Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em livro, maquiador relembra ‘ereção’ de De Niro e gols de Pelé http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/23/maquiador-de-hollywood-conta-segredos-de-bastidores-em-livro/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/23/maquiador-de-hollywood-conta-segredos-de-bastidores-em-livro/#respond Thu, 23 Mar 2017 19:11:03 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/Screen-Shot-2017-03-23-at-2.28.23-PM-180x156.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6114 O jogador Pelé, durante os intervalos das filmagens de “Fuga Para a Vitória” (1981), levava o público de um estádio em Budapeste, na Hungria, ao delírio fazendo gols de bicicleta. A casa de Elizabeth Taylor era decorada por obras de arte “sérias” e a atriz mantinha um papagaio no quarto. O pequeno apartamento de um quarto de Sylvester Stallone, em Hollywood, era infestado de baratas. O cineasta John Huston jamais acordava cedo para filmar. Uma cláusula no contrato de Shirley MacLaine garantia que ela não trabalhava após às 18h. Mia Farrow sempre comia uma banana e fazia cara de entendiada enquanto um barrigão de grávida lhe era aplicado no set de “O Bebê de Rosemary” (1968). Robert De Niro roncava – durante a sessão de maquiagem de “O Touro Indomável” (1980). Quando acordava, não era mais o ator que estava ali, e sim o pugilista Jake LaMotta. Essas são algumas histórias da autobiografia “Makeup Man”, do maquiador californiano Michael Westmore, lançada terça (21) nas livrarias americanas.

Capa do livro, que chegou às livrarias esta semana. (Foto: Reprodução)

Westmore, 78, que ganhou um Oscar de melhor maquiagem em 1985, pelo filme “Marcas do Destino”, pertence à realeza dos maquiadores de Hollywood. Seu avó, George Westmore (1879-1931), um peruqueiro e barbeiro londrino estimado por muitos (o primeiro-ministro inglês Winston Churchill foi cliente), imigrou para os Estados Unidos em 1917, criando o primeiro departamento de maquiagem da história de Hollywood.

Vovô Westmore teve seis filhos. Toda a prole trabalhou em departamentos de maquiagem de estúdios de cinema concorrentes. Monte Westmore (1902-1940), pai do autor, ajudou a desenvolver as imagens de símbolo sexual de Rodolfo Valentino e Clara Bow. Ele também foi o responsável por criar o look “flapper”, conhecido no brasil como “estilo melindrosa”. Monte criou a cicatriz que o ator Paul Muni ostenta no filme “Scarface – A Vergonha de uma Nação” (1931). Cinco décadas mais tarde, o filho fez o mesmo trabalho em Al Pacino no remake “Scarface” (1983), dirigido por Brian De Palma.

Os tios de Westmore também se destacaram. Perc Westmore (1904-1970), trabalhou em “Casablanca” (1942) e cuidava pessoalmente da maquiagem de Bette Davis, que gostava de ficar bem à vontade na cadeira: sempre nua. Wally Westmore (1906-1973) trabalhou em vários filmes de Hitchcock e desenvolveu as sobrancelhas de Audrey Hepburn para o filme “Bonequinha de Luxo” (1961). Ern (1904-1967) cuidou da maquiagem de filmes noir de Hollywood e Bud (1918-73), além de trabalhar com Stanley Kubrick em “Spartacus” (1960), criou o protótipo da boneca Barbie em 1957.

No set de “Minha Doce Gueixa”, Westmore aplica maquiagem em Shirley MacLaine. (Foto: Paramount Pictures)

 

O tio caçula, Frank (1923-1985), que trabalhou no seriado de TV “Casal 20”, era mais invocado. Nas filmagens de “O Último dos Valentões” (1975), filme estrelado por Robert Mitchum, o produtor esqueceu de alimentar sua equipe em cena filmada tarde da noite. Frank voluntariou-se a comprar hambúrgueres para a produção. Na volta, negou um sanduíche para um figurante de barriga vazia chamado Sylvester Stallone. “Ele disse: ‘sai fora’ e meu deu as costas”, revelou Stallone à Michael Westmore, quando o último era entrevistado para o cargo de maquiador no filme “Rocky, Um Lutador” (1976).

Com Stallone, Michael Westmore manteve longa colaboração, cuidando da maquiagem de todos os “Rockys”, “Fuga Para Vitória”, com Pelé, e “Rambo – Programado Para Matar” (1983). “Rocky, um Lutador” ajudou a sedimentar a reputação de Westmore, que vinha de trabalhos menores ou freelancers com estrelas. O processo de aplicar base e uma fina prótese de plástico abaixo dos olhos de Sly Stallone, que criava a ilusão de macro-cortes e diversos estágios de cicatrização de hematomas, durava 20 minutos.

Westmore aplica maquiagem no rosto de Stallone. Ao fundo, o ator Burguess Meredith. (Foto: Divulgação)

Como se tratava de uma produção independente, o dinheiro era excasso. Para filmar uma cena na qual o personagem Rocky Balboa pratica golpes contra uma carcaça de boi dependurada por ganchos de ferro, a equipe do diretor John G. Avildsen entrou ilegalmente num abatedouro da Califórnia, de madrugada, quando funcionários já haviam saído. Como o sangue das carcaças fica coagulado e Stallone queria o efeito do líquido espirrando contra seu rosto, Westmore foi obrigado a improvisar. Criou duas bolsas de plástico com sangue falso. Mas como afixá-las? Foi quando o maquiador encontrou dois alfinetes no bolso da calça.

A morte do mentor de Balboa, Mickey, foi uma das últimas cenas a ser filmada. Por contrato, o ator Burguess Meredith tinha que sair do set às 18h. “Ele ficou ‘morto’ durante todo o tempo: em cena e nos intervalos – para descansar”, escreve Westmore. “Muito de vez em quando o ‘cadáver’ rompia o silêncio e perguntava para mim, preocupado: ‘menino, que horas são?’”, conclui o maquiador.

Shirley MacLaine era outra que não trabalhava após as 18h. Westmore caiu de paraquedas no set de “Minha Doce Gueixa” (1962). Seu tio, Frank, teve um ataque cardíaco durante as filmagens, e MacLaine ficou sem seu maquiador favorito. “Ela tem um jeito hiperativo de ser e, logo de cara, disse que eu tinha apenas 20 minutos para aplicar-lhe a maquiagem, processo, que facilmente, duraria uma hora para ser realizado”, lembra Westmore. Mais tarde, MacLaine explicaria ao maquiador que ela tinha problemas nas costas e não aguentava ficar muito tempo sentada. Em certas ocasiões, MacLaine abandonava o trailer de maquiagem com o trabalho incompleto. “Tinha que encontrá-la, com a cena para começar, para aplicar uma sobrancelha que faltava. Surpresa, ela usava sua frase preferida: ‘oh, merda!’”

No set do faroeste “Sangue em Sonora” (1966), Marlon Brando tinha que interpretar um personagem de linhagem indígena. Segundo Westmore, que era assistente de maquiagem, o ator queria tingir o cabelo de preto (ou usar uma peruca), alargar as narinas e ter uma protuberância na ponta do nariz. Não bastasse isso, queria uma maquiagem para torná-lo moreno e um dente de ouro. Len Wasserman, o chefão do estúdio, viu as filmagens dos testes de maquiagem e espumou: “Não, não, não. Eu pago um milhão de dólares para ver Brando, e agora não posso enxergá-lo por debaixo de toda aquela maquiagem”, escreve Westmore. O patrão venceu.

Westmore com uma das oito próteses criadas para o filme “Marcas do Destino”, que lhe rendeu o primeiro e único Oscar.

A categoria do Oscar de melhor maquiagem foi instituída pela Academia de Hollywood em 1981. Westmore ganhou sua primeira e única estatueta em 1985 (dividida com o colega Zoltan Elek), depois de ser contratado pelo diretor Peter Bogdanovich para criar a complicada maquiagem do filme “Marcas do Destino”. Na produção (“que só saiu da prancheta por causa que Cher era considerada ‘the money’”), o ator Eric Stoltz interpreta Roy Lee “Rocky” Dennis, o garoto americano que sobreviveu até os 16 anos de idade com a raríssima doença displasia craniometafisária, na qual o cálcio que é distribuído no corpo fica concentrado no crânio, alargando e distorcendo as feições faciais.

A mãe de Rocky, que doou o crânio do filho para a Universidade de Stanford, permitiu que Westmore o estudasse. Antes mesmo de Stoltz ser contratado para o papel, Westmore desenvolveu uma réplica de cera da cabeça, com olhos de vidro e uma peruca ruiva. Oito versões foram criadas até chegar-se a definitiva. Maquiadores tinham um desafio extra: os olhos de Stoltz eram muito próximos um do outro. A última fase da maquiagem que durava três horas e meia consistia na aplicação de sardas e marcas de acne no rosto do ator.

Eric Stoltz e a atriz Laura Dern em cena de “Marcas do Destino”. (Foto: Divulgação)

Ao todo, Westmore teve quatro indicacões para o Oscar e 42 para o Emmy. Ele venceu 9 estatuetas Emmy, cinco delas pelos spinoffs de “Jornada nas Estrelas” e que consumiram boa parte de sua carreira – “Star Trek: A Nova Geração” (1987), “Deep Space Nine” (1993) e “Voyager” (1995).

Um dos trabalhos mais importantes da carreira de Westmore foi “O Touro Indomável” (1980), do diretor Martin Scorsese, com quem o maquiador havia trabalhado anteriormente em “New York, New York” (1977). Ao contrário do pugilista Rocky Balboa de Stallone, o Jake LaMotta de De Niro era um esportista verdadeiro e que acompanhou boa parte das filmagens, até Scorsese expulsá-lo do set por opinar demais.

A maquiagem de De Niro também era mais complicada. O ator precisava de várias próteses de látex no nariz, assim como os mais diversos tipos de cortes e hematomas no rosto. O trabalho de Westmore no filme começou oito meses antes das filmagens. Para que não fosse fotografado por paparazzi, De Niro se submetia às sessões de testes de maquiagem na casa de Westmore. “Ele ficou tão íntimo, que chegava e abria a geladeira, procurando por comida”. Nos intervalos, De Niro desenvolveu uma ligação afetiva com a filha de dois anos do maquiador. Mais tarde, o ator sugeriu que a menina interpretasse a filha do lutador do filme.

Westmore discute a maquiagem de De Niro com o diretor de fotografia Michael Chapman. (Foto: United Artists)

Depois que as filmagens das cenas de luta acabaram (o treinador de De Niro disse que o ator ficou tão preparado que podia participar de uma ou duas lutas oficiais de boxe), um outro maquiador e amigo de Westmore havia desenvolvido uma barriga postiça para o ator usar na fase em que LaMotta fica totalmente fora de forma. Não foi preciso: comendo muito macarrão e comida tailandesa em restaurantes de Los Angeles, De Niro saltou naturalmente de 68 para 97 quilos. Durante as cenas filmadas em Nova York, a equipe ficava alojada no hotel Mayflower, no centro da cidade, onde também o balé russo se hospedava. “Morríamos de medo de que, algum dia, um dos bailarianos parasse a gente e pedisse para desertar”, conta Westmore.

Pelo fato de o filme ter sido rodado em preto-e-branco, o sangue criado por Westmore era um xarope de chocolate. Mas este resolveu adicionar sangue verdadeiro na mistura, deixando-a pegajosa. Como as cenas de lutas não eram feitas em um só take, o trabalho para limpar o corpo de De Niro era demorado.

No último dia de filmagens, Westmore encontrou dois estranhos no set. Veio a saber que um deles era um dublê para De Niro e o segundo, um fluffer, o profissional que atua na indústria de filmes pornôs e cuida da manutenção da ereção dos atores. Jake LaMotta havia explicado à Scorsese que tinha de se abster sexualmente, para se preservar, nas vésperas de suas lutas. Para se livrar de ereções indesejadas – e elas sempre ocorriam – LaMotta enfiava o pênis num balde de gelo. Scorsese queria muito a cena no filme, mas De Niro se recusou a ter um close-up de suas partes mais íntimas imortalizadas na tela. O diretor então a filmou com dublês, mas a cena nunca chegou a fazer parte da versão americana do filme.

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Brasil volta a figurar entre os 10 maiores mercados de cinema do mundo http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/22/brasil-volta-a-figurar-entre-os-10-maiores-mercados-de-cinema-do-mundo/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/22/brasil-volta-a-figurar-entre-os-10-maiores-mercados-de-cinema-do-mundo/#respond Wed, 22 Mar 2017 20:14:38 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/Screen-Shot-2017-03-22-at-3.54.48-PM-180x79.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6103 Rompendo um hiato de dois anos, período em que ocupou a 11a. posição por entre os maiores mercados de cinema do mundo, o Brasil voltou a figurar por entre as “top ten” bilheterias mundiais.

Mesmo com números menores, o Brasil ocupou a 10a. posição em 2016, logo atrás da Austrália e do México, com faturamento de US$ 700 milhões. Em 2013, a venda de ingressos nos cinemas brasileiros foi de US$ 900 milhões.

O Brasil também foi o único país da América Latina a crescer na bilheteria em 2016 – aumento de 5%. No total, a América Latina foi a região que apresentou o maior decréscimo em número de ingressos vendidos no ano passado, com uma significante queda de 17.6%. Nos mercados da Europa, Oriente Médio e África, aferidos juntos, a queda foi de 2.1%. Os dados foram divulgados hoje (22) pela Associação Cinematográfica dos Estados Unidos (MPAA, em inglês).

Excluída a bilheteria da América do Norte (EUA e Canadá), cujos números são computados e estudados à parte, a China ocupa a primeira posição de arrecadação no mundo. No ano passado, o mercado chinês faturou US$ 6.6 bilhões na bilheteria. Mas o nível de crescimento ficou estagnado, devido a tendência de desaceleração da segunda maior economia do mundo. Japão e Índia ocuparam respectivamente a vice-liderança e o terceiro lugar. No Japão, a venda de ingressos em 2016 foi robusta, com aumento de 11%.

A bilheteria global bateu recordes em 2016. Foram US$ 38.6 bilhões em ingressos vendidos, acréscimo de 0.5% se comparado com o ano anterior.

O número de salas de cinema no mundo aumentou em 8%. Agora existem 164 mil delas. A Ásia foi a região que mais inaugurou cinemas.

Na América do Norte, o faturamento, com crescimento de 2%, também foi recorde: US$ 11.4 milhões. O preço médio de um ingresso de cinema nos EUA e Canadá foi de US$ 8.65 (aproximadamente R$ 27.00), uma inflação de 2.6%. Segundo Christopher J. Dodd, CEO da MPAA, a frequência dos milennials nos cinemas foi “vibrante e vigorosa”.  O grupo com idades entre 18 a 24 anos compareceu aos cinemas em uma média de quase 7 vezes num período de doze meses.

Mas muitos quarentões ficaram longe das salas de cinema. Grupos com faixas etárias de 40 a 49 anos, e de 60 anos para cima não apresentaram acréscimo nas estatísticas.

As mulheres formaram número majoritário de público em três dos cinco filmes de maior bilheteria na América do Norte em 2016. Cerca de 55% da platéia do desenho animado “Procurando Dory”, filme campeão de bilheteria em 2016, foi formada por mulheres.

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Clássico de Elliott Smith completa 20 anos com edição comemorativa http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/09/classico-do-elliott-smith-completa-20-anos-com-edicao-comemorativa/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/09/classico-do-elliott-smith-completa-20-anos-com-edicao-comemorativa/#respond Thu, 09 Mar 2017 15:39:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5809 Vinte anos após o lançamento do álbum “Either/Or”, trabalho do músico Elliott Smith, morto em 2003, aos 34 anos, este clássico do folk moderno norte-americano vai ser relançado amanhã (10) em cópia remasterizada.

O álbum lançado originalmente no final de fevereiro de 1997 foi o terceiro trabalho solo de Smith. Também, segundo críticos, o melhor da curta carreira desse músico nascido na cidade de Omaha, estado do Nebraska.

Cinco músicas do CD foram selecionadas pelo cineasta Gus Van Sant para fazer parte da trilha sonora de “O Gênio Indomável”, filme de 1997 estrelado por Matt Damon (Damon e o amigo Ben Affleck escreveram o roteiro do filme e venceram o Oscar; o ator Robin Williams ganhou a estatueta de melhor ator coadjuvante). Smith ainda faria uma música adicional para a trilha, “Miss Misery”, que foi indicada para o Oscar, mas perdeu para “My Heart Will Go On”, sucesso na voz de Céline Dion e parte da trilha de “Titanic”.

Capa do álbum “Either/Or”, terceiro e melhor trabalho da curta carreira de Elliott Smith. (Foto: Reprodução)

A edição comemorativa de “Either/Or” tem dois CDs (ou dois álbuns em vinil) com as 13 faixas originais remasterizadas e mais um álbum extra com remixes, gravações ao vivo e raridades descobertas há dez anos pelo engenheiro de som e amigo de Smith, Larry Crane, responsável agora pela manutenção do acervo do músico.

Entre as raridades estão uma gravação alternativa da música “Bottle Up and Explode!, do álbum “XO”, lançado em 1998, com letra completamente diferente, e a inédita “I Figured You Out”, nunca lançada pois Smith achava que ela “lembrava demais as músicas dos The Eagles.”

“Either/Or” marcou a entrada de Smith no mundo do pop mainstream. Segundo amigos e críticos, a passagem de músico cult e indie, com composições poderosas sobre aflições pessoais, para um artista com contrato com uma grande gravadora, e a súbita fama depois de apresentar “Miss Misery” na cerimônia do Oscar, afetaram tanto o processo de criação quanto a tormenta pessoal do artista. Em 2003, Elliott foi encontrado morto em seu apartamento em Los Angeles, com duas facadas no peito. Aparentemente, Smith teria deixado uma nota de suicídio para a namorada.

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Harrison Ford é eleito o melhor presidente americano do cinema http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/07/21/harrison-ford-e-eleito-o-melhor-presidente-americano-do-cinema/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/07/21/harrison-ford-e-eleito-o-melhor-presidente-americano-do-cinema/#respond Thu, 21 Jul 2016 12:29:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=4577 Se Hillary Clinton e Donald Trump, atuais candidatos à Casa Branca respectivamente pelos partidos Democrata e Republicano, quiserem impressionar os eleitores, que eles busquem inspiração com o Indiana Jones.

Segundo pesquisa conduzida por entre mil cinéfilos americanos pela companhia Fandango, líder na revenda de ingressos de cinema on-line, o mais respeitado presidente americano (ou candidato) de todos os tempos é James Marshall, personagem interpretado pelo ator Harrison Ford no filme “Força Aérea Um”. O segundo colocado é o presidente negro Tom Beck feito por Morgan Freeman em “Impacto Profundo”. Ambos filmes foram lançados em 1997, sendo este um ano de boa safra governamental.

Harrison Ford em "Força Aérea Um": o melhor presidente americnao de mentirinha. (Foto: Divulgação)
Harrison Ford em “Força Aérea Um”: o melhor presidente americnao de mentirinha. (Foto: Divulgação)

Entre os líderes americanos que deixam os cinéfilos mais receosos estão o presidente Rathcock, interpretado por Charlie Sheen em “Machete Mata”, e Baxter Harris, personagem de Leslie Nielsen em “Todo Mundo em Pânico 4”.

Charlie Sheen, presidente em "Machete Mata", é o presidente de maior rejeição do cinema. (Foto: Divulgação)
Charlie Sheen, presidente em “Machete Mata”, é o presidente de maior rejeição do cinema. (Foto: Divulgação)

Abaixo a lista dos:

– Respeitados

MIichael Douglas e James Earl Jones (Foto: Divulgação)
MIichael Douglas em “Meu Querido Presidente” e  James Earl Jones em “O Presidente Negro” (Foto: Divulgação)
  1. Harrison Ford (presidente James Marshall), “Força Aérea Um”, 1997
  2. Morgan Freeman (presidente Tom Beck), “Impacto Profundo”, 1997
  3. Michael Douglas (presidente Andrew Sheperd), “Meu Querido Presidente”, 1995
  4. Bill Pullman (presidente Thomas J. Whitmore), “Independence Day”, 1996
  5. Jamie Foxx (presidente James Sawyer), “O Ataque”, 2013
  6. Robin Williams (presidente Tom Dobbs), “Candidato Aloprado”, 1996
  7. Kevin Kline (dublê de presidente Dave Kovic), “Dave – Presidente por um Dia”, 1993
  8. James Earl Jones (presidente Douglass Dilman), “O Presidente Negro”, 1972
  9. Sela Ward (presidenta Elizabeth Lanford), “Independence Day: O Ressurgimento”, 2016
  10. Michael Keaton (presidente John Mackenzie), “A Filha do Presidente”, 2004

 

– E temidos

Peter Sellers em "Dr. Fantástico"; Leslie Nielsen em "Todo Mundo em Pânico 4" e George Clooney em "
Peter Sellers em “Dr. Fantástico”; Leslie Nielsen em “Todo Mundo em Pânico 4” e George Clooney em “Tudo Pelo Poder”. (Foto: Divulgação)

 

  1. Charlie Sheen (presidente Rathcock), “Machete Mata”, 2013
  2. Leslie Nielsen (presidente Baxter Harris), “Todo Mundo em Pânico 4”, 2006
  3. John Travolta (candidato à presidência Jack Stanton), “Segredos do Poder”, 1998
  4. Peter Sellers (presidente Merkin Muffley), “Dr. Fantástico”, 1964
  5. Jack Nicholson (presidente James Dale), “Marte Ataca!”, 1996
  6. Terry Crews (presidente Dwayne Camacho), Idiocracy, 2006
  7. George Clooney (candidato à presidência Mike Morris), “Tudo Pelo Poder”, 2011
  8. Dennis Quaid (presidente Joseph Stanton), “Tudo Pela Fama”, 2005
  9. Martin Sheen (presidenciável Greg Stillson), “Na Hora da Zona Morta”, 1983
  10. Gene Hackman (presidente Allen Richmond), “Poder Absoluto”, 1997
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Nomes consagrados de Hollywood lutam para encontrar público http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/01/nomes-consagrados-de-hollywood-lutam-para-encontrar-publico/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/01/nomes-consagrados-de-hollywood-lutam-para-encontrar-publico/#respond Sun, 01 Mar 2015 22:52:28 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=62 Com apenas – e exatos – 60 dias transcorridos, o ano de 2015 já se transformou numa acidentada viagem para os estúdios de Hollywood. Para cada surpresa como a fenomenal resposta do público para “Sniper Americano”, novo filme de Clint Eastwood que arrecadou até o momento US$ 331 milhões, tornando-se a produção de guerra de maior sucesso da história do cinema americano, uma dupla de fiascos foi despejada pelo caminho. Presente do ator Johnny Depp e da dupla de diretores de “Matrix”, os irmãos Andy e Lana Wachowski (este último era mais conhecido como Larry, antes de se transformar em transgênero no começo de 2000). Fazia tempo que Hollywood não tinha tanta dor de cabeça num curto período de um novo ano fiscal como agora.

 

Apelidado como “veneno de bilheteria”, Johnny Depp continuou a apostar em sua fase de figurino repleto de adereços esdrúxulos e maquiagem de olho esfumado, iniciada em 2003 com “Os Piratas do Caribe”, mesmo que ela estivesse emitindo sinais de fraqueza. O último filme dele, a comédia “Mortdecai – A Arte da Trapaça”, que estreia no Brasil em 12 de março, foi considerado intragável pelos críticos e retirado rapidinho de cartaz após a estreia americana em 23 de janeiro. O filme, também estrelado por Gwyneth Paltrow, custou US$ 60 milhões para ser rodado e arrecadou somente 12% desse valor. Foi o sexto fracasso recente da carreira do ator que, entre outros títulos ignorados pelo público (só para ficarmos dentro da galeria “maquiagem olho de gambá” dele), estão “O Cavaleiro Solitário” e “Sombras da Noite”.

O bigode falso de Johnny Depp na comédia "Mortdecai" não cativou público (Crédito: Divulgação)
O bigode falso de Johnny Depp na comédia “Mortdecai” não cativou público (Crédito: Divulgação)

Em 6 de fevereiro, a dupla de diretores Andy e Lana Wachowski surgiu com uma nova extravagância, a ficção-científica “O Destino de Júpiter”, atualmente em cartaz em todo o Brasil. O filme estrelado por Channing Tatum e Mila Kunis custou incríveis US$ 176 milhões para ser rodado e vai terminar arrecando apenas US$ 50 milhões nos Estados Unidos. Foram tantos torpedos atirados pela crítica especializada que se especulou que as chances do ator Eddie Redmayne, que interpreta um vilão afetado no filme, de vencer o Oscar de melhor ator pelo filme “A Teoria de Tudo” poderiam diminuir consideravelmente (os votantes da Academia de Hollywood não ligaram para isso, até porque nem devem ter visto o filme). “O Destino de Júpiter” chegou depois de Andy e Lana Wachowski produzirem o caríssimo (o valor ainda hoje é mantido em segredo, mas especula-se que chegou a US$ 102 milhões) e totalmente ignorado “A Viagem” (Cloud Atlas), com Tom Hanks e Halle Berry.

 

Neste final de semana, “Golpe Duplo” (Focus), novo filme do ator Will Smith e co-estrelado pelo carioca Rodrigo Santoro no papel de um argentino, estreou com um total de US$ 18.7 milhões. Foi o primeiro lugar da bilheteria, mas o estúdio Warner Bros. tinha projetado retorno maior, reabrindo a discussão de que o nome de Will Smith nos cartazes de filmes tem perdido poder.  Smith vem do fracasso de “Depois da Terra”, ficção-científica de 2013 e assinada por M. Night Shyamalan, outro diretor de sucesso (é dele “O Sexto Sentido”) que está com problemas de se conectar com o público.

Logo após os números do filme de Will Smith terem sido divulgados neste domingo, o blog Baixo Manhattan conversou com Paul Dergarabedian, da empresa Rentrak, um dos maiores analistas de bilheteria de Hollywood.

 

BM – Embora o novo filme de Will Smith tenha alcançado o primeiro lugar da bilheteria, os números ficaram bem abaixo dos projetados pelo estúdio Warner. O apelo do ator está abalado?

 

Paul Dergarabedian – Will Smith tem 22 filmes como protagonista em seu currículo. Desses, 14 estrearam em primeiro lugar na bilheteria – incluindo “Golpe Duplo” neste final de semana. Trata-se de uma excelente trajetória para o ator. Mas, é claro que, em 2013, ele fez o fracasso “Depois da Terra”. Não considero Will Smith como veneno de bilheteria. No caso específico de “Golpe Duplo”, o estúdio Warner Bros revelou que 88% do público pagante foi de faixa etária acima de 25 anos, ou seja, mais velha. O filme, sobre assaltantes, também não conseguiu transmitir um conceito claro para o público. No final das contas, o que realmente tem ressonância por entre o público é o conceito e o tema de um filme serem apresentados de uma maneira coerente. É bonus extra quando esses filmes são estrelados por um nome como Will Smith, Tom Cruise ou Denzel Washington.

 

"Golpe Duplo", filme de Will Smith (em cena com a atriz australiana Margot Robbie) estreou em primeiro lugar, mas com resultados aquém do esperado. (Crédito: Divulgação)
“Golpe Duplo”, filme de Will Smith (em cena com a atriz australiana Margot Robbie) estreou em primeiro lugar, mas com resultados aquém do esperado. (Crédito: Divulgação)

 

BM – E como o senhor analisa o risível retorno financeiro dos últimos filmes de Johnny Depp? Ele tem chances de sair dessa fase enfeitiçada?

 

Dergarabedian – O caso de Johnny Depp é diferente. Ele está tendo problemas com o público cativo dele, que começou a não entender mais as escolhas de carreira dele. O público não entendeu o porquê de ele rodar “Mortdecai” ou “O Cavaleiro Solitário”. Dentro do contexto da fase de filmes com performance afetada e repleta de maquiagem, isso funcionou bem para “Os Piratas do Caribe”, mas o público se cansou, esperando pelo dia em que Johnny Depp interpretará personagens mais acessíveis como em “Donnie Brasco”. Personagens esdrúxulos na carreira dele sempre existiram. Veja o caso de “Edward Mãos de Tesoura”, em 1990. Mas, nesse exemplo específico, Johnny estava totalmente imerso no personagem, deixando uma grande humanidade brotar, um trabalho irreprensível de atuação que estimulou o público.

 

BM – O que esses atores têm que fazer para se reconectarem com o público?

 

Dergarabedian – Seja Will Smith, Johnny Depp, Tom Cruise ou Denzel Washington, tudo tem a ver com as escolhas que eles fazem. Se eles querem sucesso comercial, precisam apostar no conceito pão com manteiga, ou seja, em filmes de grande apelo, como é “Missão: Impossível”, no caso Tom Cruise. Garanto que “Missão: Impossível 5”, que estreia em julho, será um grande sucesso. Veja Robert Downey Jr. Ele teve grande sucesso com “Homem de Ferro”, que reinventou a carreira dele. Mas quando, no ano passado, escolheu roadar “O Juiz”, o apelo comercial desapareceu. Obviamente que nenhum ator deve seguir uma fórmula específica. Esses atores que cito estão num ponto da carreira deles em que podem fazer o que quiserem. São famosos, financeiramente estabelecidos, a ponto de poderem tomar decisões de risco, e fazerem filmes mais próximos da sensibilidade pessoal deles. No final das contas, o público está sempre lá, torcendo por esses caras. A decisão final cabe ao ator, aos empresários deles e aos estúdios, de apresentar os filmes de uma maneira mais efetiva. Filme com trama gaguejante nunca deu certo.

 

 

Bonito de se ver, difícil de entender: o recém vencedor do Oscar de melhor ator Eddie Redmayne em cena de "O Destino de Júpiter", fracasso dos diretores Andy e Lana Wachowski. (Crédito: Divulgação)
Bonito de se ver, difícil de entender: o recém vencedor do Oscar de melhor ator Eddie Redmayne em cena de “O Destino de Júpiter”, fracasso dos diretores Andy e Lana Wachowski. (Crédito: Divulgação)

BM – Outro grande fiasco do ano foi “O Destino de Júpiter”, de Andy e Lana Wachowski. Qual é o problema dessa dupla, que faz filmes dispendiosos e não anda encontrando retorno de público?

 

Dergarabedian – O que acontece com os Wachowski é bastante curioso. Eles criaram um sucesso retumbante, que foi “Matrix”. Um filme de conceito original, que surgiu do nada. Foi um esforço visionário, um tour de force em termos de apresentação narrativa, efeitos especiais e criatividade. Como diretores ou produtores, essa dupla faz filmes de visão bastante pessoal como “A Viagem” ou “O Destino de Júpiter”. O problema é que a dupla deixou o público coçando a cabeça no final da projeção dos últimos filmes deles. Sem entender aonde queriam chegar, o público sumiu. Os dois têm agora um contrato com a Netflix para produzir série para a tela pequena. A razão de os estúdios ainda liberarem grandes orçamentos à dupla tem a ver com a visão deles. Quando ela dá certo, os resultados podem ser magníficos.

 

Quando Liam Neeson (em cena de Perseguição Implacável) vinga a morte de algum integrante da família dele, o lucro é certo. (Crédito: Divulgação)
Quando Liam Neeson (em cena de Perseguição Implacável) vinga a morte de algum integrante da família dele, o lucro é certo. (Crédito: Divulgação)

BM – E como o senhor analisa a carreira daqueles que estão conseguindo se conectar com o público, como é o caso de Liam Neeson, que, desde 2008, com o filme “Busca Implacável” se tornou um nome de sucesso?

 

Dergarabedian – A história de Liam Neeson é incrível. Ele está com 62 anos e se reinventou como herói de filmes de ação, depois de se tornar famoso por filmes sérios como A Lista de Schindler. Ele tem presença física e carisma, qualidades que o público adora num ator de filme de ação. É o que é ainda melhor: não existiu um jovem Liam Neeson fazendo filmes de ação, então o público não tem como comparar o antes com o depois. Tudo é novidade. Desde 2008, ele é o ator de ação mais respeitado internacionalmente. Ele é o cara.

 

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