Fanáticos pelo iPhone querem “crucificar” o papa Francisco
Membros da “igreja do nosso senhor Steve Jobs” pretendem “crucificar” o papa Francisco na sexta-feira. Tudo porque a visita do pontífice a Nova York – e mais a presença de 170 líderes mundiais para a Assembléia Geral das Nações Unidas – vai afetar a entrega de milhares de iPhone 6S, a ser lançado nas lojas e entregue em casa (ou no escritório) daqueles que compraram via internet. “Se o papa atrasar a entrega do meu iPhone, vou crucificá-lo”, tuítou um devoto dos produtos Apple. “Vai ter sangue se a presença do papa em Nova York atrasar a entrega de meu iPhone”, foi a mensagem de outro fanático na redes sociais.
Milhares de novaiorquinos que compraram os dois modelos do iPhone 6S via internet para entrega na sexta-feira serão afetados. A empresa UPS, que faz a entrega dos produtos Apple, anunciou esta semana que a circulação de seus caminhões de cor marrom será suspensa em várias regiões de Manhattan. Partes dos bairros de TriBeCa, Chelsea, Midtown, East Harlem, Upper East e West Sides estarão fechados para o trânsito, durante boa parte do dia, por causa da movimentação do papa Francisco nessas áreas.
Em questão de poucas horas, o papa vai estar visitando o Ground Zero, na zona financeira da cidade, sul de Manhattan; rezando missa no Madison Square Garden; andando de carro aberto pelo Central Park; e visitando uma escola no Harlem, norte da cidade. Por conta disso, a UPS disse em sua página na Internet que muitos clientes da Apple só vão receber suas entregas na segunda-feira, 72 horas depois que o restante do país.
A visita do papa também afeta o trabalho dos carteiros, de outras empresas de entrega como a Federal Express e de serviços particulares de entrega para o mesmo dia usado pela loja virtual Amazon. Segundo estimativas, cerca de 404.000 pacotes (1.3% do volume diário de entregas originadas pelo “e-commerce”) poderão deixar de ser entregues durante o período da visita papal. Outras companhias que dependem de carros ou caminhões, como as de TV a cabo por exemplo, prometeram que, caso seus clientes tenham problemas na sexta-feira, técnicos vão usar bicicletas para concluir os reparos necessários. Segundo o Wall Street Journal, distribuidoras de cerveja e refrigerantes traçaram uma alternativa e estão despachando seus caminhões para entregas antecipadas a supermercados e bares das regiões a serem afetadas.
O papa Francisco chega a capital americana, vindo de Cuba, hoje às 16h (17h horário de Brasília), viaja para Nova York na quinta-feira depois do almoço e se dirige para a Filadélfia na manhã do sábado. As três cidades vão sofrer problemas de entregas durante o período de permanência do papa nelas. Em Nova York, o Departamento de Polícia da cidade classificou seu esquema de proteção para o papa (e para 90% dos líderes políticos mundiais que estarão em Manhattan) como a maior operação de segurança já executada na história da cidade. Pela primeira vez também na história de Nova York, metade do Central Park, em sua parte sul, estará fechada para o público a partir das cinco da manhã de sexta-feira. Uma barricada de proteção policial irá circundar toda a área onde o papa deverá fazer uma procissão em frente a 80 mil fiéis. Expulsos do parque estarão joggers, ciclistas, turistas, vendedores de cachorro quente e sorvete e até os sem-tetos.