Ele visitou todos os países da Terra e escolheu seu canto predileto no planeta

baixomanhattan

O jornalista americano Albert Podell tinha 26 anos quando começou a escrever o livro que seria finalizado 50 anos depois. Mas ele não tinha pressa, tinha apenas um objetivo: colocar os pés em todos os países do mundo. Assim, essa história começa em 1962 quando ele foi ao Canadá, que para ele pareceu apenas um “Estados Unidos mais limpo” e termina 102 viagens depois, em 2014, no Iêmen. O livro, recém-lançado nos Estados Unidos, relata algumas das viagens de Podell, como a estranha visita que ele fez à Coréia do Norte.

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Sem saber se teria um visto, foi instruído pelas autoridades norte-coreanas a ir à China e esperar em Pequim pela eventual autorização. Quando ela chegou, veio repleta de exigências, como a obrigatoriedade de ficar sempre na presença de um guia e de não tirar fotos sem pedir permissão. Mas ao chegar a Pyongyang foi surpreendido por uma cidade moderna, cheia de avenidas largas e super limpas. Descobriu que o país é 80% rural e cheio de pacíficas fazendas comunitárias. Por outro lado, dos 25 milhões de habitantes apenas uma minúscula elite pode usar a Internet (trata-se da sociedade mais fechada do planeta). Podell conta da noite em que conseguiu se desvencilhar do guia que ficava com ele o tempo inteiro, mas não deu 40 passos até que um policial o mandasse voltar para o hotel.

O Haiti fica com o posto de “o pior lugar do mundo”, e o autor diz que antes mesmo de passar pelo agente da imigração no aeroporto em Porto Príncipe já teve uma ideia de que havia alguma coisa errada porque o homem fez cara de incredulidade quando ele disse que ficaria uma semana a turismo no País.

“Around The World in 50 Years” (“Ao Redor do Mundo em 50 Anos”) não é exatamente um guia de turismo, embora possa ser um, e fica mais para um livro de aventuras. Podell passou por uma situação de vida e morte no Marrocos, quase morreu afogado na África central, comeu cérebro de macaco em Hong Kong e caçou com nômades na Líbia.

Mas de tudo o que li do intrigante livro de Podell fiquei com essa parte, que está escondidinha lá pela metade do livro de 350 páginas:

“O lugar mais fascinante é Foz do Iguaçu, que é meu predileto na face da Terra. Eu me apaixonei por Iguaçu no momento em que a vi. […]. Não se surpreenda se me vir por lá, relaxando na base das cataratas, à sombra de uma árvore tropical, cercado de orquídeas e borboletas, olhando para cima em abençoada estupefação. Vou voltar assim que puder”