Candidato socialista ao governo americano mira no poder corporativo

Milly Lacombe

Bernie Sanders, o senador auto-proclamado socialista que concorre à presidência dos Estados Unidos, continua levando multidões a seus comícios e ofuscado Hillary Clinton. Enquanto ganha moral Sanders vai se sentindo mais à vontade para tocar em pontos sensíveis, ou quase tabus, da política americana.

 

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Depois de falar sobre taxação de grandes fortunas, sobre proibir que corporações financiem candidatos, sobre dobrar o salário mínimo no país e sobre ser favorável ao direito de escolha da mulher ele agora mira o sistema carcerário privado.

 

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A atitude exige coragem porque o sistema carcerário controlado por corporações é uma parte altamente rentável da economia americana, com lucros anuais acima dos U$3 bilhões (ou R$10 bilhões). E, como acontece com qualquer indústria que apresenta lucros exorbitantes, boa parte desse dinheiro é usado para financiar políticos e legislações a fim de que eles mantenham as coisas como estão.

 

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O estranho não é Sanders dizer as coisas que vem dizendo porque esse é seu discurso como político há mais de 30 anos, o estranho é que agora as pessoas estão dispostas a escutá-lo. Enquanto em recente viagem pela costa oeste ele levava 70 mil pessoas a três comícios, Clinton colocava 300 pessoas em uma sala para falar sobre suas propostas.

 

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Clinton ainda está atrás de Sanders nas pesquisas, mas a margem entre eles começa a evaporar. É improvável que ele vença as primárias, mas é também importante analisar o que está acontecendo por lá porque a palavra socialismo parece que não assusta mais como antes, o que talvez indique uma mudança de atitude e consciência coletiva. E essa guinada precisa ser avaliada.

 

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