Seriado “Blindspot” alimenta medo de ataques terroristas contra NY

Marcelo Bernardes

É um policial quem avista, de longe, uma mala de ginástica gigante depositada no meio de uma Times Square repleta de turistas.

Ao vistoriar mais de perto o item de nylon cinza, o policial encontra uma etiqueta com a frase “chamem o FBI”. Com a região toda evacuada, um solitário desmantelador de bombas, usando trajes anti-explosivos, tenta chegar perto da mala. É quando o zíper dela começa a se abrir, de dentro para fora, expondo, primeiro, um braço e depois o ombro e a cabeça de uma mulher. Ela se levanta de dentro da mala, revelando seu corpo nu e recoberto por dezenas de tatuagens.

Assim começa o seriado “Blindspot”, que a rede NBC lançou ontem a noite nos Estados Unidos, e que promete trazer à TV, nas próximas semanas, um pouco da paranoia recente de possíveis ataques terroristas contra Nova York, criada pela prisão de alguns fanáticos do Estado Islâmico em bairros periféricos da cidade.

Novo seriado "Blindspot" tem começo pertubador, com uma mulher misteriosa e tatuada saindo de dentro de uma mala no meio do Times Square. (Foto: Virginia Sherwood/NBC)
Novo seriado “Blindspot” tem começo pertubador, com uma mulher misteriosa e tatuada saindo de dentro de uma mala no meio do Times Square. (Foto: Virginia Sherwood/NBC)

A mulher (a atriz Jaimie Alexander) não tem nome. O FBI a chama de Jane Doe (algo como “Maria Ninguém”), designado para pessoas sem identidade oficial. Ela foi dopada com droga que induz a perda de memória e o corpo dela está dolorido: todas as tatuagens são recentes. Uma delas (nas costas) contem em letras garrafais o nome do detetive Kurt Weller (o ator australiano Sullivan Stapleton), que é chamado para investigar o caso. Cada tatuagem é uma pista para o FBI, e o conceito da série é acompanhar, toda a semana, a investigação desses símbolos.

A atriz Jamie Alexander tem seu corpo recoberto por tatuagens para filmar "Blindspot". (Foto: Virginia Sherwood)
A atriz Jaimie Alexander tem seu corpo recoberto por tatuagens para filmar “Blindspot”. (Foto: Virginia Sherwood/NBC)

A primeira pista leva o FBI ao bairro de Chinatown e a uma trama terrorista, a ser conduzida por um cidadão chinês, de explodir uma das estruturas turísticas de Nova York. Jane Doe pode não possuir memória, mas ao ajudar o FBI na operação em Chinatown, descobre que sabe falar cantonês fluentemente e é mestre em artes marciais. Ela luta contra três chineses, se defendendo apenas com um cabo de vassoura.

Seriado também é protagonizado pelo ator australiano Sullivan Stapleton, como o agente do FBI responsável por investigas as pistas tiradas das tatuagens de Jaimie Alexander (Foto: Virginia Sherwood/NBC)
Seriado também é protagonizado pelo ator australiano Sullivan Stapleton, como o agente do FBI responsável por investigas as pistas tiradas das tatuagens de Jaimie Alexander (Foto: Virginia Sherwood/NBC)

Criado pelo roteirista suíço Martin Gero (do seriado “Stargate: Atlantis”) e com direção de Mark Pellington, diretor de videos musicais para bandas como U2 e Pearl Jam que virou cineasta, “Blindspot” é uma versão feminina de Jason Bourne e que também requenta os conceitos dos seriados Alias (que foi estrelado por Jennifer Garner) e The Blacklist, a série de maior sucesso da NBC. Nem todos os críticos ficaram impressionados. “ Não se engane: a série é ridícula”, disse crítica do jornal USA Today. Já o The New York Times ficou em cima do muro “Quem sabe a assustadora trama central é resistente o suficiente para manter a atenção (do público) a longo prazo”.