Europeus começam a fazer lobby para Oscar de filme estrangeiro
Dos 67 vencedores do Oscar de melhor filme estrangeiro, desde que a categoria foi criada em 1947, 55 das estatuetas foram entregues a produções européias.
Mantendo a tradição, a entidade Promoção do Cinema Europeu (EFP), que tem sede na Alemanha, está provendo em Los Angeles, desde ontem e até o dia 8 de novembro, sessões especiais para os votantes da Academia e outros prêmios de fim de ano como o Globo de Ouro de 27 filmes europeus. As sessões ganharam um anúncio de duas páginas na última edição da revista “The Hollywood Reporter”, que cobre o showbiz americano.
A categoria de melhor filme estrangeiro do Oscar possui uma das mais complicadas regras de votação e, boa parte dos 81 filmes oficialmente aceitos este ano pela Academia, nem entra oficialmente em cartaz nos Estados Unidos. Qualquer lobby para conscientizar o seleto grupo de cerca de 300 votantes vale a partir de agora.
O Brasil está no páreo este ano com o filme “Que Horas Ela Volta?”, da cineasta Anna Muylaert. Em janeiro a Academia anuncia uma lista de nove filmes que passaram por votação prévia. Dessa lista é que saem os cinco concorrentes.
Vem da Europa, mais uma vez, o favorito a receber o prêmio no ano que vem. Trata-se da produção húngara “Son of Saul” (Filho de Saul), vencedor do Grand Prix no último Festival de Cannes. O filme estreia nos Estados Unidos na semana do Natal, com distribuição da Sony Classics, um dos mini-estúdios com lobby mais eficiente para chamar atenção dos votantes da Academia aos filmes estrangeiros. A Hungria foi indicada oito vezes ao prêmio de melhor filme estrangeiro e ganhou um estatueta, em 1981, com o filme “Mephisto”.
O estúdio Sony Classics é responsável também pelo lançamento de outro favorito, o filme alemão “Labirinto de Mentiras”, atualmente em cartaz nos Estados Unidos. Outro filme europeu em cartaz é o austríaco “Goodnight Mommy”. Na sexta-feira, cinemas de Los Angeles e Nova York começam a exibir oficialmente o representante da Espanha, “Loreak”.