Candidato socialista atrai multidão e defende revolução

Milly Lacombe

Bernie Sanders, o socialista de 73 anos que vai brigar com Hillary Clinton nas primárias democratas, segue surpreendendo a mídia americana: seus comícios são os mais cheios entre os dos outros candidatos, incluindo republicanos, e nos últimos, em dois redutos conservadores – Arizona e Texas – Sanders fez barulho provocativo (em Phoenix, Arizona, havia mais de 11 mil pessoas para ouvi-lo, e em Dallas, Texas, calcula-se que houvesse mais de 6 mil, números que impressionam porque são estados historicamente republicanos).

Financiado pelo cidadão comum, Sanders recebe em média U$35 (R$100) por doação, ao contrário de Clinton, que tem sido financiada por empresários e corporações. Sanders, seguindo a trilha socialista, não aceita doação de corporações em sua campanha. Enquanto Clinton já levantou U$47 milhões (cerca de R$160 milhões), Sanders tem U$15 (ou R$ 50 milhões).

A campanha de ambos até aqui é bastante diferente. Clinton tem falado para grupos menores e tentando levantar mais dinheiro usando lobistas. Em Nova York foi ouvida por 5 mil pessoas, seu recorde até aqui.

Sanders, por outro lado, tem se conectado com a população jovem, falado para cerca de 8 mil pessoas por comício, e escolhido temas populares, como salário mínimo, taxação de grande fortunas e violência policial.

Para coordenar sua campanha o senador pelo estado de Vermont escolheu um amigo que é proprietário de uma loja de HQ, ao contrário de Clinton, que tem seguido cartilha mais conservadora, evitado temas polêmicos e buscado manter a liderança que ainda tem.

Sanders, ganhando popularidade e segurança, já faz uso da palavra “revolução” em comícios e em sua página oficial na Internet. A briga ainda é bastante desigual, mas promete esquentar e apertar.

Página inicial do website de Bernie Sanders
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