Seriado “Blindspot” alimenta medo de ataques terroristas contra NY
É um policial quem avista, de longe, uma mala de ginástica gigante depositada no meio de uma Times Square repleta de turistas.
Ao vistoriar mais de perto o item de nylon cinza, o policial encontra uma etiqueta com a frase “chamem o FBI”. Com a região toda evacuada, um solitário desmantelador de bombas, usando trajes anti-explosivos, tenta chegar perto da mala. É quando o zíper dela começa a se abrir, de dentro para fora, expondo, primeiro, um braço e depois o ombro e a cabeça de uma mulher. Ela se levanta de dentro da mala, revelando seu corpo nu e recoberto por dezenas de tatuagens.
Assim começa o seriado “Blindspot”, que a rede NBC lançou ontem a noite nos Estados Unidos, e que promete trazer à TV, nas próximas semanas, um pouco da paranoia recente de possíveis ataques terroristas contra Nova York, criada pela prisão de alguns fanáticos do Estado Islâmico em bairros periféricos da cidade.
A mulher (a atriz Jaimie Alexander) não tem nome. O FBI a chama de Jane Doe (algo como “Maria Ninguém”), designado para pessoas sem identidade oficial. Ela foi dopada com droga que induz a perda de memória e o corpo dela está dolorido: todas as tatuagens são recentes. Uma delas (nas costas) contem em letras garrafais o nome do detetive Kurt Weller (o ator australiano Sullivan Stapleton), que é chamado para investigar o caso. Cada tatuagem é uma pista para o FBI, e o conceito da série é acompanhar, toda a semana, a investigação desses símbolos.
A primeira pista leva o FBI ao bairro de Chinatown e a uma trama terrorista, a ser conduzida por um cidadão chinês, de explodir uma das estruturas turísticas de Nova York. Jane Doe pode não possuir memória, mas ao ajudar o FBI na operação em Chinatown, descobre que sabe falar cantonês fluentemente e é mestre em artes marciais. Ela luta contra três chineses, se defendendo apenas com um cabo de vassoura.
Criado pelo roteirista suíço Martin Gero (do seriado “Stargate: Atlantis”) e com direção de Mark Pellington, diretor de videos musicais para bandas como U2 e Pearl Jam que virou cineasta, “Blindspot” é uma versão feminina de Jason Bourne e que também requenta os conceitos dos seriados Alias (que foi estrelado por Jennifer Garner) e The Blacklist, a série de maior sucesso da NBC. Nem todos os críticos ficaram impressionados. “ Não se engane: a série é ridícula”, disse crítica do jornal USA Today. Já o The New York Times ficou em cima do muro “Quem sabe a assustadora trama central é resistente o suficiente para manter a atenção (do público) a longo prazo”.