Para ativista americana, censurar casal lésbico de “Babilônia” seria devastador à causa
Durou pouco a celebração ao casal lésbico de “Babilônia”: a baixa audiência preocupa e pode acabar pesando no rumo da história.
Diante de rumores de que, em nome da audiência, as personagens talvez sejam “esvaziadas”, ou até deixem a trama, e diante da auto-censura que está sendo imposta nas cenas de afeto entre Fernanda e Natália, o “Baixo Manhattan” foi falar com a diretora do GLAAD, uma organização que existe há 30 anos nos estados Unidos, e que defende o interesse de gays na mídia, para saber o que isso significaria à causa.
Monica Trasandes, diretota do GLAAD, disse que se o casal deixar a novela o impacto sobre a causa seria devastador. “Seria um dia triste e muito dolorido para milhões de pessoas LGBT, e para suas famílias e amigos no Brasil se esse casal for tirado da história simplesmente porque ele representa duas mulheres que se amam”, disse Trasandes, para quem a invisibilidade de mulheres gays na mídia é a razão por ainda haver tanto preconceito no mundo. “Se produtores e autores acreditam na história minha esperança mais profunda é a de que eles não se permitam censurar o trabalho por causa de algumas vozes intolerantes”.
Enquanto no Brasil discute-se se as personagens de Fernanda e Natália devem continuar a se beijar, ou até mesmo se talvez tenham que ser afastadas da trama, nos Estados Unidos as séries não param de apresentar lésbicas.
Agora foi “Louie”, o sitcom de Louis C.K que estreou a quinta temporada semana passada. Louis se envolve sexualmente com uma mãe de aluguel que vai gerar um filho para duas lésbicas, e deixa que o preconceito venha à tona.
As cenas são engraçadas e escancaram bons debates em relação ao uso de uma barriga de aluguel para gerar um filho que terá duas mães. Uma discussão que já ultrapassou a que vivemos hoje no Brasil; discutir beijo gay, ou mesmo a existência de personagens gays em programas de TV não tem mais lugar nos Estados Unidos, muito por causa do trabalho feito pelo GLAAD.
A homossexualidade é tratada de forma mais natural também na política: o vídeo de lançamento da candidatura de Hillary Clinton à presidência americana, no domingo 12 de abril, mostrou dois casais homossexuais. A imagem abaixo foi tirada do vídeo de divulgação da candidatura de Clinton.