Lady Gaga participa de orgia em estreia como protagonista de TV
Em “Hotel”, nova história em 13 capítulos da grife televisiva de terror “American Horror Story”, todos os olhos estão em Lady Gaga. Ontem a noite, a cantora assumiu o lugar deixado por Jessica Lange que, após quatro temporadas a frente do seriado, pediu para que seus criadores, os roteiristas Ryan Murphy e Brad Falchuk (novo namorado de Gwyneth Paltrow), a dispensassem.
Gaga apareceu em cena usando um turbante e as jóias de Norma Desmond. Ela cheirou mais cocaína que Tony Montana em “Scarface”, atravessou o corredor de um hotel tirado de “O Iluminado” (as gêmeas agora são meninos loirinhos), entrou numa sala antisséptica de “2001 – Uma Odisséia no Espaço” (o computador Hal perdeu seu espaço na parede branca para o Pac-Man) e acabou numa cama onde rolava uma orgia “pornô-soft” bem ao estilo de Zalman King, o criador de “9 ½ Semanas de Amor” e “Orquídea Selvagem”.

No papel de Condessa, uma misteriosa predadora bissexual que mora na cobertura do Hotel Cortez, centro de Los Angeles, Gaga faz sua melhor “poker face” para atravessar essa antologia de citações cinematográficas usadas para maquiar a falta de foco do roteiro. Os críticos americanos caíram matando em cima da atuação dela. “Gaga precisa infundir em sua interpretação a mesma paixão que traz à música”, disse a resenha do jornal “New York Post”. Mas Gaga nem está tão ruim assim. O problema é que os cenários do diretor de arte Mark Worthington roubam a cena.

Lady Gaga só aparece em “AHS: Hotel” lá pelas tantas. As primeiras a fazerem o check-in são duas turistas made in Suécia. Elas chegam ao Hotel Cortez, com seu lobby gigantesco, imponente e art déco, para uma estada turística. O restante do local desaponta. Os quartos tem odores de mofo e putrefação. O wi-fi não funciona e o colchão em uma das camas guarda uma surpresinha pra lá de fantasmagórica.
As visitantes não sobrevivem por muito tempo, mas boa parte do elenco das outras temporadas de “AHS” está de volta, como é de praxe. Kathy Bates faz a atendente do hotel. Dennis O’Hara é um transformista chamado Liz Taylor e que trabalha no local como assistente e carregador de malas. Sarah Paulson é viciada em heroina. Também de volta estão Angela Bassett, Matt Bomer e Lily Rabe, essa por apenas dois episódios. O rumor é que Lily vai interpretar a serial killer Aileen Wuornos, personagem real e que Charlize Theron recriou (vencendo o Oscar de atriz) no filme “Monster – Desejo Assassino”.

O ator Wes Bentley, outro que está retornando, coloca um pouco de sentido na história. Ele é um policial que investiga a ação de um serial killer. Ambos tem uma ligação com o Hotel Cortez. Cheyenne Jackson, novo no elenco, faz um magnata que compra o estabelecimento e pretende renovar o espaço, para o desespero dos demônios e almas penadas que nele habitam, e alegria dos empreendedores que ajudam na gentrificação do bairro.

Ryan Murphy, que dirige o episódio inicial de 90 minutos (ele também foi o responsável pelo piloto de outro seriado de seu acervo de horrores, o novíssimo “Scream Queens”), segue a mesma fórmula das quatro temporadas passadas: flashbacks dos personagens e muita depravação. “AHS: Hotel” mostra desde um homem sendo violentado por outro, passando por cena de mutilação sexual, até uma cena de troca de casais que termina sanguinolenta. “Limpar isso é que vai ser a merda”, diz o parceiro sexual de Gaga. “Chama a camareira!”, ela retruca.