de fato, assumiu o lado barbudo da Força.
Segundo a “New York”, Daniels nem é muito fã de ficção-científica. “Ele saiu no meio da sessão de ‘2001 – Uma Odisséia no Espaço’”. Mas, em 1975, em Londres, enquanto participava de uma montagem da peça “Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos”, do dramaturgo Tom Stoppard, foi fazer um teste para “Star Wars”, que acontecia a poucos quarteirões de distância do teatro. Daniels nem queria ir, mas seu agente disse: “não seja estúpido”.
Sobre a “lataria” que usa em cena e pesa 13 quilos, Daniels disse que ela lhe rendeu vários cortes pelo corpo. Levava duas horas para ele ir parar dentro do uniforme feito, na verdade, de plástico e fibra de vidro. Enquanto a equipe parava para ir almoçar, ele tinha que ficar dentro da vestimenta, lidando com o calor insuportável do deserto tunisiano. Para “O Despertar da Força”, Daniels pediu ao diretor J.J. Abrams que desse uma modificada na roupa. Os componentes do C-3PO agora seguem a moda do futuro: foram todos feitos por uma impressora 3D.