Melhores atrizes do ano discutem técnica e salários em Hollywood

Marcelo Bernardes

A revista “The Hollywood Reporter” desta semana faz uma mesa redonda com oito das melhores atrizes de 2015. É esperado que elas, ou a maioria delas, sejam indicadas para os Oscars de melhor atriz e atriz coadjuvante.

Até o momento, as cinco mais cotadas para o Oscar de melhor atriz, e todas elas presentes na mesa redonda da revista são Cate Blanchett (por “Carol” ou “Truth”), Jennifer Lawrence (“Joy: O Nome do Sucesso”), Carey Mulligan (“As Sufragistas”), Charlotte Rampling (“45 Anos”) e, a favorita até o momento, Brie Larson (“O Quarto de Jack”).

Helen Mirren tem chances nas duas categorias com “A Dama Dourada” (atriz) e “Trumbo” (coadjuvante). Kate Winslet e Jane Fonda estão no páreo de coadjuvantes respectivamente pelos filmes “Steve Jobs” e a produção italiana “Youth”.

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As melhores frases da mesa redonda:

Jane Fonda – “Nunca quis ser atriz. Meu pai foi ator, e ele nunca trouxe alegria para casa. Então não via isso como coisa que queria fazer. Mas fui despedida de um trabalho como secretária e comecei a estudar arte dramática. Lee Strasberg disse que eu era talentosa, então comecei a ser atriz para ganhar dinheiro. E levou um bom tempo para começar a amar minha profissão.”

Brie Larson – “Larguei mão de ser atriz várias vezes. Era muito duro. Voltei duas vezes para a escola para estudar fotografia e depois para ser designer de interiores. Cheguei a meu ponto mais baixo quando quis ser treinadora de animais.”

Helen Mirren – “Adorei o que você, Jennifer (Lawrence), escreveu recentemente sobre desigualdade salarial entre atores e atrizes em Hollywood. Foi um texto simples e bastante pessoal. Entendi quando você diz que não queria ‘soar como uma pentelha’ com aquele texto. Era você tentando falar ‘quero ser educada’. A gente tem que parar de ser educada. Se eu tivesse filhos, o que não tenho, eu ia ensinar a minha filha dizer: ‘vá se foder.’”

Kate Winslet – “Não quero fazer nenhum filme que tenha atos de violência contra crianças. Não sei se poderia fazer um filme de terror. Não combina muito bem com minha alma”.

Jennifer Lawrence – “Recentemente fiz uma cena bizarra de sexo com o ator Chris Patt (para o filme “Passengers”). Para um tipo de cena assim, você tem que beber (antes). E fiquei bem, mas bem bêbada, o que acabou criando mais ansiedade quando cheguei em casa, pois perguntei a mim mesma: ‘o que fiz em cena?’ E não me lembrava!”

Charlotte Rampling – “Quando fiz “O Porteiro da Noite” com Liliana Cavani, ficou evidente que tudo o que ela queria era trabalhar e dirigir filmes. E foi o que ela fez a vida toda, pois era isso o que ela queria. Se uma mulher é determinada, ela vai conseguir ter a profissão que quiser, pois nós somos criaturas muito determinadas.”

Carey Mulligan – “Fiquei nua uma vez em cena e, antes de filmar, pensei: ‘vai ser um pesadelo’. E não foi. Minha reação foi a de dizer: ‘foda-se, agora eu estou pelada e todo mundo em volta de mim, não. Isso é hilariante.’”

Cate Blanchett – “Perguntar para mim qual é a razão de eu ser atriz é a mesma coisa que me perguntar porque você ama essa pessoa. Para mim é vocação. Não acho que escolhi a carreira de atriz. Ela me escolheu. Todos os atores que estão desempregados no momento vão dizer agora ‘oh, cale a boca’. Mas é verdade! Nem sempre quero atuar. E ai você recebe uma ligação do Martin Scorsese ou do Todd Haynes, e você é jogada de volta ao trabalho”.