Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Macaquinhos para homens podem virar moda nos EUA http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/05/18/macaquinhos-para-homens-podem-virar-moda-nos-eua/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/05/18/macaquinhos-para-homens-podem-virar-moda-nos-eua/#respond Thu, 18 May 2017 13:56:37 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/05/Screen-Shot-2017-05-18-at-9.26.25-AM-180x180.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6521 O macaquinho, roupa sexy do guarda-roupa feminino, está trocando de mãos nos EUA.

A companhia ACED Design, baseada em Chicago, pretende lançar macaquinhos masculinos durante o verão no Hemisfério Norte. E a campanha de captação de investimentos da empresa mostrou que existe grande interesse na peça.

Somente nos dois primeiros dias de uma campanha no Kickstarter, a empresa conseguiu arrecadar US$ 145 mil, número 14 vezes maior que a quantia original requisitada: US$ 10 mil. A peça batizada de “romphim” estará disponível a partir de julho.

Sean Connery, como James Bond, usou um macaquinho azul bebê em “007 Contra Goldfinger”. (Foto: Reprodução)

 

Não se trata da primeira vez que uma companhia tenta lançar macaquinhos para homens. Ele estão disponíveis há anos, mas a moda nunca pegou. O muso absoluto do macaquinho é o ator escocês Sean Connery, que tornou lendário o figurino, na cor azul bebê, em uma cena do filme “007 Contra Goldfinger”, em 1964.

 

 

]]>
0
Figurinos de “Star Wars” ganham exposição grandiosa em NY http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/11/14/figurinos-de-star-wars-ganham-exposicao-majestosa-em-ny/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/11/14/figurinos-de-star-wars-ganham-exposicao-majestosa-em-ny/#respond Sat, 14 Nov 2015 04:27:39 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=2501 Em 1976, o jovem diretor George Lucas ainda não possuía pedigree suficiente para convencer um respeitado ator inglês que havia encenado incontáveis montagens teatrais de Shakespeare, T.S. Eliot e Charles Dickens de aparecer em sua nova ficção-científica, empunhando um sabre de luz e ao lado de uma esdrúxula criatura peluda.

Seguido da recusa de Alec Guinness para interpretar o jedi Obi-Wan Kenobi em “Guerra nas Estrelas”, Lucas teve uma ideia: mandar o figurinista John Mollo com cróquis de sua criação para o personagem, um manto marrom inspirado nas vestimentas de monges e guerreiros samurais. “Por qualquer que tenha sido a razão, aquilo (o encontro) contribuiu para a mágica”, disse Mollo sobre o fato de Guinness ter mudado de opinião e aceitado rodar o filme, que lhe valeu uma indicação para o Oscar de ator coadjuvante.

O manto de Obi-Wan, ao lado de um vestido em estilo imperial chinês usado pela jovem rainha Amidala (Natalie Portman) em “Episódio 1 – A Ameaça Fantasma” são os primeiros figurinos que o espectador, ao cruzar uma porta móvel de ferro como as dos corredores da Estrela da Morte, encontra na exposição “Star Wars and the Power of Costume” (Star Wars e o Poder do Figurino), a ser lançada amanhã em Nova York. Ela fica em cartaz até o setembro de 2016.

Os figurinos dos personagens Obi-Wan Kenobi e Rainha Amidala da cinessérie "Star Wars". Para acender os objetos em forma de gotas d'água gigantes do vestido, a atriz Natalie Portman teve que andar com uma bateria de carro no meio das pernas. (Foto: Marcelo Bernardes)
Os figurinos dos personagens Obi-Wan Kenobi e Rainha Amidala da cinessérie “Star Wars”. Para acender os objetos em forma de gotas d’água gigantes do vestido, a atriz Natalie Portman teve que andar com uma bateria de carro no meio das pernas. (Foto: Marcelo Bernardes)

A exposição do Discovery Times Square, museu que ocupa o antigo prédio da redação do jornal “The New York Times”, na rua 44, coração da Broadway, é programa imperdível para os fãs de “Guerra nas Estrelas”. Mais de 70 figurinos completos e dezenas de artefatos como uma pistola usada pelo senador Bail Organa (Jimmy Smits) em “Episódio III – A Vingança dos Sith” e um macrobinóculo usado por Luke Skywalker (Mark Hamill) no planeta gelado Hoth, em “O Império Contra-Ataca”, estão espalhados pelas diversas e amplas galerias do museu. A entrada custa US$ 20 (cerca de R$ 75).

Armas usadas nos filmes "Star Wars". (Foto: Marcelo Bernardes)
Armas usadas nos filmes “Star Wars”. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Fãs hardcore dessa cinessérie, estudantes e entusiastas da moda e o público em geral não serão logrados. Todos as vestimentas são originais e foram usadas nos filmes. Na última galeria, se pode ter uma prévia de seis figurinos de “O Despertar da Força”, o mais novo capítulo da saga e que estreia no Brasil em 17 de dezembro. E, para as crianças, uma irresistível experiência interativa, na última parada da exposição e logo após sala reservada para o pequeno jedi Yoda: três simuladores que transformam o espectador em personagens como Darth Vader ou soldado stormtrooper, com direito a manusear pistolas ou sabre de luz virtuais apenas com o movimento do braço.

Figurinos dos novos personagens Finn, Ray e de um piloto da Resistência X-Wing, pelotão pelo qual Luke Skywalker lutou. (Foto: Marcelo Bernardes)
Figurinos dos novos personagens Finn, Ray e de um piloto da Resistência X-Wing, pelotão pelo qual Luke Skywalker lutou. (Foto: Marcelo Bernardes)

Os figurinos introdutórios de Obi-Wan e da rainha Amidala servem para a ideia de contrastes criada por Lucas nas duas primeiras trilogias da série. A original, lançada em 1977, foi mais calcada na simplicidade de roupas de antigos faroestes, uniformes da Segunda Guerra Mundial, além de peças transparentes que a Salomé da atriz Yvonne DeCarlo usou para fazer uma dança de ventre num filme de Hollywood de 1945. Já, a segunda trilogia, a prequela lançada em 1999 com novo elenco, foi um show de alta costura, com pesados vestidos de brocados, inspirados em artistas pré-Rafaelitas, robes de lã orgânica e arranjos para o cabelo copiados das princesas mongóis e africanas. Ambos fazem jus ao que o painel explicativo na parede do museu diz: “quando o Império do mal toma nossa galáxia de assalto, a moda fica drasticamente alterada”.

O vestido de noiva de Rainha Amidala. (Foto: Marcelo Bernardes)
O vestido de noiva de Rainha Amidala. (Foto: Marcelo Bernardes)

Trisha Biggar, a figurinista dos Episódios I, II e III, criou os mais complexos vestidos para a rainha Amidala e robes para o Senado Galáctico. O vestido vermelho de Amida, disposta na entrada do museu, foi feito com painéis de lona, reforçados por uma anágua de estrutura de metal para dava a forma rígida para a barra da peça. Ao andar, a atriz Natalie Portman criava a sensação de estar levitando No meio da perna dela, foi instalada uma bateria de carro que acendia as lanternas em formas de gotas d’água gigantes de resina acopladas no vestido.

Figurino usado por Amidala (Natalie Portman) no Senado Galáctico é um robe de veludo decorado com organza metálica. Na cabeça, um arranjo inspirado em princesas mongóis. (Foto: Marcelo Bernardes)
Figurino usado por Amidala (Natalie Portman) no Senado Galáctico é um robe de veludo decorado com organza metálica. Na cabeça, um arranjo inspirado em princesas mongóis. (Foto: Marcelo Bernardes)

 

A interatividade da exposição está por todas as partes. Os espectadores podem apertar um botão para fazer o sabre de luz de jedis se acenderem ou tocar os tecidos comprados pelos figurinistas diretamente de lojas especializadas na Índia, China e Hong Kong. Um ipad permite que se veja a evolução das feições de Chewbacca. Quem o achava esquisitão, espere só para ver como ele era assustador em seus estágios preliminares, em 1975.

Num iPad da exposição é possível ver desenhos preliminares, feitos em 1975, para o personagem Chewbacca. (Foto: Marcelo Bernardes)
Num iPad da exposição é possível ver desenhos preliminares, feitos em 1975, para o personagem Chewbacca. (Foto: Marcelo Bernardes)

Na primeira grande galeria, as roupas dos jedis são destaque. Lá vemos que os modelos dos mantos com capuz de Darth Sidious, o maquiavélico Lorde dos Sith, e que treinou os Darths Maul e Vader, pouco foi alterado de filme para filme. Cada roupa de jedi, como as de Qui-Gon Jinn (Liam Neeson), geralmente durava poucos dias, por conta de rasgos e por descosturar. Em cenas que envolviam água, a roupa era inutilizada logo após o término dela: o tipo de algodão com lã usado fazia o robe encolher e a barra dele ia parar na altura do joelho dos atores.

Uma boa sacada da exposição foi reunir, lado a lado, um robe de jedi que Luke Skywalker usa em “O Retorno de Jedi” com pequeno manto que seu pai, Annakin Skywaker (Jake Lloyd), usa, ainda quando criança, num desfile no planeta Naboo em “A Ameaça Fantasma”.

Tal pai, tal filho. A roupa mirim de jedi pertence a Annakin Skywalker (Jake Lloyd) e a adulta, ao filho dele, Luke (Mark Hamill). (Foto: Marcelo Bernardes)
Tal pai, tal filho. A roupa mirim de jedi pertence a Annakin Skywalker (Jake Lloyd) e a adulta, ao filho dele, Luke (Mark Hamill). (Foto: Marcelo Bernardes)

 

Uma sala é reservada aos robôs (sim, a lataria deles também é considerada parte do figurino): C-3PO, R2-D2 e o novíssimo BB-8. Ilustrações mostram que Lucas tinha o robô Maria, do filme Metropolis, que o cineasta alemão Fritz Lang rodou em 1927, como inspiração. Duas versões de R2-D2 foram usadas em “Guerra nas Estrelas”. Uma com três pernas, acionada via controle remoto, e outra operada pelo ator Kenny Baker de dentro da diminuta armação.

Os robôs C-3PO, R2-D2 e o novo BB-8 também fazem parte do figurino. (Foto: Marcelo Bernardes)
Os robôs C-3PO, R2-D2 e o novo BB-8 também fazem parte do figurino. (Foto: Marcelo Bernardes)

Lucas e a figurinista Trisha parecem que enlouqueceram ao esboçar o figurino da Rainha Amidala. Natalie Portman usa, praticamente, uma roupa diferente em cada cena dos três filmes da prequela. São tantos figurinos que eles estão dispostos em mais de três galerias e mostram distintas fases da personagem, de jovem rainha do planeta Naboo ao seu papel, anos mais tarde, como senadora. Uma sala especial é reservada para o caixão dela. Amidala foi enterrada, em “A Vingança dos Sith”, como se fosse uma versão de Iemanjá.

No caixão, em "A Vingança dos Sith", Amidala é uma espécie de Iemanjá. (Foto: Marcelo Bernardes)
No caixão, em “A Vingança dos Sith”, Amidala é uma espécie de Iemanjá. (Foto: Marcelo Bernardes)

Um apelo mais universal para o estilo de Amidala foi o que Lucas tinha em mente. Tiaras e coroas estavam fora de cogitação: padrão europeu demais. Alguns robes da personagem tem inspiração européia, mas do período elizabetano. A seção “Pós Trono” da exposição mostra uma dúzia de roupas das personagem, incluindo seu vestido de noiva.

Mais de uma dúzia de figurinos em seção especial dedicada à senadora Amida. (Foto: Divulgação)
Mais de uma dúzia de figurinos em seção especial dedicada à senadora Amida. (Foto: Divulgação)

O militarismo repleto de simbologias criado por Lucas ganha duas galerias especiais, uma especialmente reservada para os stormtroopers, que têm um dos figurinos mais icônicos da história do cinema.

A sala dos stormtroopers. (Foto: Marcelo Bernardes)
A sala dos stormtroopers. (Foto: Marcelo Bernardes)

Lucas pediu que os soldados imperiais tivessem um look eficiente, totalitário e fascista, com túnicas, botas jodphur (botinas) e chapéu estilo alpino. Já os rebeldes deviam parecer saídos de um faroeste ou de um pelotão de infataria da marinha americana. Os ameaçadores soldados TIE foram criados para serem filmados apenas de costas. A Força X-Wing da qual Luke Skywalker fazia parte teve roupas inspiradas nos uniformes do exército americano, entre 1957-1969.

O militarismo de "Star Wars". (Foto: Marcelo Bernardes)
O militarismo de “Star Wars”. (Foto: Marcelo Bernardes)

O caçador de recompensa Boba Fett e seu ”pai”, o clone Jango, estão representados também. Um dos mais cultuados personagens de “Star Wars”, apesar da rápida presença em cena, Boba Fett foi inicialmente idealizado para ser uma armadura toda branca, o que ia de acordo com a ideia de Lucas ter “um mega stormtrooper”. Quando o personagem foi revisado, ele ganhou roupas de cores mais esverdeadas que não combinavam muito entre si. Darth Vader aparece em sala especial e, por meio dos ipads, pode-se saber mais sobre os três atores que o interpretaram (incluindo James Earl Jones, que dublou o personagem), o que ele usava por baixo do manto (um macacão de lycra) e o complicado truque para o som da respiração dele.

"Luke, eu sou seu pai!" Darth Vader no final da exposição. (Foto: Marcelo Bernardes)
“Luke, eu sou seu pai!” Darth Vader no final da exposição. (Foto: Marcelo Bernardes)

Os vestidos da rainha Amidala e os longos robes dos senadores chamam a atenção, mas nenhuma peça parece ter sido tão comentada (até por feministas, é claro) quanto o biquíni que Carrie Fisher usou (e odiou – ela o chamou de “biquíni do inferno”) em cena que a Princesa Leia é mantida como escrava do nojentão Jabba, the Hut.

O infame biquini da Princesa Leia. (Foto: Marcelo Bernardes)
O infame biquini da Princesa Leia. (Foto: Marcelo Bernardes)

Inspirado pelos desenhos do artista de sci-fi Frank Frazetta e por filmes antigos das atrizes Myrna Loy, Yvonne De Carlo (em especial “Escrava Sedutora”, de 1947) e Maria Montez , o biquíni foi desenhado por Nilo Rodis-Jamero e Aggie Rodgers. Eles criaram a peça em colaboração com o escultor Richard Miller. Duas versões foram criadas. A original, em metal e tecido, para as cenas em que Carrie ficava imóvel, e uma de borracha, para dar liberdade para a dublê Tracy Eddon fazer as cenas de ação de Leia. Numa entrevista organizada pela revista “Interview”, entre Carrie e a atriz inglesa Daisy Ridley, que interpreta a personagem Rey em “O Despertar da Força”, a veterana aconselha a novata. “Você deve brigar por seu figurino. Não seja uma escrava como eu.”

Assista mais videos da exposição aqui, aqui e aqui.

 

]]>
0
O fenomenal estilo de Lauren Bacall está à venda (e em exibição) em NY http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/03/o-fenomenal-estilo-de-lauren-bacall-esta-a-venda-e-em-exibicao-em-ny/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/03/03/o-fenomenal-estilo-de-lauren-bacall-esta-a-venda-e-em-exibicao-em-ny/#respond Tue, 03 Mar 2015 11:49:54 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=74 A atriz Lauren Bacall, que morreu em agosto, aos 89 anos, vítima de um derrame, ficou conhecida em suas sete décadas de atuação no cinema e na Broadway como uma estrela de “glamour provocante”. A voz gutural dela, realçada por poses de enérgica sensualidade – já evidenciadas desde seu primeiro filme, “Uma Aventura na Martinica”, baseado em livro de Ernest Hemingway – levou um crítico a compará-la a “um grito de cio na selva”. Parte desse estilo particular de Bacall é mostrado a partir de hoje, terça-feira, com a abertura da exposição “Lauren Bacall: The Look (Lauren Bacall: O Visual)” no Instituto de Moda e Tecnologia (FIT, sigla em inglês), que fica no bairrro novaiorquino do Chelsea. Nos dias 31 de março e 1o. de abril, mais uma faceta do gosto pessoal da atriz é revelada, quando a casa de leilões Bonhams, coloca à venda, em Nova York, centenas de obras de arte e jóias acumuladas pela atriz.

Bacall fenomenal (Crédito: Kobal Collection)
Bacall fenomenal (Crédito: Kobal Collection)

 

No período entre 1968 a 1986, Bacall doou cerca de 700 peças de seu guarda-roupa particular e também provenientes dos sets de seus filmes e de várias peças que estrelou na Broadway. Desse total, uma dúzia de roupas, entre tailleurs e vestidos de noite, fazem parte da exposição do FIT. Nos anos 50 e 60, Bacall ficou amiga de alguns designers de moda, especialmente de Norman Norell e Yves Saint Laurent. Mais tarde se juntaram ao círculo íntimo da atriz nomes como Pierre Cardin, Marc Bohan (que assumiu o controle criativo da Christian Dior em 1958) e Emanuel Ungaro, este último responsável em cultivar o gosto específico da atriz por roupas elegantes, mas com uma predominância pela alfaiataria masculina. É de Ungaro as calças pantalonas de seda que Bacall adorava usar nas últimas décadas de vida.

 

Bacall uma vez disse que “odiava desfiles de moda”, mas ela também era ciente dos efeitos benéficos dessa indústria. “Pode parecer frívolo – mas não é. (Moda) é base de uma indústria de US$ 18 milhões somente nos Estados Unidos. Cria um monte de empregos para um monte de pessoas, e é algo que as mulheres sempre cobiçam”, diz ela, em discurso que parece ter saído de uma editora de revista de moda, num especial TV, de 1968, chamado “Bacall and the Boys” (Bacall e os meninos). Neste programa, gravado em Paris, exibido pela rede CBS, e com trechos revelados na exposição, Bacall mostra a coleção de inverno daquele ano dos designers Bohan, Saint Laurent, Ungaro e Cardin. Ela anda de Rolls Royce com Saint Laurent e mais tarde se enfia dentro de um vestido preto de seda adornado por penas de avestruz, criação de Marc Bohan para Dior e disponível na exposição.

Vestido de noite de Marc Bohan para Christian Dior, em exposição no Instituto de Moda e Tecnologia (FIT) (Crédito: divulgação)
Vestido de noite de Marc Bohan para Christian Dior, em exposição no Instituto de Moda e Tecnologia (FIT) (Crédito: divulgação)

Apesar de uma carreira cultuada em Hollywood e de participar de clássicos do cinema como “À Beira do Abismo” (1946), “Paixões em Fúria” (1948) e “Como Agarrar um Milionário” (1953), o talento de Bacall nunca foi reconhecido pela Academia de Hollywood. A única indicação para o Oscar que ela recebeu – de coadjuvante – aconteceu apenas em 1997, com o filme “O Espelho Tem Duas Faces”, dirigido por Barbra Streisand. Bacall era a favorita afetiva daquela categoria, mas teve que amargar a surpresa de perder seu Oscar para uma azarã, a atriz francesa Juliette Binoche, que venceu por “O Paciente Inglês”. Em 2009, Bacall recebeu seu primeiro Oscar, uma estatueta honorária. Na Broadway, as coisas era bem diferentes para Bacall. Ela ganhou dois prêmios Tony, por duas adaptações de filmes de Hollywood: “Applause!”, baseado em “A Malvada” e “A Mulher do Dia”, tirado de um filme homônimo estrelado por Spencer Tracy e Katherine Hepburn, em 1942.

 

Nesses espetáculos, Bacall foi vestida pelo amigo Norman Norell, que também assina um dos principais modelos da exposição, um casaco de lã em rosa quase fosforecente que ela usou, sobre um vestido de duas peças da mesma cor, em cena do filme “Médica, Bonita e Solteira” (1964), no qual Natalie Wood interpretava uma personagem pré-Carrie Bradshaw.

 

Bacall em dois tons de rosa: vestidos de Pierre Cardin e conjunto de lå de Norman Norell. (Crédito: divulgação)
Bacall em dois tons de rosa: vestidos de Pierre Cardin e conjunto de lå de Norman Norell. (Crédito: divulgação)

Como deixa evidenciado o leilão da casa Bonhams, no dia 31 de março, Bacall era uma grande colecionadora de arte e antiguidades. A empresa leiloeira vai tentar vender um lote de 700 itens, vindos da casa que Bacall dividia com o primeiro marido, o ator Humphrey Bogart (eles foram casados por 12 anos), em Los Angeles, e também do apartamento de três quartos de propriedade da atriz no infame prédio Dakota, residência também de John Lennon e locação para o filme “O Bebê de Rosemary”. Desde 1961, quando comprou o apartamento por apenas US$ 48 mil, que Bacall voltou a morar na cidade onde nasceu (ela é do Bronx). Em novembro, quase três meses após a morte da atriz, o apartamento foi colocado a venda por US$ 26 milhões.

 

Sala principal do apartamento da atriz no famoso prédio Dakota (Crédito: Divulgação)
Sala principal do apartamento da atriz no famoso prédio Dakota (Crédito: Divulgação)

A Bacall colecionadora era bastante afeiçoada pela arte tribal da África, com a qual ela tomou conhecimento depois de passar um período no Congo e Uganda, enquanto o marido Bogart rodava “Uma Aventura na África”, com Katharine Hepburn e sob direção de John Huston. Esculturas de ambas as residências vieram de artistas como Henry Moore, que ela conheceu em Paris em 1975, e Robert Graham, marido da atriz Anjelica Huston.

 

Escultura de Henry Moore e móvel de arte tribal que a atriz adquiriu na África (Crédito: Divulgação)
Escultura de Henry Moore e banco Ashanti, um dos móveis de arte tribal que a atriz adquiriu na África (Crédito: Divulgação)

Bacall tinha também ótimo relacionamento com o designer de jóias Jean Schlumberger, do qual ela adquiriu várias peças ao longo dos anos. Uma das preferidas da atriz era um brinco de pedras preciosas, avaliado entre US$ 7 mil a US$ 9 mil, que ela usou na cerimônia do Globo de Ouro, em 1997, quando foi indicada (e venceu) a um prêmio de atriz coadjuvante por “O Espelho Tem Duas Faces”. O leilão também contem outras jóias como um colar Tiffany’s (US$ 6 mil a US$ 9 mil) que ela ganhou de presente do diretor da peça “Applause”.

 

Leilão de itens das casas de Bacall: colar Tifanny's e brinco do amigo Jean Schlumberger (Crédito: Divulgação)
Colar Tifanny’s e brinco do amigo joalheiro Jean Schlumberger (Crédito: Divulgação)

 

Entre coleção de malas Louis Vuitton, litografias de David Hockney e artefatos de cerâmica feitos por Pablo Picasso, existem artigos curiosos como um escultura de bronze de Bogart caracterizado como Sam Spade, do filme “Casablanca” (avaliado em US$ 600 a US$ 800) e um chapéu que o ator Henry Fonda, amigo da atriz, usou no primeiro dia de filmagens do filme “Num Lago Dourado”. Na sala do prédio Dakota, onde Leonard Bernstein tocava piano depois de jantares com a amiga, está uma gravura de um pelicano assinada por John James Audubon Etching. O elegante pássaro era o animal preferido da atriz.

 

Siga o Baixo Manhattan também via Instagram: @blogbaixomanhattan

 

Uma das gravuras de pelicano da coleção da atriz e cerâmica de Pablo Picasso (Crédito: Divulgação)
Uma das gravuras de pelicano da coleção da atriz e cerâmica de Pablo Picasso (Crédito: Divulgação)
]]>
0