Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Morre em Nova York, aos 65, criador do símbolo da causa LGBT http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/01/criador-do-simbolo-da-causa-lgbt-morre-em-nova-york-aos-65-anos/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/04/01/criador-do-simbolo-da-causa-lgbt-morre-em-nova-york-aos-65-anos/#respond Sat, 01 Apr 2017 04:57:02 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/Screen-Shot-2017-04-01-at-12.49.05-AM-180x119.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6269 Desde que surgiu numa manifestação gay na cidade norte-americana de São Francisco, em 1978, a bandeira do arco-íris, hoje símbolo do movimento LGBT mundialmente, nunca foi patenteada. Seu criador, Gilbert Baker, se recusou a registrar o símbolo, e a se beneficiar financeiramente dele. “Foi um presente para o mundo”, confidenciou a um amigo. Baker, que trocou a costa oeste americana por Nova York, onde morava desde 1994, morreu durante o sono, na madrugada de sexta (31), aos 65 anos. Seu corpo foi encontrado por um amigo, Cleve Jones, também defensor da causa gay.

Gilbert Baker, com sua criação. Ele morreu durante o sono. (Foto: Divulgação)

 

Baker criou a bandeira, que hoje também é emblema da inclusão e do movimento paz e amor, a pedido de Harvey Milk, líder gay de São Francisco. Milk queria um símbolo que representasse o movimento gay. A bandeira foi apresentada numa passeata de verão pelas ruas do bairro Castro, em 25 de junho de 1978. Cinco meses depois, Milk, juntamente com o prefeito da cidade, George Moscone, viria a ser assassinado por um rival, o político Dan White.

As primeiras bandeiras tinham oito cores berrantes, cada uma com um significado diferente. Pink para sexo, vermelho para vida, laranja representando o processo de cura, amarelo para o sol, verde para a natureza, turquesa como mágica, azul para a paz e harmonia, e púrpura significando o espírito. Um ano mais tarde, a bandeira foi redesenhada com apenas seis cores. O pink e turquesa caíram fora do design da bandeiras porque os tecidos daquelas cores eram mais caros na época.

Baker nasceu no Kansas e foi soldado. Depois de ter sido dispensado, com honrarias, pelo exército, decidiu aprender a costurar. Fazia vestidos e fantasias para um número performático, como drag queen, que apresentava na noite de São Francisco.

Um ano depois de ter criado a bandeira, foi trabalhar na empresa que a fabricou em massa para todos os EUA. Mas decidiu deixar a companhia para trabalhar em arte e design. Mudou-se para Nova York mais tarde. No final da tarde de 36 de junho de 2015, quando a Suprema Corte americana legalizou o casamento gay nos Estados Unidos, 26 milhões de usuários do Facebook criaram uma foto para o perfil que incluía as cores da bandeira. O presidente Barack Obama ordenou que a cores do movimento LGBT iluminassem a Casa Branca naquela noite histórica de 2015.

As cores da bandeira gay iluminaram a Casa Branca na noite do dia 26 de junho de 2015, quando a Suprema Corte votou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo nos EUA. (Foto: Pete Souza)

No ano passado, Baker criou várias bandeiras para a minissérie gay da rede ABC, “Nossa Luta” (When We Rise, no original). O programa, exibido nos EUA e Brasil recentemente, foi criado por Dustin Lance Black, o roteirista vencedor do Oscar pela cinebiografia de Harvey Milk, “Milk – A Voz da Igualdade”, estrelada por Sean Penn em 2008.

Baker também vinha trabalhando num projeto de criar 39 bandeiras com as oito cores originais, mais uma extra, lavanda, para representar diversidade. Elas seriam apresentadas durante o aniversário de 39 anos da bandeira, em junho.

 

O ator T.R. Knight em cena da minissérie sobre a causa gay “When We Rise”. (Foto: Eike Schroter/ABC)
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Morre em Nova York o criador do termo ‘homofobia’ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/26/morre-em-nova-york-o-criador-do-termo-homofobia/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/26/morre-em-nova-york-o-criador-do-termo-homofobia/#respond Sun, 26 Mar 2017 22:11:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6169 O criador da palavra “homofobia”, o psicoterapeuta nova-iorquino George Weinberg, morreu em Manhattan na segunda (20), aos 87 anos. Ele tinha câncer.

Weinberg cunhou o termo em 1965, quando se preparava para fazer uma palestra para uma organização gay. Um grupo de colegas, ao saber que ele estava trazendo uma lésbica para discursar também, pediu para que o terapeuta a desconvidasse. Weinberg notou de que não se tratava apenas de preconceito, mas também havia medo imbuído na ação dos colegas, daí a necessidade de caracteriza-la como parte de uma fobia.

Em 1969, um casal gay, após entrevistar Weinberg, usou a palavra homofobia numa coluna escrita para a revista “Screw”. Foi a primeira vez que o termo apareceu publicado na imprensa.

Mas foi só alguns meses depois, em outubro de 1969, que a palavra ganhou a mídia mainstream. Numa reportagem de capa sobre a situação do homossexualismo nos Estados Unidos, a revista “Time” usou o termo para descrever um diagnóstico especial caracterizado como “pânico homossexual”, ou a mistura de apreensão e repulsa com que muitos heterossexuais americanos ainda enxergavam os gays.

Num ensaio sobre estigma sexual, feito em 2004, o dr. Gregory M. Herek, professor de psicologia da Universidade da California, chamou o uso do termo criado por Weinberg como um “marco”.

 

O psicoterpeuta George Weinberg nasceu e morreu em NY. (Foto: Reprodução)

 

Em outubro de 1969, a revista “Time” introduziu o termo “homofobia” na mídia mainstream. (Foto: Reprodução)

 

 

 

 

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Políticos americanos tiveram problemas com filmes de Hector Babenco http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/07/14/politicos-americanos-tiveram-problemas-com-filmes-de-hector-babenco/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/07/14/politicos-americanos-tiveram-problemas-com-filmes-de-hector-babenco/#respond Thu, 14 Jul 2016 20:24:24 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=4530 Ao dirigir “O Beijo da Mulher Aranha”, com William Hurt, Raul Julia e Sonia Braga, e “Ironweed”, com Jack Nicholson e Meryl Streep, o cineasta Hector Babenco jamais poderia imaginar que eles seriam citados – negativamente – por dois dos políticos mais icônicos dos Estados Unidos: o presidente republicano Ronald Reagan e o democrata Edward I. Koch, que foi prefeito de Nova York durante três mandatos entre 1977 e 1989.

Como publicado neste blog, em março, na ocasião da morte da ex-primeira dama americana Nancy Reagan, ela e o marido odiaram “O Beijo da Mulher Aranha” por causa das cenas de homossexualismo do filme.

Na biografia “Behind the Scenes”, escrita por Mike Deaver, ex-secretário de imprensa do governo Reagan em 1988, o assessor, que gostou do filme de Babenco, relata que despachou para Camp David, a casa numa base militar de Maryland que serve de residência de descanso para a Presidência americana, uma cópia do filme para o presidente e a primeira dama assistirem durante o final de semana. Na segunda-feira, de volta ao batente na Casa Branca, Nancy contestou a sugestão do assessor: “Mike, como você pôde nos indicar esse filme? O filme é muito ruim. Paramos de assisti-lo na metade.” Deaver tentou se explicar dizendo à primeira dama que “assim que você ‘atravessa’ o tema, o filme é incrível”. Nancy, então, respondeu: “E como é que você pode ‘atravessar’ aquilo?”

“Ironweed”, baseado no premiado livro do escritor nova-iorquino William Kennedy, ganhou as páginas dos tablóides da cidade em dezembro de 1987. O prefeito Ed Koch (1924-2013), que adorava cinema, declarou-se irritado com o aumento do preço dos ingressos de US$ 6 para US$ 7 (hoje eles custam US$ 15) e a ganância dos donos dos cinemas. Por causa disso, ele iniciou um boicote em conjunto com o grupo “Boycott $7”, pedindo que a população evitasse as redes de cinema que aumentaram seus preços. O protesto durou 46 dias, mas sem vitória para os cinéfilos. O prefeito assumiu publicamente a derrota: “Boicotes sem apoio da grande população não prevalecem”. Ao pagar o valor de US$ 7 para assistir ao filme de Babenco, lançado nos cinemas de Nova York no final de 1987, Koch disse aos repórteres: “’Ironweed’ não vale US$ 5”.

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