Insígnia nazista causa polêmica no metrô de Nova York
Para quem pega o metrô que liga a Grand Central Station à estação da Times Square, ambas na rua 42, mas em lados opostos, no centro de Nova York, leva um susto. Ao embarcarem no trem, os passageiros encontram todos os assentos recobertos pelas insígnias nazista de um lado e a do Japão Imperial do outro. As imagens não têm agradado os passageiros, que tomaram as redes sociais para reclamar – ou apenas para tentar entender o motivo delas estarem ali.
Tudo é parte da propaganda de divulgação da boa série da Amazon.com, “The Man in the High Castle” e que teve todos seus dez episódios disponibilizados na sexta-feira. Baseado no livro “O Homem do Castelo Alto”, do escritor Philip K. Dick (autor também de “Andróides Sonham Com Ovelhas?”, que serviu de base para o filme “Blade Runner – O Caçador de Andróides”), o seriado se passa no início dos anos 60 e mostra como seria a vida nos Estados Unidos caso Hitler e os japoneses não tivessem sido derrotados durante a Segunda Guerra. A série dividiu a crítica especializada.
O grande problema é que a Amazon ainda engatinha no campo de sites de streaming, ao contrário de companhias mais populares como Netflix e Hulu, e muita gente não sabe que eles tem um novo seriado no ar. Para piorar, a propaganda comissionada pela Amazon não dialoga bem com os usuários do metrô, por não apresentar nenhum slogan ou frase que conecte as imagens das insígnias com a trama fictícia da série.
E, em tempos de polêmicos comentários de intolerância racial feitos por Donald Trump e Ben Carson, pré-candidatos do partido republicano à Casa Branca, a paranoia só aumenta. Alguns passageiros estão recorrendo à mídia social para demonstrar indignacão e preocupação com a campanha, ou apenas para reiterar o quanto confusa ela é. “Isso é permitido?”, perguntou uma usuária do Twitter. Outra tuítou: “Símbolos nazistas = erro grosseiro de marketing”. Outro usuário ofereceu: “Dica para como não marketar seu programa”.
Em entrevista ao site “Gothamist”, Adam Lisberg, porta-voz da companhia de transportes de Nova York, a MTA, defendeu a campanha, dizendo que ela não contraria as novas normas da companhia, que proíbe propagandas políticas dentro de transportes públicos, estações de metrô e pontos de ônibus.
Recentemente a MTA proibiu uma campanha publicitária de um banco que apoiava o movimento em favor do aumento do salário minímo, alegando que ela era de teor político. Em outubro, a empresa vetou campanha de marca de calcinha com proteção especial contra a menstruação, por ela expor imagens consideradas fortes para crianças. Depois de vários protestos do público, a MTA voltou atrás em sua decisão.
Os anúncios do seriado da Amazon continuam a ser veiculados nos trens de Nova York até o dia 14 de dezembro.
Abaixo fotos promocionais da série: