Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Revista ‘EW’ revela alguns segredos da volta de ‘Twin Peaks’ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/24/revista-ew-revela-alguns-segredos-da-volta-de-twin-peaks/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/24/revista-ew-revela-alguns-segredos-da-volta-de-twin-peaks/#respond Fri, 24 Mar 2017 06:32:13 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/Screen-Shot-2017-03-24-at-1.55.22-AM-143x180.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6127 Após 25 anos da estreia de “Twin Peaks”, o diretor e co-criador da série mais cultuada da TV americana, David Lynch, 71, revisita um dos maiores sucessos de sua carreira. O canal Showtime exibe, a partir do dia 21 de maio, o novo revival da série, que vem embalado por muito mistério. Com acesso exclusivo ao diretor e seu famoso elenco, a revista “Entertainment Weekly” desta semana, que chegou às bancas americanas hoje (24), criou três capas diferentes para colecionadores. Uma delas só está disponível na livraria Barnes & Noble.

Sheryl Lee, David Lynch, Kyle MacLachlan e Sherlyn Fenn em uma das capas da “EW” (Foto: Reprodução)

Na entrevista, Lynch explica que quis voltar a explorar o universo da personagem Laura Palmer (interpretada por Sheryl Lee) porque ele “adora” aquele mundo e as pessoas dele. Mas o diretor se recusou a confirmar pequenos detalhes como se a obsessão dos personagens, pra lá de fetichista, por gulodices do desjejum, como café, donuts e torta de cereja, voltam com força total. Pelo menos, na capa da EW, Lynch aparece fumando ao lado de seis donuts. “É muito bonito quando você entra em outro mundo sem saber as coisas que vai encontrar”, disse Lynch à revista sobre o clima de mistério.

Lynch desdenha o termo “episódio” e chama seu “Twin Peaks” 2.0 de “um filme em 18 capítulos”. O diretor também não confirma se os atores originais da série estão reprisando os mesmos papéis. A exceção é que Lynch já havia dito oficialmente que Kyle MacLachlan volta como o agente do FBI, Dale Cooper.

As outras duas capas. A primeira, vendida só na Barnes & Noble, reúne Wendy Robie, Everett McGill e James Marshall; a segunda é com Mädchen Amick, Dana Ashbrook e Peggy Lipton. (Foto: Reprodução)

Mas fotos da série liberadas para a “EW” mostram que muitos dos atores voltaram usando as mesmas roupas de seus personagens originais e trabalhando ou morando nos mesmos cenários. Como são os casos das balconistas do restaurante Double R, Shelly (Mädchen Amick) e Norma (Peggy Lipton); dos agentes do FBI, Gordon (interpretado por Lynch) e o parceiro irascível dele, Albert (Miguel Ferrer, que morreu recentemente); e a telefonista Lucy (Kimmy Robertson) e o guarda – e namorado dela – Andy (Harry Goaz). Até a agente transgênero do FBI, Denise Brown (interpretada por David Duchvony em drag) parece estar de volta.

David Duchovny pode estar interpretando a agente transgênero do FBI, Denise Brown (Foto: EW/Showtime)

O novo “Twin Peaks” conta com a participação de 217 atores. Alguns são novatos na trama, como Jennifer Jason Leigh, Michael Cera e Tim Roth. Outros, nunca apareceram na série, mas já haviam participado do universo lynchiano como Naomi Watts (de “Mulholland Drive – Cidade dos Sonhos”, “Rabbits” e “Império dos Sonhos”) e Laura Dern (“Veludo Azul”, “Coração Selvagem” e “Cidade dos Sonhos”).

Lançada em 8 de abril de 1990 pela rede ABC, “Twin Peaks” virou um fenômeno cultural nos Estados Unidos e ao redor do mundo, especialmente em sua primeira temporada. A série teve 30 episódios e durou 14 meses. A metade da segunda temporada foi um desastre. Lynch e seu co-parceiro, David Frost, 63, tiveram que sucumbir à pressão da rede ABC e revelaram a identidade do assassino de Palmer logo no começo da segunda temporada. A resolução do crime afetou a criatividade de ambos os criadores. A trama ficou frouxa, os espectadores perderam o interesse, a audiência caiu miseravelmente, quase dando traço, e a série foi cancelada pela ABC.

David Lynch e Miguel Ferrer, que morreu recentemente, parecem que estão reprisando os agentes do FBI da série, respectivamente um com problemas auditivos e outro um áspero estraga-prazeres. (Foto: EW/Showtime)

Sobre a volta de Lynch em “Twin Peaks”, o ator James Marshall, que interpretou James Hurley, namorado secreto de Laura Palmer, disse que “é como Jimi Hendrix voltando para um jam session”.

Sherilyn Fenn, que interpretou Audrey Horn, a femme fatale que dava nó no cabo de cereja usando apenas a língua, disse que estava jantando com amigos, quando recebeu um SMS de Lynch sobre o retorno. “Gritei, me constrangi toda e corri para fora como se fosse uma louca”, explicou ela à “EW”.

Lynch, porém, não tinha o número de telefone de todos seus atores. Ele havia perdido contato com Everett McGill, que interpretou Big Ed Hurley, o marido da Nadine, que usa o tapa olho. Quem acabou ajudando o diretor, passando o contato, foi um seguidor de McGill no Twitter.

Segundo a EW, Lynch, no momento, está rodando a última parte da série com dois colaboradores fiéis, o editor Duwayne Dunham e o compositor Angelo Badalamenti.

Em maio, a EW vai lançar, via iTunes, um podcast semanal com debate e análises ao final de cada parte da nova série.

Outro par sem confirmação: a telefonista Lucy (Kimmy Robertson) e o policial desastrado Andy (Harry Goaz) (Foto: EW/Showtime)
As muy “amigas” e os namorados de Laura Palmer: em sentido horário, começando do alto: Sherilyn Fenn, James Marshall, Dana Ashbrook e Mädchen Amick. (Foto: Reprodução)

 

Lynch, por Marc Hom, para a “EW” (Foto: Reprodução)
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Sonia Braga vai participar de nova série do criador de ‘Narcos’ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/02/17/sonia-braga-vai-participar-de-nova-serie-do-criador-de-narcos/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/02/17/sonia-braga-vai-participar-de-nova-serie-do-criador-de-narcos/#respond Fri, 17 Feb 2017 23:24:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5744 A atriz Sonia Braga é o primeiro nome do elenco de “Las Reinas” (As rainhas), uma das novas séries da rede ABC, controlada pela Disney e uma das quatro maiores emissoras dos EUA.

Braga será a co-protagonista da série, interpretando uma nova e diferente Gabriela. Ela será Gabriella De La Reina, que, depois da morte do marido, assume o posto de chefona do cartel criminoso mais poderoso da cidade de Miami. Por conta de sua nova posição, Gabriella entrará em conflito com a neta, Sonya De La Reina, com quem ela não mantem um bom relacionamento, depois que esta optou por integrar a força policial da cidade, trabalhando como detetive.

O piloto de “Las Reinas”, que começa a ser gravado em breve, tem produção-executiva de Chris Brancato, um dos co-criadores da série de sucesso da Netflix, “Narcos”. A diretora do piloto será Liz Friendlander, responsável pelo vídeo “The Great Beyond”, da banda R.E.M., e pela série “Conviction”, também da rede ABC. Se aprovado pela ABC, o piloto de “Las Reinas” pode virar uma das novas atrações da emissora para a próxima temporada de TV, que começa em setembro.

Brancato também desenvolve uma série para a TV americana sobre a vida de Joaquín “El Chapo” Guzmán,  narcotraficante mexicano, líder do cartel de Sinaloa, que foi extraditado para os Estados Unidos em janeiro e se encontrar numa prisão de Nova York, onde aguarda julgamento.

 

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Jack Bauer sai da aposentadoria e volta como presidente http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/em-tempos-de-eleicao-maluca-jack-bauer-volta-como-presidente/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/em-tempos-de-eleicao-maluca-jack-bauer-volta-como-presidente/#respond Thu, 22 Sep 2016 14:34:26 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/Screen-Shot-2016-09-22-at-9.42.35-AM-180x119.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=4979 Em pesquisas de opinião, a candidata democrata Hillary Clinton é descrita pelo eleitorado americano como uma pessoa “não honesta” ou “digna de confiança”. Ela também já foi chamada de “enfermeira sádica” (pelo ex-prefeito de Londres Boris Johnson) e “candidata sanduíche de cocô (semana passada, em episódio do desenho “South Park”). A lista dos pontos negativos de seu oponente, o republicano Donald Trump, é vasta e inclui  “xenófobo”, ”sexista”, “inexperiente”, “islamofóbico”. Em emails de Colin Powell recentemente vazados por hackers russos, o ex-secretário de Estado norte-americano chamou Trump de “desgraça nacional” e “pária internacional”.

Às vésperas do primeiro debate presidencial, que acontece segunda (26), a rede de TV ABC, de propriedade da Disney, está oferecendo uma deliciosa alternativa a uma das corridas à Casa Branca mais alopradas dos últimos tempos: Jack Bauer para presidente.

Sim, a partir de agora, todas as noites de quarta-feira, Bauer, o agente da CIA que, por mais de uma década, se desdobrou para defender dos terroristas um presidente negro, uma presidenta e um vice impopular que assume os EUA interinamente, agora foi parar no Salão Oval.

Com a mulher (Natasha) segurando uma bíblia, o secretário de governo Kirkman (Sutherland) assume interinamente a presidência dos EUA. (Foto: /ABC)
Com a mulher (Natasha McElhone) segurando uma bíblia, Kirkman (Sutherland) assume a presidência dos EUA. (Foto: Ben Mark Holzberg /ABC)

No seriado “Designated Survivor”, que teve sua estreia ontem à noite (21), o ator Kiefer Sutherland está de volta à TV fazendo o que sabe melhor: defender a soberania americana, custe o que custar. E por falar em custos, a Disney torrou uma boa cifra na promoção da série. Sinal de que eles acreditam ter em mãos uma versão disfarçada do popular “24 Horas”. E é. Projeto do roteirista David Guggenheim, autor de “Protegendo o Inimigo”, filme de suspense com Denzel Washington e Ryan Reynolds, “Designated Survivor” é um “24 Horas” mais ponderado (sem toda a agenda reacionária do original) e mais light, perfeito para o atual momento eleitoral, que está deixando os americanos com os nervos à flor da pele.

Sutherland é Tom Kirkman, secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano (equivalente ao Ministério das Cidades no Brasil) do governo do presidente Richmond. Político de filiação independente (um pedido de Sutherland para os produtores), Kirkman nunca foi oficialmente eleito para um cargo público. Conquistou a posição, que nem queria muito, por ser um arquiteto progressista com ótimos projetos habitacionais voltados para populações de baixa renda. No dia do discurso do Estado da União, Kirkman fica sabendo que seus projetos não serão citados pelo presidente. E mais, na manhã seguinte, segundo o chefe do Gabinete, o presidente planeja pedir para que o secretário se desligue do cargo. Em sua última noite no governo, Kirkman tem derradeira missão: assumir a função que dá título a série, a do sobrevivente designado.

Durante o discurso do Estado da União, no qual todos os integrantes da alta cúpula de Washington está presente no Capitólio para ouvir o presidente, um integrante do Gabinete é escolhido para ficar para trás e ser o sobrevivente designado. Na eventualidade de que algo catastrófico aconteça e impossibilite o presidente, o vice e outros sucessores, o sobrevivente, também conhecido como candidato designado, está protegido para dar continuidade ao governo. Andrew Cuomo, governador de Nova York, por exemplo, cumpriu a função duas vezes durante o governo do presidente Bill Clinton, do qual fazia parte na função de secretário da Habitação.

Kirkman (Sutherland) e a mulher (McElhone) com o redator de discursos Seth Wright (Kal Penn) em uma das salas da Casa Branca. (Foto: /ABC)
Kirkman (Sutherland) e a mulher (McElhone) com o redator de discursos Seth Wright (Kal Penn) na Casa Branca. (Foto: Ben Mark Holzberg/ABC)

No caso de Kirkman, oficialmente o 12o. nome na linha sucessória, todas essas posições são galgadas quando o Capitólio é totalmente destruído por uma bomba e “a águia” (o presidente americano) é declarada abatida. Sob proteção do serviço secreto, usando moletom com capuz, jeans, tênis branco e óculos, Kirkman é rapidamente levado para a Casa Branca, onde se vê na posição de um presidente acidental, totalmente inexperiente.

O lado banana do novo presidente é logo sentido com diálogos divertidos (e duvidosos) como “tire esse moletom, cara: você é a porra do presidente agora” ou “melhor eliminar esses óculos, eles não parecem presidenciais”. Quando pergunta ao responsável pelos códigos nucleares se precisa escanear suas digitais para ter acesso à maleta, esse escuta um “não, senhor presidente, isso é clichê dos filmes de Hollywood”.

O presidente Kirkman (Sutherland) vira Jack Bauer e enfrenta o embaixador do Irã no salão oval da Casa Branca. (Foto: Ben Mark Holzberg/ABC)
O presidente Kirkman (Sutherland) vira Jack Bauer e enfrenta o embaixador do Irã (Elias Zarou) no salão oval da Casa Branca. (Foto: Ben Mark Holzberg/ABC)

Humilhado ao ser chamado de “presidente de figuração” na frente de seu novo staff por um general responsável pela segurança da transição, Kirkman começa a ficar bem Bauer. A transformação é completamente sentida mais tarde, quando, no Salão Oval, Kirkman joga duro com o embaixador do Irã, cujo governo se aproveita da vulnerabilidade dos Estados Unidos pós-atentado e manda seus navios bloquearem o Estreito de Ormuz, impedindo o traslado de petróleo.

Ajudando a investigar o ataque terrorista está a agente do FBI, Hannah Wells (a atriz Maggie Q) com “passagem recente em Paris e Bruxelas”. E assessorando diretamente o presidente, está Seth Wright, redator de discursos presidenciais interpretado por Kal Penn, que fez o chapadão Kumar da comédia cult “Madrugada Muito Louca”.

Hannah Wells (Maggie Q) é uma agente do FBI que ajuda na investigação do atentado terrorista. (Foto: Ian Watson/ABC)
Hannah Wells (Maggie Q) é uma agente do FBI que ajuda na investigação do atentado terrorista. (Foto: Ian Watson/ABC)

Penn, que tirou dois anos de férias da vida artística, período em que se juntou ao governo Barack Obama, na função de diretor adjunto de Relações Públicas, também funciona como consultor da série. Em entrevista ao programa “Good Morning America”, Sutherland explicou que Penn corrigiu certas cenas que colocavam pessoas que jamais transitariam pelos corredores da Casa Branca, e também o posicionamento de agentes do Serviço Secreto. Uma cena que Penn nunca presenciou num dos banheiros da Casa Branca, e que não conseguiu eliminar da série: esbarrar com o presidente vomitando num cubículo, por este se sentir inseguro no novo cargo.

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Protesto ao vivo contra Ryan Lochte paralisa programa de TV http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/13/protesto-ao-vivo-contra-ryan-lochte-paralisa-programa-de-tv/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/13/protesto-ao-vivo-contra-ryan-lochte-paralisa-programa-de-tv/#respond Tue, 13 Sep 2016 04:42:44 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/Screen-Shot-2016-09-13-at-12.52.28-AM-180x126.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=4896 A 23ª temporada de “Dancing with the Stars” – o modelo original para o “Dança dos Famosos” — começou na noite de segunda (12) com um incidente bizarro e inédito em transmissões ao vivo na TV americana: dois homens invadiram o palco da competição para protestar contra um dos candidatos mais ilustres e infames da temporada, o nadador Ryan Lochte. A dupla de manifestantes, que usava camiseta branca com o nome de Lochte por baixo de um sinal de trânsito para ‘proibido’, foi logo contida por seguranças da emissora ABC, sem que a cena em que um deles é jogado contra o chão e depois retirados do palco fosse televisionada (a imagem acima, que não chegou ir ao ar, foi divulgada mais tarde pela ABC). Somente os gritos de protesto da dupla e o apelo de uma das juradas para que dessem o fora dali foram ouvidos.

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O host Tom Bergeron, a dançarina Cheryl Burke e o nadador Ryan Lochte no começo do “DWTS”. (Foto: Reprodução)

O incidente aconteceu durante o momento em que Lochte e sua parceira, a dançarina Cheryl Burke, ouviam a opinião da jurada Carrie Ann Inaba, uma coreógrafa. Irritada, a jurada gritou “dá licença” e “caiam fora” para os manifestantes. O host Tom Bergeron, diante da súbita paralisação do programa, pediu pela entrada de um comercial. Na volta, um Lochte visivelmente trêmulo e transpirando muito disse a Bergeron que se sentia “ferido” com o protesto. “Muita coisa está passando pela minha cabeça neste momento”, explicou. “Vim aqui para fazer uma coisa (dançar) com a qual não me sinto muito confortável, e a fiz com um grande sorriso”.

Dois momentos da interrupção ao vivo do "DWTS": jurada Carrie Ann Inaba pede para os manifestantes "caírem fora"; segurança passa correndo na frente dela para contê-los. (Foto: Reprodução)
Dois momentos da interrupção ao vivo do “DWTS”: jurada Carrie Ann Inaba pede para os manifestantes “caírem fora”; segurança passa correndo na frente dela para contê-los. (Foto: Reprodução)

A rede ABC jogou a participação de Lochte para o penúltimo bloco do “DWTS”, que teve duas horas de duração, para manter a audiência. O gran-finale ficou por conta de outra atleta americana que se destacou, de maneira mais nobre, durante a Rio-2016, a ginasta Laurie Hernandez.

Lochte dançou um foxtrot embalado por uma canção perfeita, uma releitura de Michael Bublé para “Call Me Irresponsible”, escrita por Bobby Darin. Nos versos da canção, frases como “me chamem de irresponsável” e “me chamem de não confiável”. Lochte não foi bem na competição. Jurados do programa concordaram que ele tem “muito o que melhorar” e o nadador recebeu quatro notas 6. Antes de dançar ao vivo, o programa exibiu segmento mostrando os ensaios, previamente gravados durante a semana que passou. Nele, Lochte diz: “quero provar ao mundo que mudei; esta é minha segunda chance”.

Tuíte do repórter de entretenimento da rede ABC mostra os manifestantes algemados. (Foto: Reprodução)
Tuíte do repórter de entretenimento da rede ABC, George Pennacchio, mostra os manifestantes algemados. (Foto: Reprodução)

Lochte jamais citou o fato de ter fabricado a história de que havia sido assaltado, ao lado dos também nadadores Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen, por bandidos se fazendo passar por policiais quando voltava, depois de uma festa num clube carioca, à Vila Olímpica durante a madrugada.

No programa da comediante Ellen DeGeneres, também exibido na TV americana na segunda (12), ele se refere ao incidente num posto de gasolina do Rio de Janeiro como “aquele negócio”.

Lochte contou a Ellen que já tinha acertado com a produção de “Dancing with the Stars” um mês antes “desse negócio acontecer”. Perguntado pela apresentadora se este pensou em desistir do “DWTS” depois do escândalo nas Olimpíadas, o nadador disse: “cheguei ao ponto mais baixo da minha vida inteira, algo que jamais achei que atravessaria. Estava num momento muito pesado. Não sabia se devia sair e dar as caras, ou apenas ficar escondido pelo resto de minha vida”. Segundo Lochte, amigos e familiares o convenceram a participar do “DWTS”.

Em entrevista no programa de Ellen DeGeneres, exibida na tarde de segunda (12), Lochte fala sobre o incidente no Rio e a suspensão de dez meses. (Foto: Reprodução)
Em entrevista no programa de Ellen DeGeneres, exibida na tarde de segunda (12), Lochte fala sobre o incidente no Rio e a suspensão de dez meses. (Foto: Reprodução)

Outra pessoa a quem Lochte pediu conselho foi o nadador Michael Phelps. “Ele também chegou a um ponto baixo na carreira e conseguiu se reerguer. Sabia que o conselho dele ia ser bastante honesto por causa de nossa longa amizade. E ele me disse: ‘não é o que você fez, mas o que fará agora é que vai moldar quem você é’”.

DeGeneres quis que Lochte falasse sobre a penalidade oficial imposta pela Comissão Olímpica Americana contra ele: um afastamento das competições de natação por período de dez meses. “Venho nadando a minha vida inteira e nunca tirei férias”, disse. “Para mim, ter alguém me dizendo que não posso mais fazer algo que vinha praticando minha vida inteira, é de partir o coração. É de amargar. Mas vou continuar treinando e, quando voltar, quero ser um nadador melhor, uma pessoa melhor”. Lochte disse que quer participar da Tóquio-2020.

No programa, o atleta número 2 da natação americana ainda participou de um quadro em que modela uma cueca preta da grife Ellen. O infame atleta diz sobre a peça: “essa é a Michael Phelps das cuecas”.

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O personagem gay que choca o horário nobre da televisão americana http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/07/o-personagem-gay-que-choca-o-horario-nobre-da-televisao-americana/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/07/o-personagem-gay-que-choca-o-horario-nobre-da-televisao-americana/#respond Sat, 07 Mar 2015 21:12:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=139 Se a produtora e roteirista Shonda Rhimes comandasse um estúdio de Hollywood, o mantra da escassez da diversidade racial e de outras minorias dentro da indústria de entretenimento teria pouco eco.

Nas noites de quinta-feira, pela emissora ABC, que pertence ao conglomerado Disney, Rhimes impera absoluta com a exibição de três séries que levam a assinatura de sua companhia produtora, a ShondaLand. “Grey’s Anatomy” em sua 11a. temporada, a ultra cultuada “Scandal”, no quarto ano de exibição, e a novata “How To Get Away with Murder”, cujos capítulos iniciais acabaram de ser exibidos nos Estados Unidos. O show produzido por Rhimes e criado por Peter Nowalk, estreou dia 5 de março no Brasil, via canal Sony.

 

No menu de mais de 50 personagens principais desses três dramas, Rhimes não deixa uma minoria de fora: negros, latinos, asiáticos e gays estão em papéis principais, secundários ou em pontas. Qualquer minoria que sintonizar a ABC na noite quinta não vai se sentir excluída desses dramas ambientados, respectivamente, num hospital de Seattle, nos bastidores da Casa Branca, em Washington D.C, e no campus de uma universidade e em um escritório de advocacia na Filadélfia.

 

Na parte gay, a subdivisão é igualitária: lésbicas (em “Gray’s Anatomy”) e homens gays (em “Scandal” e “How To Get Away with Murder”). Há duas semanas, Rhimes apresentou em “Gray’s Anatomy”, o primeiro personagem transgênero (que também vem a ser negro) da história do horário nobre da TV. Até o fim da temporada vigente, Rhimes pretende mostrar a transição do personagem de homem para mulher.

De todos os personagens gays, o que mais força os limites do horário (dez da noite) é Connor Walsh, estudante de direito interpretado pelo ator Jack Falahee, de 26 anos, em “How To Get Away with Murder”. Apesar de ser coadjuvante na trama, o roteirista Nowalk acrescentou uma forte dose de complexidade ao personagem. E, em artigo da edição de março da revista gay Out , da qual foi capa, Falahee revela que, por conta de a ética não ser a principal virtude da personalidade de seu personagem, costuma ser parado na rua e ouvir declarações fortes e determinadas como “odeio você”.

 

O ator Jack Falahee, do seriado "How To Get Away with Murder" na capa da edição de março da revista Out. (Crédito: Reprodução)
O ator Jack Falahee, do seriado “How To Get Away with Murder” na capa da edição de março da revista Out. (Crédito: Reprodução)

Connor é uma espécie de Samantha Jones, de “Sex and the City”, com a pá virada. Ele é arrogante, usa drogas e adora (e transpira) sexo. Mas, ao contrário da personagem interpretada pela atriz Kim Cattrall, Connor usa o sexo com seus parceiros, puramente como forma de exploração. Ele tenta extrair informações que podem ajudar (nos bastidores) ou se tornarem evidências oficiais nos casos judiciais defendidos pela professora Annalise Keating, chefe e mentora dele, interpretada pela atriz Viola Davis.

 

Já no episódio de estreia, Connor vale de seu charme para seduzir e tirar informações de Oliver (Conrad Ricamora), que trabalha no setor de TI de uma agência de publicidade, na qual um dos funcionários está sendo processado por um cliente do escritório de advocacia que representa. Depois de alguns drinques, Conrad vai parar na casa de Oliver e, em cena escurecida pela penumbra do apartamento, passa a língua, de baixo até em cima, por toda a extensão das costas de Oliver.

 

Três episódios mais tarde, Oliver tira proveito de nova presa, dessa vez transando com um personagem gay contra uma máquina de fazer cópias. Depois do sexo, o assistente seduzido confidencia a um amigo, via celular: “E ele (Oliver) fez essa coisa no meu rabo que fez meus olhos lacrimejarem”.

 

A cena chocou muitos e o twitter ferveu. Pela primeira vez um canal aberto da TV estava sendo tão explícito quanto um episódio do polêmico seriado “Queer as Folk”, que estreou no canal americano à cabo Showtime em 2000 e inovou com suas fortes cenas de sexo. “As cenas gays estão demais”, escreveu um espectador sobre as passagens de Connor e seus parceiros sexuais. Rhimes, que tem mais de 850 mil seguidores no Twitter e sempre compra brigas com seus detratores, contra-atacou. “Não existem cenas gays no meu seriado. Existem cenas com pessoas nele”. E, em seguida, encerrou a conversa. “Se você usa a expressão “cenas gays”, você só não está bem atrasado para a festa, como também não está convidado para ela. Adeus, Felicia!”. Na gíria americana, a expressão “Adeus Felicia” é usada para o chato que ninguém se opõe – ou fica triste – quando esse deixa uma festa pela metade.

 

Em entrevista à Out, o ator Falahee disse que se surpreendeu com a reação de Rhimes. “Fico feliz que isso é uma grande coisa”, comentou. Mas o ator também ressaltou que o fato de o personagem ser gay e suas cenas polêmicas tem pouco peso em cena. “Na segunda-feira, vou trabalhar e tenho muitas cenas para fazer, e só estou pensando em minhas ações e meus objetivos – não que estou ali para fazer uma diferença”. Já o roteirista Nowalk, diz à revista. “Fico esperando que as cenas pareçam conturbadas do mesmo jeito que a vida também é uma zona”.

 

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