Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Se eleita, atriz Cynthia Nixon pretende legalizar a maconha em NY http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2018/04/03/se-eleita-atriz-cynthia-nixon-pretende-legalizar-a-maconha-em-ny/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2018/04/03/se-eleita-atriz-cynthia-nixon-pretende-legalizar-a-maconha-em-ny/#respond Tue, 03 Apr 2018 18:40:01 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/Screen-Shot-2018-04-03-at-2.34.22-PM-320x213.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6753 Desde que anunciou sua pré-candidatura ao governo do estado de Nova York no mês passado, a atriz Cynthia Nixon, famosa por ter interpretado o papel da advogada Miranda no seriado de TV “Sex and the City”, não agradou muitos simpatizantes liberais. Apelando por um estilo agressivo e sem oferecer uma linha geral de seus planos (ela deu pistas de que a reforma educacional e do sistema de metrô estarão na linha da frente de seu plano de governo), Nixon decidiu criticar quase que diariamente a atual gestão do governador Andrew Cuomo, o qual ela espera bater nas primárias locais e se tornar a representante oficial do Partido Democrata no estado.

Mas, na semana passada, segundo convidados de um jantar particular para arrecadar fundos para a campanha da atriz (a entrada era de US$ 50), Nixon disse ser favorável à legalização da maconha em Nova York, tópico que enfrenta forte oposição do governador Cuomo. Segundo depoimentos dos convivas ao jornal The New York Times, Nixon disse que, caso eleita, pretende legalizar e “taxar” a maconha, trazendo “um monte de dinheiro” para os cofres do estado.

Em janeiro, Cuomo teve que afrouxar sua total oposição ao tema, anunciando a criação de um estudo para aferir os prós e contras da legalização da maconha recreativa em Nova York. A decisão foi anunciada depois que o novo governador de Nova Jersey, o democrata Phil Murphy (e que vem a ser colega de Cuomo), tomou posse no começo do ano, já anunciando que vai liberar a maconha recreativa no estado vizinho ao de Nova York. Massachussetts é outro estado norte-americano que está trabalhando nos últimos detalhes para aprovação de lei similar.

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Desenho animado sobre Trump pega carona em livro ‘incendiário’ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2018/01/07/desenho-animado-sobre-trump-pega-carona-em-livro-incendiario/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2018/01/07/desenho-animado-sobre-trump-pega-carona-em-livro-incendiario/#respond Sun, 07 Jan 2018 04:03:50 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/Screen-Shot-2018-01-06-at-9.19.11-PM-180x81.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6741 “Fire and Fury” (Fogo e Fúria), o incendiário livro fenômeno de 2018 nos Estados Unidos, escrito pelo jornalista Michael Wolff, que, por meio de inúmeros relatos de assessores do atual governo do país, descreve o presidente Donald Trump como sendo psicologicamente instável, inseguro e pouco informado, acabou de fazer nova “vítima”: um seriado inédito de TV sobre a Casa Branca.

No sábado (6), em uma coletiva de imprensa, Stephen Colbert, apresentador do talk show número 1 da TV americana, o  “Late Show”, da rede CBS,  brincou a respeito das similaridades entre os temas do livro de Wolff com os de sua nova série, “Our Cartoon President” (Nosso presidente de animação, em tradução literal), que estreia dia 11 de fevereiro na TV americana, “acusando” Wolff de plagiarismo. “Não tem nada no livro (de Wolff) que também não esteja em nosso programa – e a gente estava apenas na (base da) suposição”, disse Colbert à imprensa. “A melhor coisa sobre o governo Trump é, que, tudo o que você imagina (que acontece nele), acaba sendo verdade”.

Em dúvida sobre melhor estratégia política, Trump pede conselhos para os filhos Donald Jr. e Eric. (Foto: Showtime)

Em formato de desenho animado, “Our Cartoon President” tem dez episódios. Por meio de imagens captadas por uma equipe que faz um documentário sobre a Casa Branca e a atual administração Trump, surgem momentos íntimos do presidente. Ele não sabe muito o que fazer na cama com a primeira-dama Melania e, quando em dúvida sobre qual a melhor estratégia política a tomar, o líder americano pede conselhos para dois de seus maiores confidentes, os filhos Donald Jr. e Eric, que usam suéteres de lã e gomalina no cabelo. Trump também é um líder obcecado pelas reportagens das emissoras de TV a cabo sobre seu governo, passando horas na frente dos televisores. No desenho, o presidente também é retratado como um político com baixo índice de concentração e que costuma ser aterrorizado pela aparição de imagens de seus adversários no espelho do banheiro.

No primeiro episódio, Trump aparece fazendo seu primeiro discurso sobre o Estado da União. Como o primeiro discurso oficial acontece em breve – no dia 30 de janeiro, a rede Showtime pretende disponibilizar o piloto da série dois dias antes do evento real.

Trump jantando com assessores, a primeira-dama Melania, o vice-presidente Mike Pence e a mulher deste, Karen. (Foto: Showtime)

Desde que Colbert passou a investir pesado na sátira política durante os monólogos de abertura do “Late Show”, seu programa  saltou do segundo lugar para ser o confortável campeão da faixa das 23h30 na TV americana. Mesmo correndo atrás do prejuízo, com piadas mais politizadas, o comediante Jimmy Fallon, do “Tonight Show”, não conseguiu reassumir a liderança. Com a facilidade de Colbert para sátira política, era esperado que ele se aventurasse por outras plataformas, lançando um livro ou criando um outro programa. Ele preferiu a segunda opção.

Por mostrar a obsessão de Trump com a cobertura dos noticiários da TV a cabo sobre seu governo, a série de Colbert terá versões em desenho de famosos âncoras da TV americana, entre eles a liberal Rachel Maddow, da rede MSNBC, o moderado Anderson Cooper, da CNN, e o conservador – e amigo de Trump – Sean Hannity, da Fox News. Na coletiva de sábado, Colbert disse que seu novo programa tem uma grande missão. “Queremos, na verdade, mostrar como ele (Trump) é um gênio muito estável”.

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“Notícia falsa” é a segunda expressão mais odiada do ano nos EUA http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/12/19/noticia-falsa-e-a-segunda-expressao-mais-odiada-do-ano-nos-eua/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/12/19/noticia-falsa-e-a-segunda-expressao-mais-odiada-do-ano-nos-eua/#respond Tue, 19 Dec 2017 13:41:31 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/Screen-Shot-2017-12-19-at-8.39.32-AM-1-180x93.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6733 Ninguém tira a coroa da expressão “que seja” (whatever). Pelo nono ano consecutivo, o uso do “whatever” em conversas casuais é a palavra ou expressão mais odiada pelos americanos, segunda pesquisa conduzida pelo Instituto Marist de Opinião Pública, com sede no estado de Nova York. 33% dos entrevistados torcem o nariz quando a palavra é usada, principalmente pelos jovens.

Mas a grande novidade no levantamento é a expressão “notícia falsa” (fake news), usada quase que diariamente pelo presidente Donald Trump – em seus tuítes ou pronunciamentos públicos. O índice de rejeição ao termo é de 23% e ele aparece já na vice-liderança.

Outras palavras/frases odiadas em 2017, segundo o levantamento, foram:  “sem ofensa, mas…”  (3o. lugar), “literalmente” (4o.)  e “entende o que quero dizer?” (5o.)

 

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Injeções no pênis e mentiras sobre Gwyneth Paltrow: ‘NYT’ faz mais revelações sobre Weinstein http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/12/06/injecoes-no-penis-e-mentiras-sobre-gwyneth-paltrow-nyt-faz-mais-revelacoes-sobre-weinstein/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/12/06/injecoes-no-penis-e-mentiras-sobre-gwyneth-paltrow-nyt-faz-mais-revelacoes-sobre-weinstein/#respond Wed, 06 Dec 2017 13:19:00 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6723 Para levar atrizes e modelos com mais facilidade para a cama, o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein recorreu a uma antiga artimanha: mentir sobre o fato de ter transado com uma mulher mais famosa que elas. Foi usando o nome de Gwyneth Paltrow nessa perversa tramóia, mas muito bem alicerçada pelo fato de que o filme “Shakespeare Apaixonado”, que ele produziu em 1999, ter vencido diversos Oscars, incluindo o de melhor atriz, que Weinstein seduziu várias mulheres. Uma delas, vítima de assédio sexual em 2004, viu uma foto de Paltrow no apartamento do produtor. Para outra, Weinstein disse que aceitar as fantasias dele  seria “a melhor coisa que você pode fazer para sua carreira”.

Em outubro, ao tomar conhecimento da mentira que circulava pelas suas costas, Paltrow, que nunca foi para cama o ex-patrão (o ex-namorado dela, o ator Brad Pitt, confrontou o produtor depois que este tentou avançar nela durante um encontro à sós), passou a contactar várias das vítimas de Weinstein que caíram nesse conto. Ela queria manifestar apoio a elas. “Ele não é a primeira pessoa a mentir a respeito de que dormiu com alguém, mas ele usou a mentira como uma arma de agressão”, disse Paltrow ao jornal The New York Times em nova e extensa reportagem disponibilizada no site do jornal na noite de terça (5).

O artigo assinado por quatro repórteres, que conduziram 200 entrevistas, é mais um minucioso trabalho investigativo do jornal que, no começo de outubro, revelou a dimensão do comportamento predatório de Weinstein. Desde então, quase uma centena de mulheres famosas e aspirantes ao estrelato, comentaram publicamente sobre as táticas de assédio do produtor, incluindo a mais forte das alegações: estupro.

Harvey Weinstein em festa ao lado de Gwyneth Paltrow e Liv Tyler. (Foto: Divulgação)

A reportagem da Times, em outubro, não só fez a polícia de três cidades – Los Angeles, Nova York e Londres – a abrir inquérito contra o produtor, como promoveu uma avalanche de delações públicas de mulheres e homens vitimados pelo assédio e que derruba ou mancha a reputação de homens famosos das artes, política e mídia. A leva da última semana inclui o ator australiano Geoffrey Rush, do fotógrafo de moda Bruce Webber. Também, numa inesperada crise para o complexo das artes do Lincoln Center, em Nova York, o afastamento de lendárias figuras da ópera e da dança na cidade e que trabalhavam em prédios vizinhos: o maestro e condutor da Filarmônica de Nova York, James Levine, e o chefão do balé local, Peter Martins.

Dessa vez, o jornal centrou-se na tarefa de descobrir e confirmar, via várias fontes, a extensão do conhecimento, por parte de alguns agentes e representantes das atrizes de Hollywood, das táticas do poderoso chefão da indústria de entretenimento. Um grupo era conivente, ignorando os relatos das clientes ou pedindo a elas que não o delatassem. Outro manifestava repúdio, alguns até confrontando Weinstein à portas fechadas, ou pedindo para que suas atrizes não mais trabalhassem com ele. Mesmo assim, com a poeira assentada, eles decidiram não tornar nada público, a fim de não queimar a chance de qualquer oportunidade profissional futura com Weinstein.

A atriz canadense Mia Kirshner revelou ao Times ter experimentando ambos os lados  – de repúdio e o do “vamos deixar isso para lá” – dos seus três representantes. Isso aconteceu em 1994, quando Kirshner se tornou nome quente em Hollywood com o lançamento do filme “Exótica”, do diretor canadense Atom Egoyan, no mercado americano. Kirshner, que escapou dos avanços do produtor num quarto de hotel de Nova York, sem maiores incidentes, é uma das mais novas vítimas de Weinstein a se manifestar publicamente. O Times ouviu várias outras mulheres, mas muitas delas pediram aos repórteres que seus nomes não fossem revelados.

A atriz canadense Mia Kirshner conseguiu se livrar dos avanços de Weinstein num quarto de hotel de NY. (Foto: Divulgação)

O jornal também pinta um retrato de como Weinstein manipulava repórteres de grandes publicações em troca de favores ou para saber que fatos eles tinham apurado recentemente sobre possíveis vítimas ou desafetos do produtor na indústria cinematográfica. Boa parte da investigação dos quatro repórteres centra-se nas atitudes desesperadas de Weinstein quando, em setembro, algumas semanas antes do artigo do Times ser finalmente publicado, este começou a ouvir rumores de que artigos estavam sendo preparados também pela rede de TV NBC e a revista The New Yorker.

Desperado, Weinstein recorreu à táticas antigas de sucesso, como fez com repórteres do jornal New York Post, da rede de TV Fox, e das revistas Variety, Vanity Fair e da extinta versão americana da revista francesa de cinema Premiere. Ele tentou, via um amigo, da agência de talentos CAA, que este oferecesse um projeto literário ao jornalista Ronan Farrow, com adiantamento financeiro polpudo.

O filho da atriz Mia Farrow com o cineasta Woody Allen preparava uma reportagem para a rede NBC, da qual era colaborador. Como a empresa desistiu de veiculá-la, por razões ainda contraditórias e nebulosas, Farrow a ofereceu para a revista The New Yorker. Publicada, a reportagem causou impacto ainda maior que a do Times, uma vez que três vítimas declararam a Farrow que foram estupradas pelo produtor. Farrow não aceitou o suborno. Muito menos a atriz Rose McGowan, uma das vítimas de Weinstein mais engajadas em revelar detalhes de sua experiência com o produtor. Mesmo sabendo que não teria sucesso, um apatetado Weinstein entrou em contato com a agente da atriz, oferecendo um projeto de livro para a cliente. A agente mostrou toda a troca de emails dela com Weinstein aos repórteres do Times.

O jornal também revela que o furo de reportagem dado pela publicação poderia ter acontecido há muito tempo. Mais especificamente a partir da contratação, em 2002, do famoso jornalista David Carr, especialista na cobertura de mídia. Carr tomou conhecimento da história um ano antes, quando, como repórter da revista New York, entrevistou Rose McGowan, que lhe confidenciou o fato de ter sido estuprada pelo produtor. Outro jornalista famoso por sua cobertura de mídia, Ken Auletta, da The New Yorker, já sabia das acusações contra Weinstein desde 2000.

Carr, que morreu em 2015, acabou escrevendo um artigo mais crítico sobre Weinstein no New York Times, mas não pode incluir nenhuma das alegações de abuso sexual contra o produtor. Nenhum vítimas quis dar depoimento, quando procuradas pelo repórter. Semanas antes de a matéria ser publicada, Weinstein ligou para Carr e leu uma frase do texto do jornalista para o próprio, revelando que uma companhia de investigação havia conseguido obter uma cópia do texto ainda em fase de apuração. Já Auletta, da The New Yorker, não foi adiante com a reportagem na revista, pois sua fonte, uma assistente do produtor, vítima de agressão sexual, havia assinado um acordo financeiro com o patrão em troca de silêncio.

Em outubro, horas depois do New York Times finalmente ter publicado o artigo que esperou por vários anos, Weinstein ligou ameaçando os três repórteres que fizeram a investigação.

O Times revela que Weinstein, até setembro, trabalhava em parceria com Hillary Clinton para produzir um documentário de TV sobre a ex-senadora e candidata derrotada à presidência dos EUA, mas que o projeto não deu certo. Ao saber dos planos de Weinstein, tanto a editora Tina Brown, que teve Weinstein como chefe, entre 1999 a 2002, quando ele criou a revista “Talk”, quanto a atriz Lena Dunham, a criadora do seriado de TV “Girls”, ligaram para os assessores diretos da campanha de Hillary Clinton, a fim de alertá-la para a má fama do produtor com as mulheres.

Brown e Dunham não foram vítimas de assédio por parte de Weinstein, mas sabiam, há vários anos, dos abusos dele. Em seu contato com o principal assessor de Clinton, Dunham acusou o produtor, chamando-o de estuprador. O assessor, que nunca tomou providência em alertar Clinton (também pega de surpresa com o artigo do Times de outubro), negou, em entrevista ao jornal, que Dunham tenha usado a palavra “estuprador”, o que tornaria a denúncia mais grave.

Entre as novas revelações pessoais de Weinstein apuradas pelo Times estão as de que assessores diretos do executivo de cinema redigiam documentos dando dicas a ele, de como facilitar seus encontros arranjados com as mulheres. Assessores também tinham que cuidar da compra de injeções aplicadas diretamente no pênis para tratar das crises de impotência do patrão. Weinstein também abusava dos clichês de quem tem poder e conhece gente importante. Em momentos de confronto com inimigos, usava frases do tipo: “eu conheço o presidente dos Estados Unidos. E você, quem é que conhece?”

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Demissão de Matt Lauer choca e aponta erros no jornalismo de TV http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/30/demissao-de-matt-lauer-choca-e-aponta-erros-no-jornalismo-de-tv/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/30/demissao-de-matt-lauer-choca-e-aponta-erros-no-jornalismo-de-tv/#respond Thu, 30 Nov 2017 22:01:04 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/NUP_180857_0010-1-180x120.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6702 Desde 2012, quando assumiu o cargo de co-apresentadora do noticiário matutino “Today”, o programa de maior faturamento publicitário da rede NBC (receita de US$ 508 milhões no ano passado) e um dos mais lucrativos da TV norte-americana, que a jornalista Savannah Guthrie cultiva rotina nada ortodoxa para uma nova-iorquina. Coloca a filha de 3 anos de idade e o filho de 9 meses na cama às 19h (21h horário de Brasília) e embarca para a dela, uma hora depois. O relógio a desperta às 3h da manhã seguinte. Às 5h30, ainda noite na cidade, ela geralmente chega à sede da emissora, no famoso Rockefeller Plaza, centro de Manhattan, onde 90 minutos mais tarde ela vai apresentar notícias sobre Donald Trump, Kim Jong-un, tempestades devastadoras, além de entrevistar Jennifer Lopez, cozinhar com chef badalados e dar dicas de como eliminar as manchas mais teimosas de roupas claras.

Por volta das 4h de quarta (29), a programação de Savannah mudou por completo. Ela recebeu uma ligação inesperada e chocante. Do outro lado da linha, o chefe dela, Andrew Lack, presidente da divisão de jornalismo da NBC. Lack queria avisá-la de que seu parceiro de bancada, o jornalista Matt Lauer, nome à frente do programa por mais de 20 anos, havia sido demitido enquanto ela dormia.

Dias melhores: Savannah Guthrie (tirando selfie com Elmo) e Matt Lauer no set do programa “Today” em agosto de 2017. (Foto: Nathan Congleton/NBC)

Lauer é a última figura pública, e uma das mais poderosas até agora, a ser derrubado pela avalanche de denúncias de casos de assédio sexual sofridos por mulheres e homens, que começaram a ser relatadas quase que diariamente, desde 5 de outubro. Nesta data, o jornal The New York Times publicou reportagem bombástica, expondo três décadas de assédio contra atrizes, aspirantes ao estrelato e assistentes perpetrados pelo famoso produtor de cinema Harvey Weinstein. Oito dias antes de Lauer, Charlie Rose, que ocupava posto idêntico na concorrente CBS e um dos jornalistas mais respeitados nos EUA, com quase seis décadas de profissão, também perdera seu posto após ser acusado por mais de cinco colegas de trabalho por conduta sexual imprópria.

A decisão da rede NBC de rescindir o contrato de trabalho de Lauer, que tem salário anual de US$ 25 milhões, o mais alto da TV americana para um jornalista, foi extraordinariamente rápida. Na noite de terça (28), uma funcionária do departamento de jornalismo da emissora e de nome não revelado, chegou à sede da NBC em companhia de seu advogado. Eles queriam fazer uma queixa formal ao RH da companhia contra Lauer. Em 2014, quando a vítima ainda era estagiária da empresa e se encontrava na Rússia, participando da cobertura da Olimpíada de Inverno de Sochi, Lauer teria iniciado sua campanha de assédio. Segundo o jornal The New York Post desta quinta (30), a estagiária guardou várias mensagens recebidas via sms que corroboravam a denúncia. Entre as evidências, uma foto “muito prejudicial” enviada por Lauer a ela.

Ao vivo para a costa leste americana, às 7h de quarta-feira, uma Savannah desafiando a voz embargada, fez uma declaração pessoal, sentida e ponderada. “No momento, tudo o que posso dizer é que estou de coração partido”, disse ela ao lado de Hoda Kotb, âncora-reserva chamada às pressas para substituir Lauer na bancada do “Today”. “Estou de coração partido por Matt. Ele é meu querido, caro amigo, meu colega de trabalho e ele é muito admirado por muita gente aqui. Estou de coração partido pela corajosa colega que decidiu revelar a história dela e por outras mulheres que têm as suas para contar. Estamos lidando com um dilema nas últimas semanas: como harmonizar o amor sentir por uma pessoa com a revelação de que ela comportou-se muito prejudicialmente?”

Na manhã de quarta (29), Savannah ao lado de âncora Hoda Kotb anuncia a demissão de Matt Lauer. (Foto: Divulgação)

Antes do desabafo, Savannah lera na íntegra uma declaração oficial de Lack  (”uma clara violação dos padrões de comportamento em nossa empresa”), que explicava de que a denúncia contra Lauer não era um fato isolado, por isso se justificava a rápida demissão. Ao longo da quarta-feira, outras mulheres entrevistadas pelo jornal The New York Times e pela revista Variety acusaram o jornalista de assédio. A mais séria delas partiu de uma ex-funcionária da NBC, de nome não revelado, que, em 2001, foi sexualmente atacada por Lauer no escritório deste. A ex-subordinada revelou ter desmaiado após o encontro e de precisar ser atendida por uma enfermeira da empresa.

Ela não denunciou o incidente na época por medo “de perder o emprego” e por “se sentir envergonhada”. Outras funcionárias da NBC entrevistadas pelo Times revelaram mais detalhes do modo predatório de Lauer agir em seu escritório, onde ele tinha até um interruptor instalado debaixo de sua mesa de trabalho que trancava a porta, sem que ele precisasse se levantar da cadeira e dar bandeira de suas verdadeiras intenções. Em certa situação, Lauer abaixou as calças na frente de uma subordinada e mostrou-lhe o pênis. Para outra, comprou-lhe um brinquedinho sexual de presente e incluiu um cartão com a mensagem “espero usá-lo em você”. O jornal Daily News desta quinta (20), chama o escritório do jornalista, num dos prédios mais bonitos da cidade e com murais do artista mexicano Diego Rivera, de “calabouço do sexo”.

Tablóides locais desta quinta (30): NY Post coloca logotipo da rede NBC em cima da braguilha de Lauer; Daily News o chama de pervertido. (Foto: Reprodução)

Na manhã desta quinta, Lauer manifestou-se oficialmente, com um pedido de desculpas. “Não existem palavras para manifestar a tristeza e o arrependimento da dor que causei em outras pessoas por meio de palavras e ações. Para as pessoas que magoei, eu realmente sinto muito”, começava a nota. O jornalista diz que algumas das acusações contra ele são “inexatas”, mas admite que elas são embasadas “em verdades suficientes para me fazer (sentir) humilhado e envergonhado”. O jornalista termina a nota explicando que seu “trabalho em tempo integral”, daqui para a frente, e que “levará muito tempo” para ser executado, será “reparar todo o dano causado e fazer um exame de consciência”.

Em um momento em que a história do sexismo é reescrita nos Estados Unidos, a derrocada de Lauer ilumina um outro aspecto sobre casos de assédio sexual, misoginia e desigualdade salarial tão exploradas pela mídia diariamente: como as redações das grandes emissoras de TV nos EUA, todas com sede no centro de Manhattan (o marco zero de homens se comportando mal), fizeram vista grossa às várias denúncias de abuso perpetrados pelas maiores figuras do jornalismo.

Além de Lauer e Rose, Bill O’Reilly, poderoso âncora da rede conservadora Fox, perdeu o emprego no ano passado. Segundo o New York Times, seis meses antes da decisão da Fox, a emissora chegou a renovar contrato com O’Reilly, mesmo sabendo de novas alegações de abuso sexual contra ele. No caso de Lauer, várias das mulheres entrevistadas pelo Times e Variety alegaram que a NBC sabia da reputação predatória de Lauer e que sua imagem de ser sexualmente implacável era conhecida por entre alguns colegas de redação. O presidente de jornalismo da emissora categoricamente refutou, na quarta-feira, de que a emissora, nos últimos 20 anos, tenha sido informada de qualquer problema na conduta profissional do célebre funcionário.

No set do “Today”, Lauer também aprendia a cozinhar. A modelo Camila Alves fazia participações esporádicas no programa. (Foto: Reprodução)

Outro ponto a vir à tona é o de como a rede NBC conduziu equivocadamente a cobertura jornalística das atuais denúncias de assédio sexual. Especula-se que, por duas vezes, num espaço de um ano, a emissora abriu mão de dar importantes furos de reportagem sobre o fenômeno do movimento #metoo (eu também) para, ou proteger Lauer, ou por ter sido manipulada pelo âncora. A emissora acabou sendo “furada” respectivamente pelos jornais Washington Post e The New York Times.

Em outubro do ano passado, na reta de chegada da corrida presidencial norte-americana, 0 Washington Post publicou a íntegra de uma conversa informal travada entre Donald Trump (que não sabia que estava sendo gravado) com o apresentador Billy Bush, no set do programa de celebridades “Access Hollywood”. No áudio datado de 2005, Trump vangloria-se que “estrelas” geralmente escapam impunemente de situações em que tentam fazer “qualquer coisa” com mulheres, até “pegá-las pela xoxota.”

Ciente da gravação e do impacto que ela poderia poderia provocar na campanha presidencial, a NBC permitiu que Bush desse o furo de reportagem em seu próprio programa na emissora, e também que ele, no processo de edição, apagasse sua participação no episódio. No áudio, Bush é conivente e parece se divertir com os comentários vulgares de Trump.

Em setembro, Lauer entrevistou Hillary Clinton, que divulgava seu novo livro sobre memórias da campanha presidencial. (Foto: Nathan Congleton/NBC)

A emissora começou a perder a paciência com a demora da produção do “Access Hollywood” em deletar a participação de Bush na conversa. Segundo a coluna Page Six, do jornal New York Post, um produtor do programa “Today”, até hoje não identificado pela emissora, muito embora uma sindicância interna da NBC tenha sido colocada em prática, tinha acesso à entrevista e decidiu vazá-la na íntegra ao Washington Post.

Muita gente enxergou o dedo de Lauer por trás da manobra, especialmente porque ela poderia custar o emprego de Bush, recente desafeto do âncora. Com o escândalo político deflagrado e Bush sendo criticado por chauvinismo, ao engajar o diálogo chulo de Trump, o apresentador foi suspenso por uma semana. Depois, demitido.

O ator Robert Redford promove filme novo filme em conversa com Matt Lauer em 26 de setembro (Foto: Nathan Congleton/NBC)

Lauer começou a ter problemas com Billy Bush, que é sobrinho do ex-presidente norte-americano George W. Bush, no ano passado, quando o apresentador foi convidado pela NBC a trocar a redação do “Access Hollywood”, em Los Angeles, programa que comandava desde 2001, e se mudar para Nova York, para fazer parte do “Today”. Bush seria o titular da segunda parte do programa, uma hora em estilo “mesa redonda” e com ênfase em reportagens mais leves, sobre celebridades, exibido logo após duas horas de notícias mais sérias. Lauer, que sempre considerou Bush um rapazola, teria começado a se sentir ameaçado com os boatos de que o novo colega estaria sendo lentamente treinado pela emissora para um dia assumir a função de âncora do “Today”.

Tudo azedou em agosto de 2016, no Rio de Janeiro, durante as Olimpíadas, quando os estilos “cuca-fresca” de Bush e centralizador de Lauer entraram em conflito. Andando pela praia de Copacabana, Bush topou com o nadador Ryan Lochte, em sua primeira aparição pública após o infame incidente no qual o esportista americano mentiu sobre o fato de ter sido assaltado à mão armada num posto de gasolina carioca. Bush gravou a rápida entrevista com seu iPhone e remeteu o arquivo para a redação da NBC, em Nova York, sem avisar Lauer, que já tentava marcar uma entrevista oficial (que acabou acontecendo dias depois, num hotel de Nova York) com Lochte.

No Rio de Janeiro, em agosto, o meteorologista Al Rooker, a âncora Hoda, o desafeto Billy Bush e Lauer. (Foto: NBC)

Muito ainda se especula dos verdadeiros motivos da NBC ter perdido um dos maiores furos jornalísticos deste ano: as denúncias de assédio sexual contra Harvey Weinstein. Concomitantemente, o jornal New York Times e a rede NBC trabalhavam em reportagens próprias sobre o ex-dono da Miramax, produtor dos filmes “Shakespeare Apaixonado” e “Chicago” e responsável por distribuir “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, nos Estados Unidos. Um time de três repórteres do New York Times, tinha carta branca da empresa em prosseguir com a investigação, mesmo que o jornal tenha sido intimidado por advogados de Weinstein, quando este tomou conhecimento da preparação da reportagem.

Na NBC, o apoio ao processo de apuração do repórter Ronan Farrow, que é filho de Mia Farrow e do diretor Woody Allen (Ronan e o pai biológico não se falam desde 1992, quando foi revelado que o icônico cineasta mantinha um romance extra-conjugal com a enteada Soon-Yi Prévin, que resultou no casamento oficial dos dois cinco anos mais tarde), era mais frouxo. Muito embora Farrow tenha conseguido gravar uma entrevista com a atriz Rose McGowan, a criadora do hashtag “metoo”, denunciando Weinstein, a rede NBC disse não estar satisfeita com a apuração da reportagem e que tinha “problemas” com algumas das fontes entrevistadas por Farrow.

Em vias de não renovar contrato com Farrow para este continuar sendo colaborador do “Today”, a NBC não se importou do funcionário vender sua reportagem para outro veículo. Farrow imediatamente ofereceu a matéria para a revista The New Yorker. Mesmo que o New York Times tenha eventualmente saído na frente The New Yorker, foi o artigo da revista que trazia as mais sérias acusações contra Weinstein. Farrow conseguiu que três mulheres confirmassem o fato de terem sido estupradas pelo produtor, declarações de assédio feitas pelas atrizes Mira Sorvino e Rosanna Arquette, e ainda uma evidência exclusiva: um áudio que a modelo italiana Ambra Battilana Gutierrez gravou com o auxílio da polícia de Nova York, que investigava uma denúncia de assédio sexual do produtor contra ela. Na gravação, Weinstein, enquanto, quase sem paciência, insiste em que a modelo entre em seu quarto de hotel, admite tê-la assediado anteriormente.

Na emissora concorrente ABC, jornalista Ronan Farrow promove artigo bombástico que a NBC abriu mão. (Foto: Reprodução)

A demissão de Lauer agora abre espaço para teorias de conspiração. Teria a NBC vetado a matéria com medo de que Lauer pudesse ser a próxima vítima? Ou a emissora estaria protegendo uma figura famosa? Noah Oppenheimer, chefe da NBC News, refuta a segunda teoria. “A ideia de que a gente tentaria acobertar denúncias contra uma pessoa poderosa é extremamente ofensivo para todos nós (da NBC)”, disse o jornalista num encontro com o staff jornalístico da empresa. Oppenheimer explicou aos funcionários de que a pauta oferecida por Ronan era bem diferente da resultado final veiculado na The New Yorker. Segundo ele, Farrow “expandiu bem o alvo da reportagem”, criando “uma tonelada extra de extraordinária apuração” ao levar sua pauta para outra empresa de comunicação.

A avalanche de predadores sexuais abatidos desde a publicação das matérias do Times e da New Yorker inclui nomes como os do ator Kevin Spacey, do fotógrafo de moda Terry Richardson e do cineasta Brett Ratner (de “As Panteras”). Ao cobrir essas notícias, quase que diariamente em seus programas, antes de serem demitidos, Lauer e Rose se revelaram hipócritas. Em recente debate para estudantes de jornalismo em Nova York, Rose classificou as denúncias feitas por mulheres de um momento histórico e “transformador”. Já Lauer, ao entrevistar com exclusividade o ex-âncora Bill O’Reilly, chegou a elogiar a bravura das mulheres que se manifestaram publicamente e custaram o emprego do último na Fox.

Hipocrisia: em setembro, Lauer entrevista ex-âncora Bill O’Reilly, que perdeu o emprego na Fox depois de ser acusado de assédio sexual. (Foto: Nathan Congleton/NBC)

Na noite de quarta, Lauer esteve ausente – pela primeira vez em 20 anos – de um tradicional evento da rede NBC: a cerimônia de iluminação da gigantesca árvore de natal no Rockfeller Center, uma das grande atrações turísticas de Nova York até começo de janeira. Na manhã desta quinta, a demissão do âncora foi mais uma vez a notícia principal dos programas matutinos da TV e, novamente tentando disfarçar a voz embargada, a co-âncora Savannah Guthrie leu o pedido desculpas dele na íntegra.

Na rede CBS, a co-âncora Gayle King, do programa “CBS This Morning”, ilustrou bem o tom da imprevisibilidade do fenômeno atual ao pegar o iPhone dela da bancada e, do aparelho, ler ao vivo a declaração de Lauer. “Deixo o celular bem perto de mim agora, pois a gente não sabe quando o próximo escândalo vai acontecer”, explicou ela aos telespectadores.

Hoda, Savannah, Roker e o âncora Lester Holt durante a cerimônia de iluminação da árvore de natal do Rockefeller Center, na noite de quarta (29), em NY. (Foto: Eric Liebowitz/NBC)

 

 

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Para marcar volta à Broadway, Nicole Kidman ganha do marido casa de US$ 39 milhões http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/para-marcar-volta-a-broadway-nicole-kidman-ganha-do-marido-casa-de-us-39-milhoes/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/para-marcar-volta-a-broadway-nicole-kidman-ganha-do-marido-casa-de-us-39-milhoes/#respond Mon, 27 Nov 2017 07:32:21 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/Screen-Shot-2017-11-27-at-12.28.44-AM-180x133.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6680 Duas décadas após estrear na Broadway com a peça “Blue Room”, de David Hare, e com uma performance descrita por um crítico de um jornal inglês como “puro viagra teatral”, Nicole Kidman deve voltar aos palcos de Nova York no próximo ano. A atriz pretende reprisar o papel de Rosalind Franklin, cientista inglesa postumamente reconhecida por ter feito significativa contribuição para a descoberta da estrutura do DNA, na peça “Photograph 51”.

Nicole Kidman interpreta cientista que ajudou a descobrir DNA na peça “Photograph 51” (Foto: Divulgação)

Desde que a montagem teatral escrita pela dramaturga americana Anna Ziegler estreou em Londres, em 2015, se tornando sucesso de público e crítica, vários rumores de que a peça viajaria para Nova York surgiram. Eles sempre foram refutados por Kidman. No ano passado, em entrevista a um jornal inglês, a atriz disse que não faria a peça na Broadway para não ficar muito tempo ausente das filhas: Sunday, 9, e Faith, 7.

Segundo artigo da revista australiana Women’s Day publicado nesta segunda-feira (27), Kidman não teria mais nenhum conflito familiar para impedi-la de participar da montagem. Para incentivar a carreira teatral e televisiva da esposa, o cantor country Keith Urban deu uma casa “dos sonhos” em Nova York de presente para Kidman. O centenário palacete de seis andares e sete quartos fica em uma das áreas mais nobres de Manhattan, o Upper East Side, e com Woody Allen e Madonna como vizinhos.

Frente do palacete de seis andares que teria sido comprado por Keith Urban. (Foto: Divulgação)

Desenhada em 1898 e concluída três anos mais tarde, a residência em estilo Belas Artes, na rua 74 e a poucos metros do Central Park, foi um projeto do arquiteto americano Alexander Welch, famoso por ter criado a casa de Alexander Hamilton (o primeiro secretário do tesouro americano, e que virou tema de musical de sucesso da Broadway pelas mãos do escritor Lin-Manuel Miranda) no bairro do Harlem. Ao longo dos anos, a propriedade serviu de residência para o presidente americano Glover Cleveland, o artista Marc Chagall e o músico Michael Jackson. Mais recentemente, virou locação para a série de TV “Gossip Girl”. Trata-se da casa onde o personagem Nate Archibald, interpretado pelo ator Chace Crawford, mora.

Chace Crawford em cena de “Gossip Girl” rodada no novo palacete de Kidman. (Foto: Reprodução)

A casa tem 19 cômodos, incluindo 8 banheiros, dois toucadores e um aposento para empregada. Além de uma cozinha que funciona no andar térreo da propriedade, uma outra foi instalada no sexto andar. Existem também dois jardins: no andar térreo e na cobertura da mansão. A escada toda em carvalho é uma das grandes atrações da propriedade. A propriedade conserva suas oito lareiras originais. O bilionário americano (nascido no Marrocos) Marc Lasry comprou o palacete em 2001 por US$ 11 milhões. No ano passado, decidiu colocá-lo à venda por US$ 39 milhões. Mas detratores acharam o preço “ridículo”. “Lasry acha que sua casa é maravilhosa. Mas ela é velha e precisa de muitos reparos. Muitos!”, disse um corretor de imóveis ao jornal New York Post.

Confira algumas imagens dos aposentos da casa, com decoração virtual.

Corredor do segundo andar da casa. (Foto: Divulgação)
Sala de jantar com um das 8 lareiras originais da casa. (Foto: Reprodução)

 

Sala de estar. (Foto: Divulgação)

 

Pátio com jardim no andar térreo. (Foto: Divulgação)

 

Uma das duas cozinhas da casa. (Foto: Reprodução)

 

Toda em carvalho, escada é uma das atrações da casa. (Foto: Divulgação)

 

Com Iain Glen, o Jorah Mormont de “Game of Thrones”, Kidman fez sua estreia na Broadway em 1998 com a peça “Blue Room”, de David Hare. (Foto: Divulgação)
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Âncora de TV suspenso por assédio é fã de Caetano e Sonia Braga http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/20/ancora-de-tv-suspenso-por-assedio-e-fa-de-caetano-e-sonia-braga/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/20/ancora-de-tv-suspenso-por-assedio-e-fa-de-caetano-e-sonia-braga/#respond Tue, 21 Nov 2017 02:25:41 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/Screen-Shot-2017-11-20-at-8.56.18-PM-180x105.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6670 No começo de novembro, Gayle King, Nora O’Donnell e Charlie Rose, trio de âncoras que apresenta, de segunda a sexta, o programa CBS This Morning, da rede CBS, participaram de um evento da mídia, em Nova York, para debater a derrocada do produtor de Hollywood Harvey Weinstein, acusado de ter assediado sexualmente mais de 70 mulheres, entre elas as atrizes Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie e Ashley Judd. No debate aberto ao público, O’Donnel chamou a onda de denúncias de assédio sexual contra políticos, artistas e outras personalidades públicas de “histórico”. O âncora Rose também opinou: “Existem certas coisas que acontecem na sociedade, e que mostram que estamos progredindo“.

Na noite de hoje (20), Charlie Rose, 75, virou notícia dos principais telejornais da TV americana, a segunda em importância do dia, por apresentar modus operandi semelhante ao de Weinstein, como o de andar nu na frente de suas subalternas.

Anthony Mason, âncora do principal telejornal da rede CBS, o CBS Evening News, deu a má notícia sobre o colega de redação. Rose foi afastado de dois programas da casa após o jornal Washington Post ter publicado, na tarde de hoje, uma reportagem-denúncia contra o âncora, acusado de assédio sexual por oito mulheres. Rose, um dos mais famosos jornalistas dos EUA e considerado pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, foi afastado por tempo indeterminado do “CBS This Morning” e também do programa “60 Minutes”, exibido aos domingos e no qual ele fazia participações esporádicas por quase uma década.

Charlie Rose em seu programa de entrevistas na rede educativa PBS. (Foto: Reprodução)

Todas as oito mulheres entrevistadas pelo jornal WaPo trabalharam diretamente com Rose não na rede CBS, mas sim no programa que deu fama ao apresentador, o “Charlie Rose”,  apresentando no final da noite pela rede educativa PBS e no qual Rose entrevistou desde os ex-presidentes americano Barack Obama e francês Nicolas Sarkozy, passando por empresários como Bill Gates e Warren Buffett, à personalidades como a atriz Sophia Loren, o escritor Salmon Rushdie e a cantora e escritora Patti Smith. A rede PBS e a Bloomberg TV, que retransmite o programa, também anunciaram hoje a suspensão do âncora e a retirada do programa (alguns já pré-gravados) do ar.

Entre 1990 a 2011, segundo o Washington Post, Rose assediou oito mulheres do staff de seu programa, com idades (na época do assédio) entre 21 a 37 anos. Segundo as entrevistadas (três delas revelaram suas identidades), Rose tinha um padrão próprio de agir: ele aplicava o “truque do chuveiro”, andado pelado na frente de algumas assistentes que também faziam trabalhos na casa do apresentador. Com algumas, em ligações telefônicas tarde da noite, ele discorria sobre suas fantasias sexuais (uma delas de nadar pelado ao lado de uma das funcionárias). Rose também tinha a infame mão boba: começava colocando a mão na perna das agredidas, só indo parar na altura da coxa delas. Uma das funcionárias acusou Rose de ter apalpado os seios dela.

No final da tarde de hoje, logo depois que o WaPo disponibilizou a reportagem em seu site , Rose divulgou nota à imprensa pedindo desculpas e refutando algumas das acusações contra ela. “Em meus 45 anos de jornalismo, sempre me orgulhei de defender a carreira das mulheres com que trabalhei”, começava a nota. “É essencial que estas mulheres saibam que eu as ouvi (a denúncia delas) e desculpo-me profundamente por meu comportamento impróprio”, continuou. “Comportei-me insensivelmente em algumas situações, e aceito responsabilidade por elas, embora acredite que algumas dessas alegações não sejam acuradas. Sempre senti que estava explorando sentimentos compartilhados, muito embora agora eu entenda que estava enganado”.

Sonia Braga foi ao programa de Charlie Rose em 1996 promover o filme inglês “Two Deaths”

Da queda do muro de Berlim à Primavera Árabe, Rose fez longas e intensas entrevistas com analistas e líderes mundiais. Ele foi um dos raros jornalistas americanos a entrevistar os presidentes da Rússia Vladimir Putin e o da Síria Bashar al-Hassad. Em 2007, foi a Brasília entrevistar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Rose também era simpatizante da cultura brasileira, tendo declarado publicamente ser fã da atriz Sonia Braga e do músico Caetano Veloso, ambos entrevistados no programa dele na PBS. Rose ainda entrevistou o músico Gilberto Gil, a modelo Gisele Bündchen e o empresário Eike Batista.

 

 

 

 

 

 

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Filme com Sonia Braga surpreende na bilheteria norte-americana http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/20/filme-com-sonia-braga-surpreende-na-bilheteria-norte-americana/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/20/filme-com-sonia-braga-surpreende-na-bilheteria-norte-americana/#respond Mon, 20 Nov 2017 07:22:56 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/Screen-Shot-2017-11-20-at-2.15.39-AM-180x99.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6661 E tudo acabou em feijoada nos cinemas norte-americanos neste final de semana. O filme “Extraordinário”, estrelado por Julia Roberts e com participação especial de Sonia Braga, surpreendeu previsões de analistas do showbiz e de seu distribuidor, o estúdio Lionsgate, arrecadando o dobro do esperado, caso raro em Hollywood. Pré-análises de mercado acreditavam que o filme iria arrecadar entre US$ 9 milhões a US$ 14 milhões. “Extraordinário” encerrou seu final de semana de estreia com faturamento de US$ 27 milhões. O filme custou US$ 20 milhões para ser rodado.

As atrizes Izabela Vidovic e Sonia Braga em cena de “Extraordinário”, sucesso inesperado de bilheteria no final de semana. (Foto: Reprodução)

Estúdio e analistas começaram a perceber que havia algo diferente na procura por ingressos de “Extraordinário” na sexta-feira (17), quando várias escolas fizeram a sala de cinema ser um dos destinos da tradicional excursão de alunos antes do recesso do feriado de Ação de Graças, a ser celebrado quinta (23) nos Estados Unidos. O filme é baseado em livro homônimo da escritora americana R.J. Palacio, grande sucesso por entre o público infanto-juvenil e leitura incentivada nas principais escolas ginasiais desde seu lançamento em 2012. No Brasil, o livro foi lançado pela editora Intrínseca.

O sucesso inesperado de “Extraordinário” afetou dois grandes lançamentos de cinema durante o final de semana. Fez o filme de super-heróis da DC Comics “Liga da Justiça” arrecadar menos e tirou público do desenho “A Estrela de Belém”, história do nascimento de Jesus Cristo contada sob o ponto de vista dos animais. O filme também encantou a crítica, gerando inúmeras críticas positivas, incluindo as dos jornais The New York Times e “Wall Street Journal, e recebeu nota A+ do público que participou das sessões-testes promovidas pelo estúdio antes do lançamento oficial.

Escrito e dirigido por Stephen Chbosky (responsável por “As Vantagens de Ser Invisível, outra adaptação literária teen de sucesso),  “Extraordinário” conta a história de Augie Pullman (Jacob Tremblay, do filme “O Quarto de Jack”), garoto que nasceu com uma deformidade facial. Após ser educado em casa pela mãe (Julia Roberts) até os dez anos de idade, ela e o marido (Owen Wilson) decidem que está na hora do filho frequentar uma escola normal. O filme acompanha, de forma sensível e sem cair no piegas, os problemas de aceitação e bullying enfrentados pelo garoto no ginásio.

Julia Roberts e o garoto Jacob Tremblay no filme “Extraordinário” (Foto: Divulgação)

A história é contada sob o ponto de vista de Augie, da irmã mais velha dele, Via (Izabela Vidovic), e dos melhores amigos de ambos. Após o nascimento do irmão, Via passa a ganhar menos atenção dos pais. Ela vem a ressentir ainda mais disso, quando os problemas do garoto na escola passam a ser o principal foco de discussão em jantares familiares. Em seu segmento no filme, Via desabafa que tudo piorou, com a morte de sua melhor amiga: a avó materna, interpretada por Sonia Braga.

A atriz brasileira aparece em cena de flashback, sentada na praia novaiorquina de Coney Island, reconfortando a neta e externando sua predileção pela garota. Braga não contracena com a “filha” Julia Roberts, mas em determinado momento do filme, Julia e Tremblay anunciam que estão indo ao supermercado para comprar ingredientes “para preparar o prato preferido” do marido: “feijoada” (ambos os atores capricham na pronúncia da palavra). A trilha sonora do filme também tem sabor brasileiro: ela foi composta pelo músico paulista Marcelo Zarvos. “Extraordinário” estreia dia 7 de dezembro no Brasil.

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Em decisão inédita, diretor decide apagar imagens de Kevin Spacey de novo filme http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/09/em-decisao-inedita-diretor-decide-apagar-imagens-de-kevin-spacey-de-novo-filme/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/11/09/em-decisao-inedita-diretor-decide-apagar-imagens-de-kevin-spacey-de-novo-filme/#respond Thu, 09 Nov 2017 04:50:58 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6655 Desde agosto, quem frequenta os cinemas americanos, raramente escapa de assistir ao trailer do filme “Todo o Dinheiro do Mundo” (All the Money in the World), novo trabalho do diretor Ridley Scott e grande aposta do estúdio de cinema Sony Pictures para o Oscar 2018.

O trailer agora leva muita gente a torcer o nariz. No escurinho do cinema, a figura infame da vez, capa de tablóides e revistas de fofocas, surge nos minutos finais do trailer da mesma maneira que apareceu num punhado de seus trabalhos: sublime. O ator Kevin Spacey, recentemente acusado de assédio sexual e pedofilia (por homens e mulheres), passou por um intricado processo de maquiagem que o transformou em J. Paul Getty, o magnata americano que ampliou o império petrolífero de sua família e que teve que lidar com o sequestro de seu filho, principal foco do filme de Scott. Spacey já era um dos pré-favoritos para o Oscar de melhor ator coadjuvante.

 

Cenas de Kevin Spacey como o bilionário J. Paul Getty serão eliminadas do filme “Todo o Dinheiro do Mundo”. (Foto: Divulgação)

 

Numa decisão sem precedentes em Hollywood – e sem discutir seus planos com o estúdio Sony até a hora H -, Ridley Scott decidiu apagar Spacey do filme, optando por substitui-lo por outro ator. A inesperada solução é dispendiosa e pode alterar os rumos do cinema. “Todo o Dinheiro do Mundo” estava totalmente pronto, próximo a ser exibido pela primeira vez num festival de Los Angeles, antes de sua estreia americana em 22 de dezembro. Para ganhar o apoio da Sony, o diretor teve que prometer à companhia que ele entrega a nova versão do filme a tempo da estreia oficial.

Christopher Plummer, veterano intérprete que foi a primeira escolha de Scott (o estúdio queria um nome mais famoso e o vetou, optando por Spacey), tem agora sua segunda chance de interpretar Getty. Scott vai refilmar as cenas do filme com Plummer e os principais atores da produção – Mark Wahlberg e Michelle Williams, ambos já concordaram em voltar ao trabalho. Em várias cenas externas, rodadas nos EUA, Europa e Oriente Médio, Scott vai inserir digitalmente o rosto de Plummer sob o de Spacey.

Se tem algum diretor qualificado para executar tal dramática solução, este é Scott. Em 1999, enquanto enchia a cara num bar da ilha de Malta, o beberrão ator inglês Oliver Reed sofreu um ataque cardíaco e morreu algumas semanas antes de rodar todas suas cenas no filme “Gladiador”. Scott, que ganhou um Oscar de direção pelo filme, rodou as cenas inéditas de Reed com outro ator e aplicou digitalmente o rosto de Reed, de cenas pré-rodadas, sob as do figurante.

Scott tem agora cerca de 20 dias para rodar, criar efeitos especiais e editar as cenas de Plummer. Caso obtenha êxito, a ideia do diretor poderá criar uma alternativa perigosa para os atores, deixando os nervos deles à flor da pele. Caso eles se metam em escândalos sexuais ou atividades criminais, fica mais fácil de apagá-los para sempre da história do cinema.

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Terrorista solitário escolheu região ‘hollywoodiana’ de NY para o ataque http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/10/31/terrorista-solitario-escolheu-regiao-nobre-de-manhattan-para-o-ataque/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/10/31/terrorista-solitario-escolheu-regiao-nobre-de-manhattan-para-o-ataque/#respond Tue, 31 Oct 2017 23:54:18 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6637 À trabalho ou por recreação, o trecho da ciclovia à beira do Rio Hudson, que se estende dos bairros do West Village ao Distrito Financeiro de Nova York, é quase que um destino diário para minha locomoção, via uma surrada bicicleta.

Entro nesta ciclovia, pela Christopher Street, e longo ganho mais velocidade ao lado da escola de trapézio suspensa no segundo andar de um estacionamento, usada numa cena da série de TV “Sex and the City”. Foi em frente a essa famosa locação que Sayfullo Saipov, 29, natural do Uzbequistão e residente de Tampa, Flórida, entrou como um louco com uma caminhonete pick-up, alugada por US$ 19 por hora. Saipov se tornou o responsável solitário do ataque terrorista mais brutal em Nova York desde a manhã de 11 de setembro de 2001, quando aviões colidiram contra as torres gêmeas do World Trade Center. Trata-se também do primeiro ataque na cidade feito por um veículo, a exemplo de incidentes nas cidades europeias de Londres, Nice e Berlim, algo que muitos temiam que podia acontecer mais cedo ou mais tarde por aqui.

O caminho de destruição da pick-up de Saipov não poderia ter sido mais hollywoodiano. Justin Timberlake e Jennifer Lawrence moram de frente para a ciclovia, onde algumas vítimas eram reavivadas por paramédicos. A área também abriga o prédio, em construção, onde Gisele Bündchen vai morar com o marido, o jogador de futebol americano Tom Brady. O massacre só foi ter fim, dez quarteirões depois, a poucos metros do novo World Trade Center (onde ficam as redações das revistas The New Yorker e Vogue) e de frente para uma das mais famosas escolas públicas de Nova York, a Stuyvesant, por onde passaram desde o músico Thelonius Monk, o roteirista Joseph Mankiewicz (de “A Malvada”), o assessor político David Axerold (que cuidou da campanha de Barack Obama), atores de diferentes gerações como James Cagney, Ben Gazzara, Tim Robbins e Lucy Liu até, mais recentemente, celebridades como Lourdes Maria Ciccone, a filha de Madonna.

Na agradável e ensolarada tarde de terça (31), essa privilegiada área de Manhattan, onde também acontece anualmente o Festival de Cinema de TriBeCa e onde ficava o escritório do (agora) para sempre infame produtor de cinema Harvey Weinstein, parecia uma carnificina. Pelo menos oito bicicletas totalmente entortadas, pedaços de pano branco ensanguentados, terra e pedaços de plantas arrancadas de canteiros bem cuidados eram visíveis na ciclovia de mão dupla. Acesso à esses detritos de horror, somente uma equipe forense de macacão branco, protegida pela polícia de Nova York. Entre as pessoas encaminhadas para hospitais, duas morreram na mesa de operação.

A ciclovia se tornou um corredor-armadilha sem saída. Somente quem vinha em sentido contrário ao da caminhonete, teve chance de evitar o pior. Para quem pedalava ou corria na frente da caminhonete, as chances eram mínimas. De um lado está uma rodovia como a Marginal, em São Paulo, e no outro, um canteiro de plantas protegido por um muro. Caso acontecesse duas horas mais tarde, o ataque poderia ter sido ainda pior, uma vez que a ciclovia fica repleta de ciclistas e corredores que se exercitam após o expediente de trabalho. E essa semana, em particular, é grande o número de corredores treinando para a Maratona de Nova York, que acontece domingo (5).

Bicicletas destruídas na ciclovia do bairro de TriBeCa, ao lado do rio Hudson. (Foto: Rede ABC/Reprodução)

O ataque terrorista aconteceu também poucas horas antes do início de um dos maiores eventos populares de Nova York e um dos mais famosos dos Estados Unidos: a parada de Halloween do Greenwich Village, que é televisionada ao vivo. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que a parada prossegue normalmente. “O resultado é que os novaiorquinos devem prosseguir com seus compromissos e não serem desencorajados de sair à rua”, disse de Blasio, que compareceu à parada em companhia de seu desafeto, o governador do estado Andrew Cuomo (ambos são do Partido Democrata).

Milhares de pessoas celebram no momento a parada de Halloween. E elas têm uma sinfonia diferente: o barulho de quase uma dezena de helicópteros que sobrevoam o local do atentado e também o bairro do Village, onde fica a maior concentração dos foliões fantasiados. Próxima preocupação: a segurança para a Maratona de Nova York no domingo (5).

 

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