Baixo Manhattan http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br Cosmopolitices Tue, 03 Apr 2018 18:47:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em livro, maquiador relembra ‘ereção’ de De Niro e gols de Pelé http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/23/maquiador-de-hollywood-conta-segredos-de-bastidores-em-livro/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/03/23/maquiador-de-hollywood-conta-segredos-de-bastidores-em-livro/#respond Thu, 23 Mar 2017 19:11:03 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/Screen-Shot-2017-03-23-at-2.28.23-PM-180x156.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=6114 O jogador Pelé, durante os intervalos das filmagens de “Fuga Para a Vitória” (1981), levava o público de um estádio em Budapeste, na Hungria, ao delírio fazendo gols de bicicleta. A casa de Elizabeth Taylor era decorada por obras de arte “sérias” e a atriz mantinha um papagaio no quarto. O pequeno apartamento de um quarto de Sylvester Stallone, em Hollywood, era infestado de baratas. O cineasta John Huston jamais acordava cedo para filmar. Uma cláusula no contrato de Shirley MacLaine garantia que ela não trabalhava após às 18h. Mia Farrow sempre comia uma banana e fazia cara de entendiada enquanto um barrigão de grávida lhe era aplicado no set de “O Bebê de Rosemary” (1968). Robert De Niro roncava – durante a sessão de maquiagem de “O Touro Indomável” (1980). Quando acordava, não era mais o ator que estava ali, e sim o pugilista Jake LaMotta. Essas são algumas histórias da autobiografia “Makeup Man”, do maquiador californiano Michael Westmore, lançada terça (21) nas livrarias americanas.

Capa do livro, que chegou às livrarias esta semana. (Foto: Reprodução)

Westmore, 78, que ganhou um Oscar de melhor maquiagem em 1985, pelo filme “Marcas do Destino”, pertence à realeza dos maquiadores de Hollywood. Seu avó, George Westmore (1879-1931), um peruqueiro e barbeiro londrino estimado por muitos (o primeiro-ministro inglês Winston Churchill foi cliente), imigrou para os Estados Unidos em 1917, criando o primeiro departamento de maquiagem da história de Hollywood.

Vovô Westmore teve seis filhos. Toda a prole trabalhou em departamentos de maquiagem de estúdios de cinema concorrentes. Monte Westmore (1902-1940), pai do autor, ajudou a desenvolver as imagens de símbolo sexual de Rodolfo Valentino e Clara Bow. Ele também foi o responsável por criar o look “flapper”, conhecido no brasil como “estilo melindrosa”. Monte criou a cicatriz que o ator Paul Muni ostenta no filme “Scarface – A Vergonha de uma Nação” (1931). Cinco décadas mais tarde, o filho fez o mesmo trabalho em Al Pacino no remake “Scarface” (1983), dirigido por Brian De Palma.

Os tios de Westmore também se destacaram. Perc Westmore (1904-1970), trabalhou em “Casablanca” (1942) e cuidava pessoalmente da maquiagem de Bette Davis, que gostava de ficar bem à vontade na cadeira: sempre nua. Wally Westmore (1906-1973) trabalhou em vários filmes de Hitchcock e desenvolveu as sobrancelhas de Audrey Hepburn para o filme “Bonequinha de Luxo” (1961). Ern (1904-1967) cuidou da maquiagem de filmes noir de Hollywood e Bud (1918-73), além de trabalhar com Stanley Kubrick em “Spartacus” (1960), criou o protótipo da boneca Barbie em 1957.

No set de “Minha Doce Gueixa”, Westmore aplica maquiagem em Shirley MacLaine. (Foto: Paramount Pictures)

 

O tio caçula, Frank (1923-1985), que trabalhou no seriado de TV “Casal 20”, era mais invocado. Nas filmagens de “O Último dos Valentões” (1975), filme estrelado por Robert Mitchum, o produtor esqueceu de alimentar sua equipe em cena filmada tarde da noite. Frank voluntariou-se a comprar hambúrgueres para a produção. Na volta, negou um sanduíche para um figurante de barriga vazia chamado Sylvester Stallone. “Ele disse: ‘sai fora’ e meu deu as costas”, revelou Stallone à Michael Westmore, quando o último era entrevistado para o cargo de maquiador no filme “Rocky, Um Lutador” (1976).

Com Stallone, Michael Westmore manteve longa colaboração, cuidando da maquiagem de todos os “Rockys”, “Fuga Para Vitória”, com Pelé, e “Rambo – Programado Para Matar” (1983). “Rocky, um Lutador” ajudou a sedimentar a reputação de Westmore, que vinha de trabalhos menores ou freelancers com estrelas. O processo de aplicar base e uma fina prótese de plástico abaixo dos olhos de Sly Stallone, que criava a ilusão de macro-cortes e diversos estágios de cicatrização de hematomas, durava 20 minutos.

Westmore aplica maquiagem no rosto de Stallone. Ao fundo, o ator Burguess Meredith. (Foto: Divulgação)

Como se tratava de uma produção independente, o dinheiro era excasso. Para filmar uma cena na qual o personagem Rocky Balboa pratica golpes contra uma carcaça de boi dependurada por ganchos de ferro, a equipe do diretor John G. Avildsen entrou ilegalmente num abatedouro da Califórnia, de madrugada, quando funcionários já haviam saído. Como o sangue das carcaças fica coagulado e Stallone queria o efeito do líquido espirrando contra seu rosto, Westmore foi obrigado a improvisar. Criou duas bolsas de plástico com sangue falso. Mas como afixá-las? Foi quando o maquiador encontrou dois alfinetes no bolso da calça.

A morte do mentor de Balboa, Mickey, foi uma das últimas cenas a ser filmada. Por contrato, o ator Burguess Meredith tinha que sair do set às 18h. “Ele ficou ‘morto’ durante todo o tempo: em cena e nos intervalos – para descansar”, escreve Westmore. “Muito de vez em quando o ‘cadáver’ rompia o silêncio e perguntava para mim, preocupado: ‘menino, que horas são?’”, conclui o maquiador.

Shirley MacLaine era outra que não trabalhava após as 18h. Westmore caiu de paraquedas no set de “Minha Doce Gueixa” (1962). Seu tio, Frank, teve um ataque cardíaco durante as filmagens, e MacLaine ficou sem seu maquiador favorito. “Ela tem um jeito hiperativo de ser e, logo de cara, disse que eu tinha apenas 20 minutos para aplicar-lhe a maquiagem, processo, que facilmente, duraria uma hora para ser realizado”, lembra Westmore. Mais tarde, MacLaine explicaria ao maquiador que ela tinha problemas nas costas e não aguentava ficar muito tempo sentada. Em certas ocasiões, MacLaine abandonava o trailer de maquiagem com o trabalho incompleto. “Tinha que encontrá-la, com a cena para começar, para aplicar uma sobrancelha que faltava. Surpresa, ela usava sua frase preferida: ‘oh, merda!’”

No set do faroeste “Sangue em Sonora” (1966), Marlon Brando tinha que interpretar um personagem de linhagem indígena. Segundo Westmore, que era assistente de maquiagem, o ator queria tingir o cabelo de preto (ou usar uma peruca), alargar as narinas e ter uma protuberância na ponta do nariz. Não bastasse isso, queria uma maquiagem para torná-lo moreno e um dente de ouro. Len Wasserman, o chefão do estúdio, viu as filmagens dos testes de maquiagem e espumou: “Não, não, não. Eu pago um milhão de dólares para ver Brando, e agora não posso enxergá-lo por debaixo de toda aquela maquiagem”, escreve Westmore. O patrão venceu.

Westmore com uma das oito próteses criadas para o filme “Marcas do Destino”, que lhe rendeu o primeiro e único Oscar.

A categoria do Oscar de melhor maquiagem foi instituída pela Academia de Hollywood em 1981. Westmore ganhou sua primeira e única estatueta em 1985 (dividida com o colega Zoltan Elek), depois de ser contratado pelo diretor Peter Bogdanovich para criar a complicada maquiagem do filme “Marcas do Destino”. Na produção (“que só saiu da prancheta por causa que Cher era considerada ‘the money’”), o ator Eric Stoltz interpreta Roy Lee “Rocky” Dennis, o garoto americano que sobreviveu até os 16 anos de idade com a raríssima doença displasia craniometafisária, na qual o cálcio que é distribuído no corpo fica concentrado no crânio, alargando e distorcendo as feições faciais.

A mãe de Rocky, que doou o crânio do filho para a Universidade de Stanford, permitiu que Westmore o estudasse. Antes mesmo de Stoltz ser contratado para o papel, Westmore desenvolveu uma réplica de cera da cabeça, com olhos de vidro e uma peruca ruiva. Oito versões foram criadas até chegar-se a definitiva. Maquiadores tinham um desafio extra: os olhos de Stoltz eram muito próximos um do outro. A última fase da maquiagem que durava três horas e meia consistia na aplicação de sardas e marcas de acne no rosto do ator.

Eric Stoltz e a atriz Laura Dern em cena de “Marcas do Destino”. (Foto: Divulgação)

Ao todo, Westmore teve quatro indicacões para o Oscar e 42 para o Emmy. Ele venceu 9 estatuetas Emmy, cinco delas pelos spinoffs de “Jornada nas Estrelas” e que consumiram boa parte de sua carreira – “Star Trek: A Nova Geração” (1987), “Deep Space Nine” (1993) e “Voyager” (1995).

Um dos trabalhos mais importantes da carreira de Westmore foi “O Touro Indomável” (1980), do diretor Martin Scorsese, com quem o maquiador havia trabalhado anteriormente em “New York, New York” (1977). Ao contrário do pugilista Rocky Balboa de Stallone, o Jake LaMotta de De Niro era um esportista verdadeiro e que acompanhou boa parte das filmagens, até Scorsese expulsá-lo do set por opinar demais.

A maquiagem de De Niro também era mais complicada. O ator precisava de várias próteses de látex no nariz, assim como os mais diversos tipos de cortes e hematomas no rosto. O trabalho de Westmore no filme começou oito meses antes das filmagens. Para que não fosse fotografado por paparazzi, De Niro se submetia às sessões de testes de maquiagem na casa de Westmore. “Ele ficou tão íntimo, que chegava e abria a geladeira, procurando por comida”. Nos intervalos, De Niro desenvolveu uma ligação afetiva com a filha de dois anos do maquiador. Mais tarde, o ator sugeriu que a menina interpretasse a filha do lutador do filme.

Westmore discute a maquiagem de De Niro com o diretor de fotografia Michael Chapman. (Foto: United Artists)

Depois que as filmagens das cenas de luta acabaram (o treinador de De Niro disse que o ator ficou tão preparado que podia participar de uma ou duas lutas oficiais de boxe), um outro maquiador e amigo de Westmore havia desenvolvido uma barriga postiça para o ator usar na fase em que LaMotta fica totalmente fora de forma. Não foi preciso: comendo muito macarrão e comida tailandesa em restaurantes de Los Angeles, De Niro saltou naturalmente de 68 para 97 quilos. Durante as cenas filmadas em Nova York, a equipe ficava alojada no hotel Mayflower, no centro da cidade, onde também o balé russo se hospedava. “Morríamos de medo de que, algum dia, um dos bailarianos parasse a gente e pedisse para desertar”, conta Westmore.

Pelo fato de o filme ter sido rodado em preto-e-branco, o sangue criado por Westmore era um xarope de chocolate. Mas este resolveu adicionar sangue verdadeiro na mistura, deixando-a pegajosa. Como as cenas de lutas não eram feitas em um só take, o trabalho para limpar o corpo de De Niro era demorado.

No último dia de filmagens, Westmore encontrou dois estranhos no set. Veio a saber que um deles era um dublê para De Niro e o segundo, um fluffer, o profissional que atua na indústria de filmes pornôs e cuida da manutenção da ereção dos atores. Jake LaMotta havia explicado à Scorsese que tinha de se abster sexualmente, para se preservar, nas vésperas de suas lutas. Para se livrar de ereções indesejadas – e elas sempre ocorriam – LaMotta enfiava o pênis num balde de gelo. Scorsese queria muito a cena no filme, mas De Niro se recusou a ter um close-up de suas partes mais íntimas imortalizadas na tela. O diretor então a filmou com dublês, mas a cena nunca chegou a fazer parte da versão americana do filme.

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Governo Trump impulsiona venda de livros sobre futuro distópico http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/02/02/governo-trump-impulsiona-venda-de-livros-sobre-futuro-distopico/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2017/02/02/governo-trump-impulsiona-venda-de-livros-sobre-futuro-distopico/#respond Thu, 02 Feb 2017 19:31:36 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5683 Clássicos da literatura sobre futuros distópicos experimentam um ressurgimento em suas vendas nos Estados Unidos desde que Donald J. Trump assumiu a presidência do país no dia 20 de janeiro.

Nesta semana, “1984”, livro de George Orwell lançado originalmente em 1949, tornou-se o mais vendido nos EUA segundo lista dos best sellers compilada pelo jornal “USA Today”. O aumento nas vendas foi de impressionantes 9.500%. Para atender a demanda, a editora americana do livro, a Signet Classics, encomendou a impressão de 500 mil novas cópias. “Para colocar o número em perspectiva, nós imprimimos em apenas uma semana mais cópias de ‘1984’ do que vendemos num ano inteiro”, explicou Craig Burke, assessor de imprensa da Signet, ao jornal “USA Today”. Segundo dados oficiais, a Signet vende 400 mil cópias deste título de Orwell por ano.

Clássicos futuristas de volta na lista dos mais vendidos. (Foto: Reprodução)
Clássicos futuristas de volta na lista dos mais vendidos. (Foto: Reprodução)

O empurrão final nas vendas de “1984” se deve ao fato da polêmica dos “faltos alternativos”, termo usado por Kellyanne Conway, chefe da campanha de Donald Trump e que agora integra o time de consultores do presidente, ao defender o colega Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, na disputa em estilo “cabeça-dura” de que a posse de Trump não atraiu multidão menor que a de Barack Obama.

Embora imagens captadas por agências de notícias claramente mostravam a diferença, Spicer, durante um briefing na Casa Branca, mentiu aos jornalistas, oferecendo estatísticas dúbias de que a posse de Trump foi um sucesso de público. Alguns dias depois, num programa de TV, Kellyanne Conway chocou o público ao dizer que Spicer não havia mentido, mas que tinha oferecido aos jornalistas “fatos alternativos”.

A obra de Orwell mostra um governo totalitário na figura de um “Grande Irmão” que espiona seus cidadãos e os força a “duplipensar”, ou aceitar versões contraditórias da verdade. O personagem Winston Smith, que trabalha para o “ministério da verdade”, escreve a história por meio de mentiras.

Por conta do impulso das vendas de “1984”, a Signet Classics também encomendou a impressão de 100 mil cópias de outro livro de Orwell, “A Revolução dos Bichos”, que se encontra atualmente na 118o. posição na lista dos mais vendidos. Em ‘A Revolução dos Bichos’, animais se rebelam contra seus donos e a revolução abre espaço para uma tirania ainda mais opressiva que a praticada pelos humanos.

Outros livros sobre futuro distópico que tomaram carona na polêmica dos “fatos alternativos” são “Origens do Totalitarismo”, de Hannah Arendt (25a posição dos mais vendidos do ‘USA Today’); “It Can’t Happen Here”, de Sinclair Lewis (43o. lugar), sobre um presidente que se torna ditador; e “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley (59a. posição), no qual as pessoas são biologicamente pré-condicionadas a viverem em harmonia com as leis e regras sociais.

“O Conto da Aia”, premiado livro da escritora canadense Margaret Atwood, também beneficiou-se com a atual situação política americana. Desde a eleição de Trump, a obra teve aumento de 30% em suas vendas. A 52a. impressão do livro vem com nova tiragem de 100 mil cópias. O interesse também pode ser creditado ao fato de a companhia de streaming Hulu ter produzido uma nova adaptação do livro para a TV, um seriado de dez capítulos estrelado pelos atores Joseph Fiennes e Elizabeth Moss e que estreia em abril nos EUA.

Atriz Elizabeth Moss em cena do seriado "The Handmaid's Tale" (O Conto de Aia), que estreia em abril nos EUA. (Foto: Hulu)
Atriz Elizabeth Moss em cena do seriado “The Handmaid’s Tale” (O Conto da Aia), que estreia em abril nos EUA. (Foto: Hulu)

Lançado originalmente em 1985, “O Conto da Aia” acompanha a história de um regime totalitário num futuro próximo que, entre outras ações, é responsável por extinguir os direitos civis das mulheres.

Nem só Trump dita as tendências na lista dos best sellers. Hollywood também impulsionou a venda de dois livros. Respectivamente em segundo e terceiro lugares entre os mais vendidos da semana estão os livros “Quatro Vidas de um Cachorro”, de W. Bruce Cameron”, e “Estrelas Além do Tempo”, de Margot Lee Shetterly, cujas adaptações cinematográficas se encontram atualmente em cartaz nos cinemas.

E vale lembrar que “fatos alternativos” também virou um hit da moda. Várias companhias de camisetas capitalizaram em cima da polêmica e criaram peças que estampam o termo.

Exemplos de modelos de camisetas com o termo do momento nos EUA. (Reprodução)
Exemplos de modelos de camisetas com o termo do momento nos EUA. (Reprodução)
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De olho na polícia, bailarinos posam pelados em NY e Paris http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/10/17/de-olho-na-policia-bailarinos-posam-pelados-em-ny-e-paris/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/10/17/de-olho-na-policia-bailarinos-posam-pelados-em-ny-e-paris/#respond Mon, 17 Oct 2016 15:12:12 +0000 http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/Screen-Shot-2016-10-17-at-10.24.54-AM-180x98.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5274 Corra que a polícia vem aí.

Na maioria das fotos publicadas no livro “Dancers After Dark” (Dançarinos Após o Pôr do Sol), a ser lançado amanhã (18) nos EUA, bailarinos como o americano Harper Watters, da companhia de Balé de Houston, tiveram apenas 60 segundos para criarem suas poses. No caso de um retrato no Washington Square Park (foto acima), em Nova York, a complicada pose feita por 25 bailarinos durou exatos 43 segundos, antes que o fotógrafo Jordan Matter gritasse: “dispersar”. Era o sinal de que viaturas da polícia estavam para chegar.

Capa do livro "Dancers After Dark", a ser lançado amanhã nos EUA. (Foto: Reprodução)
Capa do livro “Dancers After Dark”, a ser lançado amanhã nos EUA. (Foto: Reprodução)

Fotografando bailarinos totalmente nus e sem permissão na frente de 100 locações icônicas de cidades européias, canadenses e americanas – a maioria delas em Nova York, Paris e Londres -, Matter teve 40 “encontros” com a polícia. O fotógrafo gaba-se que ninguém foi preso durante esses incidentes.

Para que os bailarinos fossem rápidos com suas poses – muitas delas acrobáticas – eles as ensaiaram antes, enquanto vestidos. Assim que o fotógrafo ficava pronto, os dançarinos se despiam rapidamente e deixavam suas roupas num canto.

Veja algumas das fotos abaixo:

Debaixo de uma garoa, bailarinos posam no Meatpacking District, em Nova York. (Foto: Reprodução)
Debaixo de uma garoa, bailarinos posam no Meatpacking District, em Nova York. (Foto: Reprodução)
Às quatro da manhã, bailarina posa em rua do bairro de Montmartre, em Paris. (Foto: Reprodução)
Às quatro da manhã, bailarina posa em rua do bairro de Montmartre, em Paris. (Foto: Reprodução)
Bem antes da hora do rush, bailarina é fotograda na Penn Station de NY. (Foto: Reprodução)
Bailarina é fotografada na Penn Station de NY minutos antes da meia-noite. (Foto: Reprodução)
Dupla na frente de um Capitólio que passava por reformas, em Washington D.C. (Foto: Reprodução)
Dupla na frente de um Capitólio que passava por reformas, em Washington D.C. (Foto: Reprodução)
Acrobacia em poste com o Parlamento londrino ao fundo. (Foto: Reprodução)
Acrobacia em poste com o Parlamento londrino ao fundo. (Foto: Reprodução)
Na porta do hotel Carlyle, em Nova York, o ator Alan Cumming posa pelado junto com dois bailarinos. (Foto: Reprodução)
Na porta do hotel Carlyle, em Nova York, o ator Alan Cumming posa pelado junto com dois bailarinos. (Foto: Reprodução)
Na frente da Notre Dame, em Paris, ainda com turistas ao fundo. (Foto: Reprodução)
Na frente da Notre Dame, em Paris, ainda com turistas ao fundo. (Foto: Reprodução)
O bailarino Harper Watters, do Balé de Houston, na frente do Rockfeller Center, em NY. (Foto: Reprodução)
O bailarino Harper Watters, do Balé de Houston, na frente do Rockfeller Center, em NY. (Foto: Reprodução)
Acrobacia no bairro de Chinatown, em São Francisco. (Foto: Reprodução)
Acrobacia no bairro de Chinatown, em São Francisco. (Foto: Reprodução)
Em plena hora do rush, bailarina aproveita folga da polícia e sobe no capô de uma viatura no bairro do Chelsea, em NY. (Foto: Reprodução)
Em plena hora do rush, bailarina aproveita folga da polícia e sobe no capô de uma viatura no bairro do Chelsea, em NY. (Foto: Reprodução)

 

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Em biografias, jogadoras dos EUA elogiam Marta e futebol brasileiro http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/28/em-biografias-jogadoras-dos-eua-elogiam-marta-e-futebol-brasileiro/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2016/09/28/em-biografias-jogadoras-dos-eua-elogiam-marta-e-futebol-brasileiro/#respond Wed, 28 Sep 2016 17:13:45 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=5064 “Jazzistas de chuteiras”, “talentosas e exibicionistas”. É assim que duas jogadoras norte-americanas de futebol descrevem as oponentes brasileiras em biografias lançadas este mês nos Estados Unidos.

No livro “When Nobody Was Watching” (Quando ninguém estava olhando), que chegou às livrarias ontem (27), a meio-campista Carli Lloyd, atual melhor jogadora do mundo, diz que a seleção brasileira de futebol é “uma coleção de jogadoras de deslumbrante habilidade que jogam como se fossem músicos de jazz usando chuteiras”. Já Abby Wambach, na biografia “Forward” (Atacante), lançada há duas semanas, escreve que as adversárias: “jogam com talento e exibicionismo, como se tivessem numa balada, como tudo fosse uma diversão e não uma guerra”. Abby, também diz, que as brasileiras “aperfeiçoaram a arte de criar faltas”.

Capa da biografia de Carli Lloyd, lançada ontem nos EUA. (Foto: Reprodução)
Capa da biografia de Carli Lloyd, lançada ontem nos EUA. (Foto: Reprodução)

Em ambos os livros, a jogadora Marta é elogiada em diversas passagens. Para Carli, a atacante brasileira “é uma mágica vestida de camisa amarelo-canário, que faz a bola parecer ter um velcro que a mantém sempre próxima de seu pé”. Já Abby chama Marta de “formidável” e “chamativa”. “Ela ginga e rodopia ao movimentar-se pelo gramado, mais parecendo uma sambista em campo do que uma atacante. Eles (os brasileiros) a chamam de ‘Pelé de saias’”. As americanas ainda elogiam as jogadoras Cristina, Formiga e Pretinha. A última foi companheira de Abby no time Washington Freedom.

A atacante Abby Wambach na capa de sua autobiografia. (Foto: Reprodução)
A atacante Abby Wambach na capa de sua autobiografia. (Foto: Reprodução)

Em suas autobiografias, Carli e Abby relembram várias das vitórias e derrotas em jogos contras as brasileiras, entre eles o 1 a 0 na final dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, que garantiu a terceira medalha de ouro na modalidade para os Estados Unidos, e a semifinal da Copa do Mundo de 2007, também na China, quando as americanas foram goleadas (4 a 0) pelas brasileiras.

Nas Olimpíadas de Pequim, Marta quase marcou um gol aos 72 minutos do tempo regulamentar, mas seu torpedo foi impedido pela goleira Hope Solo. Carli descreve aquele momento como “talvez a melhor defesa de uma goleira na história dos Jogos Olímpicos”. Também lembra a reação da atacante brasileira: “Marta, eleita a melhor jogadora do mundo, tipo umas cem vezes, parecia não acreditar naquilo, enterrando seu rosto por entre as mãos”.

A goleira Hope Solo, a jogadora de futebol mais controversa do mundo, amiga de Carli e desafeto de Abby, protagoniza o drama central da goleada brasileira na cidade de Hangzhou, em 2007. Naquela ocasião, o técnico do time americano, Greg Ryan, insatisfeito com o desempenho de Hope, tomou uma decisão que Carli descreve como “sem precendentes numa Copa do Mundo”: mandou  a titular para o banco e escalou Briana Scurry, que estava sem jogar oficialmente pelo time há três meses e próxima de anunciar sua aposentadoria. “A explicação de Ryan foi a de que Brianna era uma ótima e também superior bloqueadora de bolas, e que tinha um brilhante histórico de defesa em jogos contra o Brasil”, escreve a meio-campista.

Hope, ainda segundo Carli, ficou “espumando” e “destruída” com a decisão. “Ela ficou mais possessa ainda quando descobriu que Lilly e Abby fizeram lobby para que houvesse a troca”. Sobre a partida, considerada a pior derrota do time americano dentro de Copas do Mundo, Abby a descreve como “um desastre do começo ao fim”.

Abby, que se aposentou no ano passado, fala abertamente em seu livro sobre sua homossexualidade e as dificuldades de crescer numa família conservadora de católicos irlandeses. “Achava que, se jogasse bem, minha mãe iria me perdoar por ser quem eu sou.”, escreve a atacante.

 

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O melhor livro de gastronomia já escrito http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/02/27/o-melhor-livro-de-gastronomia-ja-escrito/ http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/2015/02/27/o-melhor-livro-de-gastronomia-ja-escrito/#respond Fri, 27 Feb 2015 03:08:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br/?p=43 Os irmãos Alfredo e Antonio Mizretti são os autores da façanha de dar vida ao melhor e ao mesmo tempo mais inútil e dispensável livro de gastronomia do mundo. E ainda que os irmãos Mizretti sejam pseudônimos, os criadores deram um jeito de convencer o renomado restaurater Mario Batali a fazer o prefácio da obra que se chama Fuds, uma completa enciclopédia que ensina desde como descascar camarões até dicas para que você evite morrer dentro de um restaurante.

Os verdadeiros autores são Kelly Hudson, Dan Klein e Arthur Meyer, três comediantes americanos do Brooklyn, em Nova York, que colocaram em elegantes 150 páginas de papel couché de gramatura pesadinha algumas das melhores e mais engraçadas coisas já ditas a respeito de comida.

Capa do livro Fuds (Crédito: Divulgação)
Capa do livro Fuds (Crédito: Divulgação)

Como aperitivo, alguns trechos do texto de Batali que abre Fuds:

“ Olha, vou ser honesto, não sei por que estou escrevendo esse prefácio. Quando os irmãos Mizretti me pediram para escrever isso eu pensei: “Quem são esses caras e por que estão falando comigo?

Conversamos um pouco, eu os conheci e percebi que não gostei deles. Eles falavam alto demais e tinham hálito de café velho. Portanto, não estou escrevendo esse prefácio porque gostei desses caras , ou porque somos amigos ou porque eu aprecie o tipo de higiene deles. E certamente não estou escrevendo esse prefácio porque gostei do livro. Eu li o livro. Não é bom. Não é um bom livro. Você acaba de comprar um livro ruim. Você viu alguns dos pratos? São nojentos. (…)

Também não estou escrevendo esse prefácio para me promover. Eu sou Mario Fucking Batali. Vocês sabem quem eu sou. Não preciso desse horroroso livrinho.

Estou fazendo isso porque gosto de livros de receita? Não. Eu detesto livros de receita. Publiquei uma dúzia deles eu mesmo então sei da verdade: livros de gastronomia estão matando a gastronomia. Eu faço tudo de cabeça, do zero. Como homem! Quem usa livro de receita é covardão. Se vocês gostam tanto assim de ser instruídos vão montar uma mesa da IKEA, seus covardes.”

E o livro segue nesse tom, com algumas preciosas dicas dos Mizretti sobre como preparar pratos, e se comportar dentro de uma cozinha.

“Se alguém dentro da cozinha estiver segurando uma faca, arranque-a das mãos dele ou dela e esfaqueie ele ou ela primeiro. Lembre-se: na cozinha é você contra todo mundo”

“Se for espirrar ou tossir faça-o sobre a comida, assim você mantém suas mãos livres de germes”

“Cozinhe tão rapidamente quanto puder, assim você terá menos tempo para errar”

As receitas seguem o ritmo, como a do Peixe com queijo:

“Peixe com queijo. Ingredientes: muito peixe e muito queijo

Como fazer:

Coloque muito peixe no prato e depois muito queijo sobre ele”

Há também uma seção de perguntas e respostas:

“Comida é arte?

“Depende. Se você vir um prato de batatas fritas numa mesa em uma pista de boliche, não. Mas se você vir esse mesmo prato dentro de um vidro exposto em um museu fazendo parte da exibição, sim.”

“Tudo bem se a gente se empanturrar de pão antes de comer?

“Tudo ótimo. A gente encoraja esse tipo de atitude. A coisa mais engraçada seria você ir a um restaurante, se empanturrar de pão e quando a comida chegar dizer ao garçom: ‘desculpe, me empanturrei de pão, não estou mais com fome’, levantar e sair.”

“Por que algumas comidas são molhadas e outras secas?”

“Vocês estão fazendo muitas perguntas. Vamos em frente”

Para melhorar, o livro não tem uma foto sequer, apenas ilustrações.

Na contra capa a ironia continua, como a indicação de Robert Smiger, do TV Funhouse.

“Eu recomendo muito esse livro a todos aqueles que ainda não o leram, como eu”

Kelly Hudson, Dan Klein e Arthur Meyer, três jovens na casa dos 30, provam que é possível fazer humor, ser original e não ofender ninguém. Fuds custa aproximadamente R$45 (U$15) e pode ser comprado via livrarias eletrônicas, mas ainda só em inglês.

 

(Por Milly Lacombe)

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