O lugar em Manhattan onde a temperatura chega aos 50 celsius

Marcelo Bernardes

A cidade de Nova York experimentou na tarde desta quarta-feira, 29 de agosto, a maior temperatura de 2015: 35.5 Celsius.

Trata-se da aferição oficial, sem o acréscimo da sensação térmica, variante que hoje elevou a marca dos termômetros acima da casa dos 40C em alguns bairros.

Trata-se do terceiro dia de uma onda de calor que deve durar até a próxima segunda-feira. Não será a mais longa da história (o recorde ainda pertence ao ano de 1953, quando a cidade enfrentou 12 dias ininterruptos de calor excessivo e, segundo reportagem da época no jornal New York Times, alguns homens podiam “torcer o paletó de terno” de tanto suor); também não será a mais quente (em julho de 1977, a onda de calor teve média diária de 36.1C). Mas, devido a um verão ameno no ano passado, quando não foi registrado nenhuma onda de calor na cidade, fazia tempo que os novaiorquinos não suavam tanto.

Estações de metrô de Nova York, como esta na região de Wall Street, ficam de 5 a 10 graus mais quentes que a temperatura da rua durante o verão. (Foto: Marcelo Bernardes)
Estações de metrô de Nova York, como esta na região de Wall Street, ficam de 5 a 10 graus mais quentes que a temperatura da rua durante o verão. (Foto: Marcelo Bernardes)

A palavra suor ganha uma nova definição no local que vem a ser o mais quente da cidade: a estação de trem da rua 168, no bairro de Washington Heights, no extremo norte de Manhattan. O inferno fica situado a dez andares abaixo do nível da rua, fazendo desta estação a mais profunda da cidade. No verão, a estação da rua 168 absorve todo o calor do asfalto. Hoje a tarde, a sensação térmica no local chegou a 51C. Uma má ideia para quem toma um dos quatro elevadores da estação usando terno e gravata.

 

No verão, as estações de metrô de Nova York ficam de 5C  a 10C mais quentes que a temperatura na rua. As mais profundas são verdadeiras arapucas. Mas nem todos os usuários do metrô enfrentam um “bad hair day” (no caso de julho e agosto, cabelo rebelde é por conta da excessiva umidade no ar). Para quem toma a linha 7, que liga a Times Square ao bairro do Queens, o calor ganha uma trégua, via o ar condicionado subterrâneo instalado na Grand Central Station. O ar é mais geladinho, mas não tanto quanto a sensação de “freezer” que é encontrada dentro de alguns vagões de trem. Mas ai trata-se de uma outra reclamação.